Moshe Sharett se tornou o segundo primeiro-ministro de “Israel” em 1953, após David Ben-Gurion se retirar da política. Sharett também foi o primeiro homem a ocupar o cargo de ministro de Relação Exteriores do país, tendo assinado a Declaração de Independência de “Israel”.
Nascido em Kherson no Império Russo (hoje na Ucrânia), em 15 de outubro de 1894, Sharett imigrou para a Palestina Otomana quando criança em 1906. Por dois anos, 1906–1907, a família viveu em uma casa alugada na vila de Ein-Sinya, ao norte de Ramallah. Em 1910 sua família mudou-se para Jaffa, então se tornou uma das famílias fundadoras de Tel Aviv.
Ele se formou na primeira classe da Herzliya Hebrew High School, até mesmo estudando música no Shulamit Conservatory. Ele então foi para Constantinopla para estudar Direito na Universidade de Istambul, a mesma universidade em que David Ben-Gurion estudou. No entanto, seu tempo lá foi interrompido devido à eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Sua carreira política começa logo após a guerra, ele trabalhou como agente de negócios árabes e compra de terras para a Assembleia de Representantes do Yishuv. Ele também se tornou membro do Ahdut Ha’Avoda e, mais tarde, do Partido dos Trabalhadores. Em 1922, ele frequentou a London School of Economics, trabalhou para o British Poale Zion e editou ativamente o Workers of Zion.
Durante a Segunda Guerra Mundial, por meio de sua esposa Zipporah, Sharett se envolveu na questão da emigração de judeus refugiados presos na Europa e no Leste. Alguns refugiados poloneses, crianças com e sem pais, foram deportados para Teerã com o acordo soviético. O sucesso dessas negociações e de outras foi uma marca registrada da abordagem mais cerebral de Sharett para problemas práticos.
Sharett se encontrou com o representante dos refugiados judeus húngaros, Joel Brand, que estava a caminho de Tel Aviv, recém-saído do avião de Budapeste. A liderança do Yishuv desconfiava de Brand, e os britânicos o consideravam um criminoso. A resposta de Sharett foi entregar o autoproclamado libertador às autoridades britânicas, que levaram Brand para a prisão no Egito.
Sharett foi um dos signatários da Declaração de Independência de “Israel”. Foi eleito para o Knesset (o parlamento sionista) na primeira eleição israelense, ocorrida em 1949, tendo servido como Ministro das Relações Exteriores durante a Guerra Árabe-Israelense de 1948. Em 10 de março, ele foi feito parte do primeiro gabinete.
Como Ministro das Relações Exteriores, Sharett estabeleceu relações diplomáticas com muitas nações e ajudou a promover a admissão de Israel na ONU. Ele ocupou esse papel continuamente até se aposentar em junho de 1956, inclusive durante seu mandato como primeiro-ministro.
Em novembro de 1955, Ben-Gurion substituiu Sharett como chefe da lista e tornou-se primeiro-ministro novamente. Sharett manteve seu papel como Ministro das Relações Exteriores sob o novo governo de Ben-Gurion. Um ano depois, Ben-Gurion decidiu substituir Sharett como Ministro das Relações Exteriores por alguém mais simpático às suas opiniões: Golda Meir. O gabinete votou 35 a 7 a favor da renúncia, mas 75 membros do Comitê Central se abstiveram.
Após deixar o cargo de Ministro das Relações Exteriores em 18 de junho de 1956, em protesto contra a política belicosa do novo governo, que ele achava perigosamente precipitada, Sharett decidiu se aposentar. Durante sua aposentadoria, ele se tornou presidente da editora Am Oved , presidente do Beit Berl College e presidente da Organização Sionista Mundial e da Agência Judaica. Ele morreu em Jerusalém em 15 de julho de 1965, sendo enterrado no Cemitério Trumpeldorde Tel Aviv.