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Redes sociais

Não é só a Internet que é controlada pelos capitalistas

Todos os meios de comunicação são controlados pela burguesia

Arnóbio Rocha assina uma coluna no portal Brasil 247 chamada A disputa das redes sociais: o autoflagelo não nos levará ao paraíso!, onde apresenta uma tese sobre o domínio da direita nas redes sociais.

Sua tese fundamental é a de que o predomínio da extrema direita nas redes sociais não deve ser atribuído a nenhum privilégio no manejo da Internet ou ao controle dos algoritmos “esses pressupostos são falsos, – afirma ele – ou carecem de maior profundidade, no fundo é um negacionismo do que tem por trás desse enredo, a questão do PODER e do funcionamento do Kapital.” E continua:

“A ultradireita não é melhor ou mais sofisticada do que a esquerda ou de setores progressistas, não foi por isso que ela conquistou as redes sociais, ou decifrou os algoritmos, ao contrário, ela é DONA dos algoritmos, construídos por ela, administrados por ela, feitos justamente para criar uma certeza de somos dominados e não temos mais discurso ou defesa.”

A avaliação do colunista não de todo errada. De fato, é importante desfazer o mito de que a extrema direita teria atributos especiais para conseguir audiência. Mais importante ainda é reconhecer que o problema é antes de tudo dinheiro e poder. Os capitalistas têm dinheiro, investem na direita e colhem os resultados. E são os capitalistas os donos dos algoritmos e das redes em geral.

Essa constatação está correta – são, porém, as conclusões do colunista equivocadas.

Em primeiro lugar, o domínio dos meios de comunicação sempre foi dos capitalistas. Os jornais impressos da burguesia tinham mais poder que os jornais da classe operária. O rádio foi inventado e quem domina as estações é a burguesia; a mesma coisa e até pior acontece com a televisão. Vivemos sob o capitalismo e quem tem o controle da informação são os capitalistas. Eis um dos motivos pelos quais Marx explicou que a ideologia dominante é sempre a ideologia da classe dominante.

Ainda que seja assim, foi um progresso magnífico para a humanidade o advento da imprensa, do rádio, do cinema e da TV. Quanto mais informação, mais difícil de controlar a sua propagação. Ainda que a burguesia continue no controle, esse controle se torna cada vez mais complicado de ser mantido.

Por que com a Internet e as redes sociais a coisa seria diferente? Não seria e não é.

Constatar isso é reconhecer que a luta pela informação na Internet é a mesma luta nos demais meios de comunicação. Apenas para ficar num exemplo mais extremo de controle, peguemos o caso da Rede Globo. Esse grande e monstruoso monopólio capitalista controlado pela família Marinho impõe uma verdadeira ditadura da informação. Mas esse fato não significa que devemos lutar pelo fim da TV, certo? Deveria existir um programa de luta popular que exigisse, por exemplo, o fim desse monopólio e o controle popular dos canais televisivos, além da liberdade total de expressão para que todos possam falar, não só a família Marinho.

Com a internet, a lógica deveria ser a mesma. O colunista, porém, ao constatar acertadamente que o problema é o controle dos capitalistas sobre as redes, acaba caindo numa posição negativa. É como se simplesmente não houvesse solução e devêssemos abandonar a internet.

“Todas as grandes redes sociais foram construídas por elementos ideologicamente ligados, financiados pela extrema direita. É preciso entender que foi um longo trabalho de maturação, conceitual, processos e realizações tecnológicas e científicas, financiados pelo capital.”

Aqui há um engano. Não é apenas a chamada extrema direita que desenvolveu as redes sociais. Mark Zuckerberg, por exemplo, é um capitalista ligado aos chamados “democratas”. Logicamente que para nós essa distinção não importa, já que os “democratas” do imperialismo são os piores fascistas. Mesmo assim, não é correto dizer que tudo o que a internet produz foi construído pelos capitalistas. O advento desse meio de comunicação é uma conquista da humanidade que depois vai sendo controlada pelos capitalistas, como tudo o que é inventado nesse sistema.

Nesse sentido, não se deve acabar com a Internet e as redes sociais pelo mesmo motivo que não se deve destruir a imprensa, o rádio ou a televisão. É preciso utilizar o máximo de brechas que esse meio permite.

E sobre a Internet é preciso ter claro que, por mais que haja o controle sobre os algoritmos, ela é um meio de comunicação mais descentralizado, o que dificulta o controle absoluto da informação. Ao contrário da TV, a internet é muito mais acessível ao cidadão comum, inclusive na criação de novos meios de driblar esse controle.

O próprio colunista reconhece que “uma das vítimas” da Internet “é a mídia corporativa que vive uma crise violenta de perda de influência”. Isso de forma nenhuma é um fator negativo. É um avanço. O fato de a extrema direita, que embora representante de setores capitalistas, é um setor menos poderoso do que os grandes monopólios imperialistas à la Rede Globo, ter conseguido colocar em crise a dominação dos meios corporativos é um sinal de que existe uma enorme dificuldade de controle da internet.

Isso significa que quem tem mais dinheiro, ou seja, os grandes monopólios imperialistas, está com dificuldade para controlar a Internet.

E é por esse motivo, e aí falta uma conclusão correta para o colunista, que existe um esforço enorme por parte dos poderosos de controlar a Internet não apenas via algoritmos, mas pela força da lei e da repressão do Estado burguês. As leis de censura servem para reforçar o domínio e o poder dos capitalistas sobre a Internet, não para diminui-los.

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