Editorial

Não ao golpe na Venezuela!

Não é hora de questionar se houve fraude ou não, mas sim, de denunciar as provocações do imperialismo contra o povo venezuelano

A incontestável vitória eleitoral de Nicolás Maduro, precedida por grandes mobilizações na Venezuela, não foi suficiente para acalmar as tensões no país. Tão logo o triunfo do chavismo foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a direita venezuelana, liderada pela fascista María Corina Machado, acusou Maduro, sem provas, de ter fraudado a eleição. Seu gesto foi imediatamente repetido pelos capachos do imperialismo mundo afora, como o presidente argentino Javier Milei. Até o momento, os Estados Unidos não reconheceram as eleições e se disseram “preocupados” com o resultado. Isto é, preocupados com o fato de que sua candidata não saiu vencedora.

A campanha contra o processo eleitoral venezuelano já vinha sendo preparada semanas antes. Pesquisas fabricadas pelos órgãos de imprensa do imperialismo apresentavam a oposição como a grande vencedora da disputa, o que hoje está sendo utilizado para que os delinquentes políticos internacionais que apoiam a carnificina na Faixa de Gaza contestem o resultado eleitoral. A campanha contra o regime chavista é tão grande que fez com que o Brasil, que é o país fundador dos BRICS que mais está sob pressão do imperialismo, permaneça em silêncio até agora.

Nos países com maior independência do imperialismo, a posição é clara. China, Rússia, Cuba, Honduras, Irã, Síria e Nicarágua reconheceram a vitória de Maduro, parabenizaram o presidente e ainda destacaram a importância de manter as parcerias entre os países atrasados para uma “nova ordem mundial”. Essa posição, inclusive, é a mesma apresentada pelo próprio Maduro em seu programa, prometeu a “inserção e a liderança da Venezuela na nova configuração mundial”, “a salvaguarda e o desenvolvimento da Guiana Essequibo” e “modernizar a economia” através de “um novo modelo de exportação produtiva”.

O alinhamento internacional da Venezuela esclarece o motivo da contestação do resultado. As contestações nada mais são que parte de um enfrentamento do imperialismo contra os países atrasados. São parte de uma grande provocação contra um país considerado inimigo pelos mesmos que hoje estão em guerra contra a Rússia, que estão em guerra contra o povo palestino, que estão em guerra contra a Síria, que ameaçam a Coreia do Norte, o Irã e todos os povos que levantam sua cabeça contra a dominação imperialista.

Uma das demonstrações de que as acusações vão muito além de um mero “revanchismo” da oposição derrotada, mas sim uma campanha de maior envergadura, é o fato de que o presidente chileno, Gabriel Boric, também embarcou na campanha. Isto é, que o imperialismo está tão preocupado em ganhar apoio para sua campanha contra a Venezuela que lançou mão de seus “esquerdistas” de estimação.

O jornal britânico The Guardian também expressa claramente essa política, ao dizer que “a Venezuela está no fio da navalha” e que “a oposição acusa o Maduro de fraudar a eleição e fala que o que nós temos aqui é um impasse”. Isso indica que vai haver uma mobilização por parte da oposição para derrubar o governo, e que essa mobilização será dirigida por Joe Biden, Kamala Harris, Bill Clinton, Barack Obama e por toda a cúpula do Partido Democrata que comandou a maior parte dos golpes de Estado nos últimos anos.

Todos os grandes jornais do mundo contam a mesma história, que a eleição foi fraudada. É preciso dizer claramente: o que ocorre hoje na Venezuela é uma trama golpista estimulada pelo governo norte-americano e pelos governos europeus.

Diante disso, a posição da esquerda não deve ser a de discutir se houve fraude ou não. Mas sim, denunciar a tentativa de golpe na Venezuela.

Não ao golpe contra o povo venezuelano!

Fora o imperialismo da América Latina!

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