Durante uma cerimônia de apresentação de um pacote de segurança para o país, quando Flávio Dino ainda era Ministro de Segurança, o presidente Lula cometeu um “sincericídio” que não é segredo para ninguém, quando disse que o povo brasileiro não gosta da polícia. Não é para menos qualquer negro de periferia desse país sabe o que acontece quando encontram com o esquadrão da morte, seja de dia e pior ainda se for a noite.
De acordo com uma pesquisa feita pelo PoderData entre os dias 27 e 29 de janeiro de 2024, sete em cada 10 pessoas desconfiam do trabalho da polícia no Brasil. O estudo soma a porcentagem de pessoas que diz “não confiar” (19%) com os que dizem “confiar pouco” (51%). Ainda segundo o PoderData, a soma de ambos os indicadores manteve-se igual desde janeiro de 2023, no começo do governo Lula. Naquela época, 48% das pessoas afirmaram confiar pouco, enquanto 22% disseram não confiar no trabalho da polícia.
Outra pesquisa mais recente feita pelo Datafolha, realizada de 7 a 8 de março, ouvindo 1.090 moradores da cidade de São Paulo acerca do uso de câmeras corporais por policiais em seus uniformes, mostrou que só 8% dos entrevistados são contrários à adoção da medida como política pública. Não vamos entrar no mérito se as câmeras são realmente eficazes ou não, pois temos muitas denúncias de que policiais tampam ou desligam o objeto na hora de cometer os crimes contra a população.
Mas vamos levar em consideração a opinião da população, esta sim significante. Quase 9 em cada 10 paulistanos dizem que os equipamentos devem ser usados por todos os agentes, sem qualquer espécie de exceção, e que a medida contribuiria muito para impedir ações violentas dos maus profissionais. Ou seja, por motivos compreensíveis, a população vê as câmeras, como uma forma de se defender e se proteger da polícia, que entra nos bairros e favelas de periferia de todo país matando indiscriminadamente.
Estamos falando de uma verdadeira máquina de matar preto e pobre nas favelas do Brasil. Mês a mês as chacinas são noticiadas ou denunciadas. Na última, por exemplo – que inclusive ainda está em andamento – a antiga operação Escudo, batizada agora como operação Verão, na baixada santista, já matou mais de 50 pessoas e segue matando. É o maior massacre cometido por uma operação policial no Estado após o Massacre do Carandiru.
A farsa de que os bandidos entraram em confronto com os policiais, e na sequência foram mortos, segue sendo o álibi utilizado pela imprensa golpista e pelas instituições do Estado assassino, para justificar os crimes das polícias; porém, tais alegações se mostram farsecas ao serem confrontadas com os relatos e denúncias dos moradores, de que não houve confronto nenhum, até porque 50 pessoas assassinadas em “confronto” e nenhum agente militar sequer ferido é um abuso a inteligência de qualquer ser humano.
Alguns acreditam na desmilitarização da polícia, outros em câmeras corporais para que se acabe a matanças, torturas, invasões e abusos contra o povo preto e pobre do Brasil. No entanto, a realidade é uma só: a polícia é uma organização criminosa e serve apenas para matar e espancar a população em defesa da burguesia. É sabido, por exemplo, que em muitos lugares do país quem comanda e controla os “crime organizado” e o tráfico são os próprios policiais.
Por fim, o único meio para barrar o terrora que está sujeito o pobre brasileiro é o lutar pelo fim dessa instituição macabra. A extinção total e completa dessa instituição. Por outro lado, a segurança da população deve ser feita por ela mesma. Ou seja, a própria comunidade, bairro ou vila devem escolher seus representantes para a segurança através de votos. Os próprios moradores organizam e controlam. Esses representantes eleitos, conhecem a população e cada morador.
Alguém poderia perguntar: mais e a questão do tráfico de drogas? Bem, primeiro que em muitos casos os traficantes maiores são os próprios PMs. Segundo que a política do PCO é pela descriminalização de todas as drogas, o que evitaria em grande parte crimes correlatos. Por último, drogas é uma questão de saúde pública, portanto o Estado que faça sua parte e garanta a juventude, escola, moradia, saúde, emprego e etc.