A Fundação Itaú divulgou na segunda-feira (18) um levantamento sobre a conclusão do ensino fundamental pelas crianças brasileiras. A pesquisa utiliza dados do Censo Escolar da Educação Básica, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, de 2007 a 2019, sobre alunos nascidos entre os anos de 2000 e 2005. Com base nos números, o estudo mapeia interferências na trajetória escolar dos estudantes como reprovação, evasão e abandono escolar.
Para que o aluno tenha uma “trajetória regular” no levantamento, ele deve cumprir o período entre o 1º e o 9º ano do ensino fundamental em 9 anos. Ao se considerar o ensino médio no cálculo, o estudante deve ter cumprido a trajetória escolar em 12 anos: 9 anos no ensino fundamental e 3 no médio.
Os resultados revelaram que 10% dos estudantes evadem o sistema de ensino antes de completar o ensino fundamental. Além disso, apenas 38% daqueles classificados como de “nível socioeconômico mais baixo” finalizam o ensino fundamental dentro do período previsto. Para aqueles de “nível socioeconômico mais alto”, o índice é de 70%.
Em relação à raça, os alunos mais prejudicados na trajetória escolar de 9 anos são os índios: apenas 23% deles têm percurso regular. Na sequência, estão os pretos (41%) e pardos (46%). Enquanto isso, 62% dos estudantes brancos finalizam os estudos do fundamental no tempo certo. A média total é de 49% dos alunos, quase exatamente metade.
O que mais impressiona no estudo é a calamidade generalizada. A situação do índio brasileiro é terrível, menos de um quarto completa no tempo correto. No entanto, até o “nível socioeconômico mais alto” tem apenas 70% dos alunos cumprindo o ensino no tempo. É uma número baixíssimo para um país rico como o Brasil.
Os dados refletem a destruição do ensino público no Brasil. Antes mesmo de chegar a toda a população, a educação básica foi duramente atacada pelo neoliberalismo. Esse problema tão estrutural demonstra que o principal problema da educação é a total falta de investimento. O Estado gasta tudo com a dívida pública e nada com a educação dos trabalhadores.