Recentemente, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) se juntou à trupe de bolsonaristas que processam os dirigentes do Partido da Causa Operária (PCO) por suas opiniões. Inimigos da liberdade de expressão que sempre foram, os bolsonaristas, assim como o ministro ditador Alexandre de Moraes, vêm tentando calar por meio de multas abusivas a esquerda revolucionária, cuja atuação desmascara os crimes defendidos pela direita e pelo sionismo.
Kataguiri decidiu, desta vez, processar o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, por ter, em uma edição de sua tradicional Análise Política da Semana, veiculada todos os sábados, comparado a política do deputado de extrema direita ao nazismo. Cinicamente, a defesa do deputado apresentou um vídeo recortado de uma fala de Pimenta chamando-o de “nazistinha”, quando Kataguiri tentou impedir o envio de recursos para a organização de direitos humanos da ONU na Palestina, contrariando decisão tomada pelo governo brasileiro.
Na petição, a defesa de Kataguiri ainda alega que o PCO e seu presidente defendem “regimes ditatoriais”, como os da Coreia do Norte e o regime estalinista da antiga União Soviética. Ainda afirmou que Rui Pimenta teria defendido que integrantes do MBL fossem alvos de “ações violentas” e que o PCO teria índole “radical e violenta”.
Kataguiri não deixa qualquer dúvida de que estamos diante de um processo de motivação puramente política. Em primeiro lugar, o vídeo do qual o deputado extraiu a fala do presidente do PCO é de uma análise política que ocorre todos os sábados e que tem cerca de três horas de duração. Considerar que uma análise política possa ser um ataque à honra já é, em si, um abuso.
Mais abuso ainda é o que nem Kataguiri consegue esconder direito: o motivo pelo qual suas ações foram comparadas ao do nazismo. Conforme se tornou público em fevereiro deste ano, Kim Kataguiri pediu à Justiça a suspensão dos repasses do Brasil à Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA). O deputado disse ainda que “Lula quer errar em nome do povo brasileiro e apoiar uma instituição escusa que vários países deixaram de apoiar por fortes indícios de envolvimento com o grupo terrorista”.
Ache Kataguiri ruim ou não, é uma política nazista você se negar a ajudar uma população que passa fome. Segundo dados recentes, mais de 90% da população na Faixa de Gaza estaria sem condições de se alimentar propriamente, graças ao cerco imposto pelo Estado de “Israel”. Negar alimento, até mesmo para prisioneiros de guerra, é considerado um crime em todos os sentidos. Até mesmo em campos de concentração nazista, onde os prisioneiros eram executados e maltratados de todas as formas possíveis, eles recebiam alimentação constantemente.
O processo de Kim Kataguiri, além de revelar que sua “honra”, se é que existe algo do tipo, está acima das mais de duas milhões de pessoas passando fome em Gaza, também é um exemplo da total subversão do regime jurídico. Se a defesa de qualquer “honra” estiver acima da crítica política, então é impossível haver qualquer tipo de Estado de direito. Se a população não puder criticar juízes, policiais, prefeitos e ministros, então ela vive sob uma ditadura brutal.
É preciso destacar também que Kataguiri, no processo, pede a escandalosa indenização de R$30.000,00 (trinta mil reais). O valor, além de objetivar uma censura prévia, também chama a atenção por ser uma forma de enriquecer ilicitamente os cofres do parlamentar em razão de posições contrárias às suas, o que é vedado por lei.