No informativo no site da Contraf/CUT no último dia 2 de agosto de 2024, em matéria publicada com o título: “Categoria bancária exige reajuste salarial digno, diante dos recordes de lucros no setor”, informa que na próxima quarta-feira (7) o Comando dos Bancários irá voltar a se reunir com a comissão de negociações da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) “para reivindicar aumento real nos salários, na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos vales-refeição e alimentação” e, além disso, diz que “o aumento real de salário, o aumento da PLR e o aumento nos vales-alimentação e refeição (VE/VR) são, respectivamente, as três primeiras prioridades da categoria, segundo a Consulta Nacional dos Bancários, que contou com a participação de quase 47 mil pessoas, neste ano”. (site Contraf/CUT 02/08/2024)
Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e também coordenadora do Comando nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, com base na consulta à categoria diz que: “mostra que as bancárias e bancários (sic) têm consciência e querem que os bancos sejam justos em reconhecer os direitos da categoria…” (Idem)
A direção da entidade dos trabalhadores, por ingenuidade ou oportunismo, através da política de capitulação com o setor mais parasitário da sociedade, tenta iludir a categoria bancária (deixando claro que a opinião de que os “bancários têm consciência e querem que os bancos sejam justos”, é uma opinião da presidenta da Contraf) ao apresentar que os banqueiros, os mesmos que massacram os trabalhadores bancários e a população em geral ano após ano (arrocho salarial, demissão em massa, terceirização, assédio moral, tarifas bancárias escorchantes, taxa Selic nas alturas, abocanhamento da metade do orçamento público, etc.) estão dispostos a melhorar as já deteriorada condições de vida dos seus funcionários.
Por outro lado, cabe a pergunta: o que seria um “reajuste salarial justo”? Para a burocracia sindical, o reajuste salarial justo é a reposição pelo INPC acumulado dos 12 meses, acrescido do aumento real de 5%. Ou seja, a direção do movimento, através da política de colaboração com os banqueiros, defende de fato o arrocho salarial, já que abandonaram olimpicamente as perdas salariais da categoria, que ultrapassa os 30%.
Todo mundo sabe, e os bancários mais ainda, que quando se vai para uma negociação é necessário solicitar o máximo, para que, pelo menos, se conquiste a metade do reivindicado. Ao ir para mesa com a reivindicação de 5%, o que poderia se esperar é de pelo menos 2,5%, mas, lembrando as consequências da campanha salarial de 2022 (o acordo foi de dois anos) dos bancários quando a reivindicação econômica era a mesma deste ano e os banqueiros deram, e aceito caninamente pelas direções, 0,5% de “ganho real”, além disso, não repuseram a inflação cheia, o que acarretou para a categoria mais uma perda salarial.
É claro que os banqueiros tentarão continuar a impor a mesma política que está sendo feita por eles desde sempre.
Os bancários não podem depositar confiança em seus inimigos históricos, ou seja, os banqueiros, e exigir das suas direções que façam o mesmo, e lutar pela reposição de todas as perdas salariais, aumento real de 20%, piso salarial de 7 mil, dentre outras.