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Estados Unidos

Milícia norte-americana: EUA devem recolonizar a África

"Se tantos desses países ao redor do mundo são incapazes de se governar, é hora de nós simplesmente colocarmos a coroa imperial de volta"

Erik Prince, co-fundador da milícia privada Blackwater, empresa que teve atuação na invasão do Iraque, declarou a público através do seu podcast intitulado Off Leash, ou Fora da Coleira, no dia 6 de fevereiro, que os Estados Unidos deveriam recolonizar países ao redor do mundo que, de acordo com Prince, não conseguem se governar.

“Se tantos desses países ao redor do mundo são incapazes de se governar, é hora de nós simplesmente colocarmos a coroa imperial de volta, para dizer, vamos governar esses países, porque já chega, estamos cansados de ser invadidos”, disse Erik Prince em seu programa.

A menção de uma invasão da qual estariam cansados diz respeito aos imigrantes que fogem das crises criadas pelos Estados Unidos contra os países explorados aos quais Erik Prince se refere em suas declarações.

“Toda esta questão de imigração ilegal na Europa e nos EUA se resume a […] quais países são governados corretamente”. “Você pode dizer isso sobre praticamente toda a África, eles são incapazes de se governar”, continuou.

Segundo Prince, os governos de países africanos não são capazes de governar para seu povo, então “se dedicam a saquear, saquear, encher os bolsos e fazer compras em Paris”.

O co-apresentador do programa de Prince, Mark Serrano, fundador de um conglomerado de comunicação e estratégias de publicidade digital, então interviu, alertando que “pessoas de esquerda vão assistir isso e vão dizer, espera aí, Erik Prince está falando sobre ser colonialista novamente”, afirmação a qual Prince respondeu que “absolutamente, sim”. Quando, então, Prince acrescentou que achava que isso era um “ótimo modelo” não apenas para a África, mas também para a América Latina.

Erik Prince afirma que a recolonização desses países faria parte do interesse do povo desses países, e não menciona nenhum interesse pessoal ao defender um imperialismo ainda mais agressivo e aberto do que o atual, dizendo que “se você vai a esses países e vê como eles sofrem, sob governos absolutamente corruptos que são apenas sindicatos criminosos, muitos deles merecem algo melhor”.

No podcast, Prince se refere ao que ele chama de “as milícias BLM (Black Lives Matter) e Hamas do Partido Democrata, muito ativas nos Estados Unidos neste verão”, propondo que “quando essa milícia BLM ou Hamas aparecem para começar a bagunçar as coisas, você mostra a eles imediatamente como é a lei e a ordem”.

Prince, que fundou a empresa conhecida popularmente como Blackwater, atual Academi, conhecido como o exército privado mais poderoso do mundo, foi um pioneiro no processo moderno de contratações privadas para ações militares, e sua empresa recebeu, apenas do governo norte-americano, mais de $1 bilhão de dólares, com o pagamento individual de cada mercenário contratado podendo chegar a $250 mil dólares por ano. 

A mudança de nome da companhia, de Blackwater para Academi, se deu em 2011, após uma troca de mãos da direção da companhia, adquirida por um grupo de investidores anônimos após o início do andamento dos processos contra os militares da companhia que tomaram parte no evento que ficou conhecido como Massacre da Praça Nisour, em Bagdá.

O Massacre da Praça Nisour ocorreu em 16 de setembro de 2007, em Bagdá, capital do Iraque, e foi um dos eventos mais sangrentos da Guerra do Iraque. O incidente resultou na morte de 17 civis iraquianos desarmados e deixou mais de 20 feridos. A Blackwater, empresa de segurança privada de Erik Prince, estava envolvida no incidente. Os funcionários da Blackwater estavam escoltando um comboio diplomático norte-americano quando abriram fogo contra os civis iraquianos na Praça Nisour, alegando que estavam respondendo a uma ameaça iminente.

No entanto, relatos dos sobreviventes e testemunhas oculares contestaram essa versão, afirmando que os civis não representavam uma ameaça no momento do ataque. Evidências mostram que o tiroteio foi indiscriminado e que os civis foram mortos enquanto tentavam fugir.

Além do episódio, a Blackwater esteve envolvida em muitos outros escândalos e crimes de guerra, além do possível envolvimento na tentativa de golpe do imperialismo contra Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, quando Erik Prince declarou em reuniões privadas com líderes de países europeus e dos Estados Unidos ter um plano com cinco mil mercenários da sua empresa destacados para assegurar que Juan Guaidó tomasse posse como presidente da Venezuela em 2019.

Prince agora esteve envolvido em anos recentes na fundação de uma nova empresa de segurança privada a partir de Abu Dabhi, capital dos Emirados Árabes Unidos, conhecida como “R2: Reflex Responses”, com forte apoio do governo emirado e com intervenção da empresa no Iêmen.

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