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HISTÓRIA DA PALESTINA

Massacre de Hula: quando os sionistas assassinaram mais de 80

O massacre foi perpetrado pelo tenente Shmuel Lahis. Em seu julgamento, foi condenado a apenas 7 anos de prisão, mas foi perdoado pelo primeiro presidente de "Israel".

Tendo em vista as décadas de domínio da propaganda imperialista a favor de “Israel”, que falsificam a realidade de forma incessante, ainda permanece praticamente impossível listar todos os massacres que os sionistas cometeram contra os palestinos durante a Nakba.

Contudo, à medida que foi se aprofundando a crise de “Israel”, com o avanço da resistência palestina ao longo dos anos, mais e mais casos foram sendo revelados.

Um destes casos foi o do massacre de Hula, perpetrado pelas Forças Israelenses de Ocupação no dia 31 de outubro de 1948.

Hula é uma aldeia localizada no sul do Líbano, a apenas 3 km do kibutz de manara, este, por sua vez, situado no extremo norte de “Israel”. O vilarejo libanês existe até os dias atuais, e é próximo do Rio Litani, o qual os sionistas tentam tomar do Hesbolá há anos como parte de sua política colonial na região.

Segundo expõe o historiador judeu israelense Ilan Pappe, em sua obra A Limpeza Étnica da Palestina, pág. 192, o massacre fez parte de planos dos sionistas de tomar o sul do Líbano, planos estes baseados em relatórios de inteligência que apontavam que os libaneses não tinham nenhum plano ofensivo, mas apenas defensivo. O historiador aponta ainda que, nesta conjuntura, um total de 13 vilarejos na região sul do país foram tomados, mostrando que o expansionismo colonial de “Israel” no Líbano remonta à época da Nakba.

Assim como todos os massacres perpetrados pelos sionistas durante a Nakba, o massacre cometido contra os aldeões de Hula foi feito sem absolutamente nenhuma necessidade militar. Afinal, as tropas das Forças Israelenses de Ocupação, especificamente a Brigada Carmeli, invadiram e estabeleceram controle sobre o vilarejo no dia 24 de outubro.

No decorrer de uma semana, antes do massacre, mostrando que a situação era controlada, e que o massacre era desnecessário, as tropas sionistas dedicaram-se a expulsar os habitantes do vilarejo. Todas as mulheres e crianças foram expulsas; quanto aos homens, foram expulsos a maioria entre 15 e 60 anos.

Contudo, o modus operandi das forças de ocupação não era apenas expulsar os palestinos. Segundo matéria publicada neste jornal, durante anos, os sionistas, com auxílio indispensável do imperialismo britânico, criaram um extenso banco de dados sobre as organizações da resistência palestina e todos que estiveram envolvidos com tais grupos. Assim, sempre que os sionistas invadiam os vilarejos, eles selecionavam aldeões para serem assassinados. Alguns deles realmente haviam tido alguma ligação com a resistência palestina. Contudo, na maioria dos casos, isto era apenas um pretexto.

Assim, além de expulsarem os palestinos de Hula, os sionistas perpetraram um massacre. Mais outro.

Como informado no início deste artigo, o assassinato em massa ocorreu no dia 31 de outubro de 1948, já nas etapas finais da Nakba.

Em apenas um dia, “as forças judaicas executaram mais de 80 aldeões apenas no vilarejo de Hula” (Pappe, ob. cit. pág. 192). O principal militar israelense no comando do massacre foi o tenente Shmuel Lahis.

Pelo massacre, ele foi denunciado e submetido a julgamento. Deste, resultou uma condenação a apenas 7 anos de prisão. Vale ressaltar, contudo, que Lahis não ficou preso. Para confirmar a natureza genocida do sionismo e do Estado de “Israel”, o tenente foi perdoado quase que de imediato pelo presidente à época (do Estado provisório de “Israel”), que era ninguém menos que Chaim Weizmann, um dos principais líderes da história do sionismo, em especial de sua corrente dita moderada, tendo sido inclusive presidente da Organização Sionista Mundial por mais de duas décadas, em dois mandados não consecutivos.

Eventualmente, o fascista Shmuel Lahis foi alçado à posição de presidente da Agência Judaica, uma das principais organizações responsáveis para consolidar a colonização da Palestina após a expulsão dos palestinos na Nakba.

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