O governo da Espanha aplicou uma multa de 60 mil euros (cerca de R$ 370,5 mil) a um torcedor que cometeu insultos contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. Além da multa, o torcedor está proibido de frequentar estádios e recintos esportivos por dois anos. O Ministério do Esporte espanhol também investigará se o ato configura crime de ódio, seja lá o que isso quer dizer, o que pode aumentar a punição. O mais absurdo é que ele está sendo punido por uma publicação em redes sociais.
Outros casos semelhantes ocorreram anteriormente. Em julho, um torcedor foi condenado a oito meses de prisão por insultos racistas contra Vinícius Júnior e o jogador Rüdiger. Em junho, três torcedores do Valência foram condenados por atos racistas no estádio Mestalla e receberam penas similares, incluindo multas e proibição de frequentar estádios.
A tese da punição dos racistas é o baluarte da política identitária. Tudo deve ser resolvido com punições. Mas isso faz algum sentido? O governo da Espanha, que oprime países do mundo inteiro, é uma instituição que irá lutar pela libertação do negro? O movimento negro historicamente sempre lutou contra a opressão do Estado. Os quilombolas lutaram contra a escravidão. Os panteras negras lutaram contra a polícia.
Agora o movimento negro identitário, que não é um movimento real, mas sim uma união de ONGs financiados por banqueiros, quer convencer o mundo de que multas e prisões podem ser libertadores. Enquanto isso, a direita fascista mais racista de todas avança em toda a Europa justamente como reação a esse identitarismo.
No fim, os identitários são os grandes responsáveis pelo crescimento do racismo. Primeiro porque ofuscam a luta real pela libertação do negro, que deve ser travada junto a classe operária. Segundo porque a aversão ao identitarismo é a propaganda ideológica para o crescimento da extrema direita no mundo inteiro.