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Cláudio Corbo

Professor, Geógrafo, Mestre em Ciência Política e colunista do Diário Causa Operária (DCO)

Coluna

Meu nome é Eduardo Leite, mas pode me chamar de aquecimento global

"No capitalismo, a justiça não existe, o que se chama de justiça tarda, exatamente para falhar e para causar letargia no povo que não luta por um mundo justo e solidário"

É com imensa tristeza que escrevo o presente artigo sobre as enchentes no Estado do Rio Grande do Sul, mas o papel do colunista político é a busca incessante pelos fatos verdadeiros para assim denunciar incompetências e tentar esclarecer os leitores cientificamente sobre o que está ocorrendo.

O título do texto faz alusão ao marketing da campanha eleitoral para Prefeito de Pelotas, no ano de 2012, do Senhor Eduardo Leite, atualmente governador do Estado. A publicidade consistia no seguinte: como Eduardo Leite era um jovem vereador desconhecido no município, ele falava “meu nome é Eduardo Leite, mas pode me chamar de Eduardo”. No segundo turno, onde derrotou o candidato do PT, senhor Fernando Marroni, os marqueteiros de Leite gravavam pessoas dizendo “meu nome é fulano, mas pode me chamar de Eduardo”.

Os leitores que quiserem compreender a trajetória política, sempre muito bem financiada do atual Governador do Rio Grande do Sul, podem consultar um texto que publiquei no ano de 2021 aqui no DCO e também no Brasil 247, onde carinhosamente criei a alcunha de “Bolsonaro dos Pampas” para homenagear Eduardo Leite.

No momento em que escrevo o Rio Grande do Sul está em frangalhos, até agora são 110 mortos, centenas de desaparecidos e 1,5 milhões de gaúchos atingidos pelas chuvas torrenciais que deixaram 425 municípios do Estado alagados, sendo que o Rio Grande do Sul é composto por 497 municípios. O que devemos questionar é se os fenômenos climáticos podem ser evitados? A resposta é não.

 O planeta Terra existe há mais ou menos 4 bilhões de anos, e a humanidade começou seu processo de industrialização há menos de 300 anos, os ciclos de aquecimento e resfriamento ocorrem naturalmente ao longo desses bilhões de anos, pois faz parte de um ciclo natural, e a atividade humana não tem nenhum impacto significativo nesses ciclos, lembrando que eles ocorrem muito antes da nossa existência.

A farsa de que o aquecimento global é causado por gases poluentes como CO2 e gás metano se deve ao fato de que os países imperialistas utilizam muito petróleo para manter o status quo e sendo o petróleo um recurso finito da natureza os 5 ou 6 países que dominam os demais precisam inventar uma história para que os países atrasados no desenvolvimento do capitalismo, não se industrializem e proporcionem dignidade aos seus povos. Ou seja, para os ricos tudo e, para os pobres, energia renovável.

É necessário esclarecer que esse petróleo que é o motor do desenvolvimento, provavelmente acabará, mas isso vai ocorrer daqui a centenas de milhares de anos, então agendas como a 2030, Protocolo de Kyoto e outras são imposições dos donos do mundo aos países subdesenvolvidos, o lamentável é que governos federais como o do Brasil não consultem ninguém sério para problematizar o assunto. 

Por outro lado, temos a Ministra Marina Silva lutando para que o Brasil não extraia nem utilize mais petróleo, e vivamos apenas de energias renováveis, um delírio total, e ao que tudo indica o Presidente Lula acredita na falácia da Ministra ongueira. Marina Silva não defende o desenvolvimento da população brasileira, logo, cabe perguntar: para quem essa cidadã trabalha e defende os interesses de quem?

Sabe-se, exceto a esquerda hippie, que a ação antrópica não interfere no clima, os buracos existentes na camada de ozônio são necessários para a vida humana na Terra, pois sem eles seria frio demais e sem a camada de ozônio seria calor demais, portanto a camada de ozônio e seus buracos são o equilíbrio da temperatura atmosférica. Tanto é que enchente semelhante acometeu o Rio Grande do Sul em 1941, quando não se usava desodorante aerossol e a população de vacas era menor para expelir tanto gás metano.

Ninguém é culpado pelas chuvas no Rio Grande do Sul, mas o Governo Estadual é culpado pelas mortes, pelas enchentes, pelos danos materiais etc. Afirmo isto com extrema convicção, haja vista que o “Bolsonaro dos Pampas” foi avisado pelo ecólogo Doutor Marcelo Dutra, Professor da Universidade FURG, há um ano atrás que essa onda de chuvas ocorreria entre maio e junho deste ano, o vídeo está disponível no YouTube.

E um dos mais respeitados climatologistas do Brasil e do mundo, Professor aposentado da Universidade Federal do Alagoas, físico e meteorologista PHD Luiz Carlos Molion previu, com seu arcabouço científico, há mais de 10 anos.

Por que o Governador tucano não fez nada, como construção de redes de drenagens, fortalecimento dos aquedutos etc.?

Simples, Leite é neoliberal ferrenho, vejam que ele privatizou as companhias de luz e parte da de água no Rio Grande do Sul, o capitalismo consiste em matar pobres, nesse modo de produção insustentável onde o dinheiro compra tudo, enquanto a classe trabalhadora perde suas casas, seus familiares, seus poucos pertences, os capitalistas fazem a festa, os postos de combustível em Pelotas e Porto Alegre aumentaram em 80% o preço da gasolina, os supermercados idem.

Mas o mais sádico foi feito por Eduardo Leite e também pelo Prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, criaram um PIX para arrecadar dinheiro para o Estado e Município, para onde vai o dinheiro dos exorbitantes impostos que são cobrados dos trabalhadores?

Tanto equipes econômicas do Governo Federal quanto do governo Estadual projetam em 20 bilhões de reais para reconstruir o Rio Grande do Sul, para as pessoas que me leem neste momento pode parecer muito, mas para o Governo Federal é um trocado, já que o Brasil paga exatamente esse valor mensal para 6 acionistas estrangeiros da Petrobras.

No capitalismo, a justiça não existe, o que se chama de justiça tarda, exatamente para falhar e para causar letargia no povo que não luta por um mundo justo e solidário. Em uma sociedade normal, todos os neoliberais deveriam ser enquadrados por crime de lesa-pátria.

Somos 99% de trabalhadores contra 1% de capitalistas, ou agimos de forma conjunta, séria e realista ou seguirão assassinando pobres de fome, de enchentes, de depressão etc. O maior assassino em série da história da humanidade é o capital.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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