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Convenção Nacional Republicana

‘Não há vitória em governar para metade dos EUA’, diz Trump

Evento de oficialização da candidatura do republicano tem um destaque para a unificação do país, sem esquecer as crises produzidas por Biden

Realizada entre os últimos dias 15 e 18, na cidade norte-americana de Milwaukee (estado de Wisconsin), a Convenção Nacional Republicana (RNC) começou dois dias após a tentativa de assassinato de Trump, até então candidato informal do partido na disputa presidencial deste ano, vencedor das primárias republicanas, cuja indicação ainda carecia dessa etapa final para homologação.

O discurso de Trump, o ponto alto do evento, durou 90 minutos, sendo o mais longo pronunciamento televisionado da história dos EUA. Nele, o republicano prometeu “tornar nosso país grande novamente”, mas defendeu também a unidade nacional, sem, no entanto, poupar o governo do atual presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, candidato à reeleição pelo Partido Democrata, que realizará sua Convenção Nacional entre os dias 19 e 22 de agosto, na cidade de Chicago (estado de Illinois).

Trump observou que até o atentado, seu discurso original era “todo sobre o corrupto” atual governo norte-americano. O conteúdo, porém, foi alterado para se concentrar mais em sua experiência de quase morte e suas implicações para os EUA. Durante sua fala, o candidato republicano relembrou em detalhes a tentativa de assassinato ocorrida no comício de sábado (13) em Butler, Pensilvânia, que resultou em um homem morto e outros dois feridos.

O atirador, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos e com ligações com o banco de investimentos Blackrock, também foi morto no local. “Eu não deveria estar aqui esta noite”, disse Trump à multidão (que respondeu gritando “você está!”), acrescentando: “estou diante de vocês nesta arena somente pela graça de Deus Todo-Poderoso”.

Com a tentativa de assassinato de Trump se tornando a mais recente e dramática expressão da crise interna e da polarização nos EUA, o republicano pediu a seus apoiadores que deixassem o incidente violento para trás:

“Apresento-me perante vós esta noite com uma mensagem de confiança, força e esperança. Daqui a quatro meses, teremos uma vitória incrível e começaremos os quatro anos mais importantes da história do nosso país.

Juntos, lançaremos uma nova era de segurança, prosperidade e liberdade para cidadãos de todas as raças, religiões, cores e credos.

A discórdia e a divisão na nossa sociedade, têm de ser curadas. Temos de curá-las rapidamente. Como americanos, estamos unidos por um único destino e por um destino partilhado. Erguemo-nos juntos. Ou desmoronamo-nos.

Estou concorrendo para ser presidente de toda a América, não de metade da América, porque não há vitória em ganhar para metade da América.

Por isso, esta noite, com fé e devoção, aceito com orgulho a nomeação que vocês me deram para [o cargo de] presidente dos Estados Unidos. Muito obrigado.

Fim das guerras?

Contrariando a política altamente explosiva do imperialismo defendida pelos democratas (e em especial pelo presidente e concorrente Biden), o candidato republicando prometeu “acabar com cada uma das crises internacionais que o atual governo criou”, particularmente os conflitos na Ucrânia e em Gaza, embora não tenha oferecido um plano específico. Embora sem entrar nos detalhes, o bilionário já defendeu, em entrevista concedida no dia 25 de março, que “Israel ponha um fim ao conflito”:

“Israel tem que ter muito cuidado porque está perdendo muito do mundo, está perdendo muito apoio, você tem que terminar [a guerra]. Israel tem que seguir em frente em paz para levar uma vida normal para o país e para todos os outros”, afirmou Trump ao jornal sionista Israel Hayon (“Trump to Israel Hayom: Only a fool would have not acted like Israel on Oct. 7”,  Omer Lachmanovitch e Ariel Kahana).

Ele afirmou que ambas as crises nunca teriam acontecido se ele estivesse no cargo, sugerindo que a campanha militar da Rússia na Ucrânia foi encorajada pela retirada caótica de Washington do Afeganistão em 2021, ainda no primeiro ano do governo Biden. Ele também abordou a recente visita de navios de guerra russos a Cuba. “Navios de guerra e submarinos nucleares russos estão operando a 60 milhas da costa [dos EUA] em Cuba. A imprensa se recusou a escrever sobre isso. Se fosse eu que estivesse governando este país… as manchetes todos os dias seriam ‘o que há de errado com nosso presidente?'”, disse.

O republicano disse que “se deu muito bem” com o líder norte-coreano Kim Jong-un, sugerindo, meio brincando, que o líder norte-coreano “sente sua falta”. “É bom se dar bem com alguém que tem um monte de armas nucleares ou não.” O republicano tornou-se o primeiro presidente dos EUA a se reunir com um líder norte-coreano durante uma cúpula em 2018 em Cingapura. Embora Trump tenha se comprometido, na ocasião, a interromper o que chamou de exercícios militares “provocativos” com a Coreia do Sul, a reunião não conseguiu fazer um progresso significativo na desnuclearização da Península Coreana.

Um Domo de Ferro para os EUA

Ao mesmo tempo em que insiste que pode acabar com as guerras com um telefonema, Trump prometeu continuar a melhorar a segurança interna dos EUA. “Vamos reabastecer nossas forças armadas e construir um sistema de defesa antimísseis Domo de Ferro para garantir que nenhum inimigo possa atacar nossa pátria”, disse ele, acrescentando que a arma será totalmente produzida nos EUA.

O candidato do Partido Republicano também abordou várias questões domésticas, inclusive a imigração ilegal, que tem sido o ponto central de suas campanhas eleitorais há anos. “É uma invasão maciça em nossa fronteira sul que espalhou a miséria, o crime, a pobreza, as doenças e a destruição nas comunidades de todo o nosso país. Nunca ninguém viu nada igual”, afirmou Trump.

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