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Brasil

‘Fica Leite’: MRT culpa Petrobrás por enchentes no sul

MRT aderiu à religião do clima e reza conforme manda o imperialismo. Para essa esquerda, a exploração do petróleo quase equivale ao Apocalipse

Apocalipse

A matéria “A nova presidente da Petrobrás, o negacionismo climático e a crise do RS” publicada nesta quarta-feira (5) no sítio Esquerda Diário, do MRT, mostra que a esquerda pequeno-burguesa entrou de cabeça na religião das “mudanças climáticas”. Trata-se da “Esquerda Climatista dos Últimos Dias”. É uma igreja cujo papa não é nada menos que o imperialismo. Essa igreja tem também uma santíssima trindade, composta pelo Aquecimento Global, a Transição Energética e as Pegadas de Carbono.

Antes, porém, é preciso esclarecer quem seriam os “negacionistas”. Para essa esquerda religiosa, negacionista é qualquer um que exerça o direito básico de duvidar. Na época da pandemia de COVID-19, por exemplo, as pessoas que ficaram céticas de que se poderia produzir uma vacina em tempo recorde, uma vez que se leva pelo menos cinco anos em testes e pesquisas, eram logo tachadas de “negacionistas”.

É preciso lembrar que muitas vacinas levaram mais de vinte anos para ficarem confiáveis e ainda assim continuam a ser aprimoradas. Hoje, estão aparecendo muitas evidências de que as vacinas contra a COVID podem, sim, provocar muitos problemas adversos. Muitas pessoas se vacinaram assumindo os riscos, por um simples cálculo: é preferível tomar uma vacina, ainda que experimental, do que contrair o vírus.

O mesmo ocorre com o clima. Para esses beatos, qualquer um que duvide do alarde que se faz com relação ao clima estaria negando a Ciência. No entanto, não existe consenso, mesmo entre cientistas, de que haja o tal aquecimento. Acontece que essas vozes divergentes são caladas pelas revistas de divulgação científica, controladas pelo imperialismo e que literalmente determinam quem deve ou não ser ouvido.

A culpa não é de Eduardo Leite

O artigo começa fazendo alarde, dizendo que “Magda Chambriard assumiu a presidência da Petrobrás no final de maio e deixou bem claro que pretende dar continuidade a uma política de exploração de petróleo, gás e novos poços, sem consideração com o agravamento das mudanças climáticas”. O que o MRT pretende, que o deixemos esse recurso no subsolo? Quer que voltemos a viver da caça e da coleta? E é preciso esclarecer que ainda não se conhece de fato os impactos da atividade humana sobre o clima. Mas, sejam quais forem, o desenvolvimento não pode parar.

A matéria segue dizendo que “Lula a indicou no mesmo momento em que várias cidades no RS estavam debaixo da água e dezenas de milhares perdiam suas casas.” O MRT deveria provar que existe uma relação direta entre as atividades da Petrobras e as enchentes no Rio Grande do Sul. E, pior, exime Eduardo Leite e os bancos da tragédia. A culpa é de Lula, da Petrobrás, da chuva, não de um governador que, mesmo sabendo das possibilidades de uma tragédia, preferiu não investir o dinheiro em prevenção em favor de uma “responsabilidade fiscal”, ou seja, guardar o dinheiro para os banqueiros.

Buscando fundamentar cientificamente sua posição reacionária, o artigo dá conta de que “um relatório de 2019 feito pela Climate Accountability Institute apontava como a Petrobrás era uma das 20 empresas que mais emitiram gases poluentes. Ao lado de gigantes destruidoras, como Saudi Aramco, Chevron, ExxonMobil, British Petroleum e PetroChina, a Petrobrás figurava na lanterna da lista, mas não deixou de contribuir mais para o aquecimento global do que muitos países, quiçá continentes inteiros”.

O Climate Accountability Institute (CAI) tem como seus mantenedores a Fundação Rockefeller e a Open Society. O que mais precisa ser dito?

Um detalhe escapou para quem escreveu a matéria: as grandes empresas imperialistas não vão recuar um milímetro de explorar petróleo, pois sabem da importância desse recurso.

Encontramos muitos absurdos na matéria, como a afirmação de que “esse desenvolvimento da exploração de combustíveis fósseis não tem nada a ver com gerar recursos e empregos no país, como procuram dizer esses ‘negacionistas clean’. A Petrobrás de hoje produz muitas vezes mais do que produzia em 2013, e tem quase 70 mil empregos efetivos a menos e dezenas de milhares de terceirizados a menos”.

Para começar, desde a era FHC a empresa vem sofrendo um grande desmonte. Soma-se a isso o fato de que o desenvolvimento das forças produtivas reduz o uso de mão de obra. No mais, o petróleo não se restringe a combustíveis, serve, inclusive, para fazer os computadores que o MRT utiliza para escrever esse tipo de matéria sem pé nem cabeça, e é a base de uma gigantesca cadeia produtiva que emprega milhões de pessoas. Quem são os verdadeiros negacionistas?

Há outra abordagem que precisa ser criticada e que o MRT tenta utilizar. Diz que a empresa está “voltada aos lucros” e “para garantir dividendos milionários aos acionistas privados”. E então, vamos deixar de explorar essa riqueza por ela não ser inteiramente nossa? Ou devemos lutar para pegarmos de volta o controle integral da empresa?

O que pensam os comunistas

O MRT simplesmente abandonou o socialismo. Não vê a relação dialética entre o desenvolvimento da economia e da Ciência e que o papel da humanidade é transformar a Natureza.

Leon Trotski, um grande pensador e líder revolucionário, deixou bem clara a posição dos socialistas sobre o mundo futuro:

“Através da máquina, o homem na sociedade socialista controlará a natureza por completo, (…). Ele indicará as áreas para montanhas e desfiladeiros. Mudará o curso dos rios e ditará as regras para os oceanos. Os idealistas simplórios podem dizer que isso será entediante, mas é por isso que são simplórios. Claro, isso não significa que todo o globo será dividido em quadrados, que as florestas serão transformadas em parques e jardins. Provavelmente, matagais, florestas, galinholas e tigres permanecerão, mas somente onde o homem ordenar que permaneçam. E o homem o fará tão bem que o tigre nem perceberá a máquina, nem sentirá a mudança, mas viverá como vivia nos tempos primitivos. A máquina não se opõe à Terra. A máquina é o instrumento do homem moderno em todos os campos da vida…”

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