Na terça-feira (23), houve a primeira rodada de negociação entre o Sindicato dos Bancários de Brasília e a Cooperforte (Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo de Funcionários de Instituições Financeiras Públicas Federais Ltda.), uma instituição financeira cuja sede está localizada na Capital Federal que, segundo o seu estatuto, “é uma sociedade cooperativa, de responsabilidade limitada, de natureza civil e sem objetivo de lucro” [grifo nosso].
Nesta primeira negociação entre patrões e a entidade representativa dos trabalhadores, o que já chama a atenção é a postura dos primeiros que, logo de cara, se negaram a atender todas as reivindicações dos trabalhadores no que diz respeito às cláusulas sociais.
A postura da reacionária direção da Cooperforte em negar todas as cláusulas sociais (parcelamento de férias, licença maternidade, horas extras, eleição para as Cipas, plano odontológico etc.) não deixa dúvidas de qual a posição dos patrões no quesito às reivindicações dos seus funcionários: explorar até a última gota de sangue da categoria para aumentar os seus lucros, em contradição ao seu próprio estatuto quando afirma que se trata de uma entidade sem fins lucrativos. Um verdadeiro absurdo.
Sempre é bom lembrar que a atual postura da direção da Cooperforte de atacar os seus funcionários não é de hoje e, logicamente, não terminará agora. Em outras campanhas salariais, tentaram retirar direitos dos trabalhadores, conquistados ao longo de vários anos de muita luta através do congelamento de salários, fim do auxílio alimentação para os funcionários que estejam afastados por licença saúde, alterar o direito na aquisição do empréstimo de férias etc.
A atitude da direção da Cooperforte é parte da política dos banqueiros que, nesta Campanha Salarial da Categoria Bancária, irá intensificar os ataques aos trabalhadores contra as suas legítimas reivindicações, e na tentativa de retirar as suas suadas conquistas adquiridas ao longo de décadas de lutas.
É preciso que os trabalhadores defendem incondicionalmente esses direitos e arranque desse setor, o mais parasitário da economia nacional, as suas atuais reivindicações debatidas e aprovadas nos Congressos e Conferências da categoria.
A atitude da direção da Cooperforte não é um raio em céu azul, ela é o indício do que está por vir, por parte dos banqueiros da Fenaban, contra a categoria bancária, que se encontra em plena campanha salarial.
É preciso que as direções do movimento sindical façam uma gigantesca campanha de denúncia contra a ofensiva reacionária dos patrões e organizem as mobilizações necessárias numa contra ofensiva aos ataques aos seus direitos e pelo atendimento das suas reivindicações mais sentidas.