A empresa Meta, proprietária das redes sociais Facebook e Instagram, anunciou no último dia 9 mudanças em sua política de conteúdo, anunciando que irá censurar publicações com a palavra “sionista” e “sionismo”. Na nota, a empresa alega reconhecer que “não há nada que se aproxime de um consenso global sobre o que as pessoas querem dizer quando usam o termo ‘sionista’”, mas continua afirmando que, “no entanto, com base em nossa pesquisa, engajamento e investigação na plataforma sobre seu uso como termo substituto para o povo judeu e israelense em relação a determinados tipos de ataques odiosos, removeremos agora o conteúdo que tem como alvo os ‘sionistas’ com comparações desumanas, apelos a danos ou negações da existência com base no fato de que ‘sionista’, nesses casos, muitas vezes parece ser um substituto para o povo judeu ou israelense.”
Conforme o comunicado da empresa, a revisão desta política foi motivada pelo uso frequente do termo “sionistas” para fazer referência a judeus e israelenses de maneira depreciativa e violenta. “Após ouvir contribuições e analisar pesquisas de diferentes perspectivas, agora removeremos discursos que visam ‘sionistas’ em várias áreas onde nosso processo mostrou que o discurso tende a ser usado para se referir a judeus e israelenses com comparações desumanizadoras, chamadas para violência ou negação de existência,” afirmou a Meta.
O documento destaca que, “enquanto a crítica a movimentos políticos é permitida, ataques baseados em características protegidas como nacionalidade, raça ou religião são proibidos”. A dona dos monopólios de rede social reconhece a complexidade em torno do termo “sionista”, que pode ter diferentes conotações dependendo do contexto. “A palavra ‘sionista’ tem camadas de significado baseadas em suas origens e uso hoje, e pode ser altamente dependente do contexto. Esse termo muitas vezes se refere a apoiadores de um movimento político, que não é em si uma característica protegida sob nossas políticas, mas em alguns casos pode ser usado como proxy para se referir a pessoas judias ou israelenses,” explica a empresa.
Por fim, atualização da política inclui a remoção de conteúdos que utilizam estereótipos antissemitas ou que incitam violência contra judeus ou israelenses. Entre os exemplos citados estão “alegações sobre controlar o mundo ou a mídia; comparações desumanizadoras, como comparações com porcos, sujeira ou vermes; chamadas para violência física; negação de existência; zombaria por ter uma doença”.
A Meta também abordou a questão das comparações criminais, como chamar “sionistas” de “criminosos de guerra”. Embora a política de Discurso de Ódio da empresa proíba comparações entre grupos definidos por características protegidas e criminosos, a Meta reconhece que, em alguns contextos, essas comparações são usadas como críticas a ações governamentais ou militares. Para esclarecer essa questão, a empresa encaminhou um conjunto de casos ao seu Conselho de Supervisão independente para orientação adicional.
O monopólio enfatizou ainda que a implementação desta nova política não será imediata, pois requer treinamento adequado de seus revisores de conteúdo e sistemas de tecnologia. “A aplicação de qualquer política não pode acontecer da noite para o dia – há uma gama de conteúdos que podem potencialmente violar essas políticas e levará tempo para treinar nossos revisores e sistemas sobre essas mudanças,” declarou a empresa na mesma nota.
Nesses termos, a Meta afirma ter se atribuído o papel de distribuir direitos, determinar quem pode dizer o que e, com isso, impedir a difusão de determinadas opiniões. Uma coisa criminosa, especialmente tendo-se em vista que se trata de uma empresa privada, estabelecendo regras para determinar que tipo de opinião pode ou não ser expressa.
Há ainda um problema que remete ao período da Ditadura Militar brasileira (1964-1985), com o folclórico exemplo do reconhecimento da obra A Capital (romance de Eça de Queiroz) como fosse a obra de Marx e Engels O Capital. O debate sobre o termo “sionista” como uma palavra com “camadas” é digna de uma comédia pastelão, mas indicativo também da virulência da ditadura sionista. Diz a nota da empresa que 145 “especialistas” foram consultados sobre se o termo seria proibido ou não, com o desfecho anunciado, em favor de uma censura que diverge das ditaduras fascistas do século XX nesse ponto fundamental.
Primeiro, não é que a pessoa vai expressar uma opinião tornada crime pelo Estado e após sua opinião ser conhecida, sofrer retaliações. Na ditadura mundial do sionismo e da qual a Meta é um dos instrumentos, ela sequer vai conseguir mostrar a alguém. A profundidade da supressão da opinião é muito maior, assim como o crime dela.
Em segundo lugar, não afeta apenas o Brasil, a Itália, a Alemanha ou qualquer outro país. Todo o planeta Terra está submetido aos caprichos do monopólio representado pela Meta. Mais de 2,96 bilhões de usuários do Facebook e outros 2 bilhões de usuários do Instagram serão diretamente atingidos, impedidos de expressar seu repúdio aos crimes monstruosos cometidos por “Israel” contra o povo palestino.
Em um momento no qual a barbárie cometida pela invasão sionista da Palestina choca o planeta, torna-se evidente também que fossem preocupações de caráter humanitário o que move Meta a censurar determinados conteúdos, o normal seria começar ao menos pela propaganda sionista. O fato de ser o contrário, de “Israel” ser protegido e nesse momento, de demonstração pública dos horrores que o Estado artificial leva ao território palestino, mostra que a Meta é cúmplice do genocídio em andamento na Faixa de Gaza, de cada criança decapitada pelos bombardeios criminosos que a entidade sionista assassina.
Não é demais lembrar: o sionismo é um movimento político, dedicado a estabelecer uma colônia para europeus no Mundo Árabe, dirigida por praticantes da fé judaica. Não é, de maneira alguma, um sinônimo de judaísmo, como comprova a oposição que a política sofre de tantos judeus, especialmente os haredim, grupo mais ortodoxo da religião.
Dado sua característica de movimento político, sequer é correto dizer que só judeus são sionistas, que seriam os apoiadores desta política, incluindo-se aí católicos como Joe Biden, evangélicos como muitos da base militante do bolsonarismo no Brasil, ateus e uma infinidade de pessoas das mais diversas. Não é preciso ser judeu para defender o massacre do povo palestino, finalmente. Basta ter interesses nisso, o que torna um absurdo completo tratar sionismo e judaísmo como sinônimos, quando não são.
Ainda que fosse o caso, porém, em uma sociedade verdadeiramente democrática, onde a conquista civilizatória representada pela liberdade de expressão tivesse o valor devido, eventuais críticas à religião judaica, católica, umbandista ou qualquer outra, seria respondida com a força das críticas contrárias. Nunca com a brutalidade da censura.