Coluna

Manifestações em Tel Aviv

Os radicais de direita saem às ruas

 Não podemos esquecer que os protestos em Tel Aviv, que na melhor das hipóteses poderiam derrubar Netanyahu, nada tem a ver com um repúdio da população israelense ao massacre em Gaza, nem com os assassinatos na Cisjordânia; sequer desejam buscar um entendimento com o Hamas e as outras forças da resistência Palestina. Não, são manifestações de descontentamento da franja mais fascista da população israelense com a questão dos reféns e as mortes que ocorreram, causadas pelos próprios ataques do exército de Israel à população civil de Gaza. Cerca de 61% dos israelenses não tem confiança na forma como o governo está atuando em Gaza, não confiam no seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ou sua habilidade em formar um novo governo em caso de eleições antecipadas. Estas pessoas, que agora protestam nas ruas de Tel Aviv para a soltura dos reféns, continuam com os mesmos jargões que caracterizaram por anos as manifestações da extrema direita sionista: cantam a plenos pulmões “Morte aos Árabes” entre outros cânticos racistas e supremacistas. A sociedade israelense tornou-se doente; mesmo que estudos projetem que 260 mil pessoas podem morrer nos próximos meses se a guerra continuar, isso não mobiliza ou cria empatia na população de Israel. e as últimas pesquisas apontaram que 98% dos entrevistados acreditam que a matança deve se intensificar, e que nenhum estado palestino jamais deverá ser criado. Porém, é forçoso ter em mente que, diante de outras figuras da extrema direita israelense, Netanyahu é considerado “moderado“. Outras figuras conhecidas da política israelense têm palavras muito mais odiosas – como Itamar Ben-Gvir, que defendeu apaixonadamente os torturadores – convocando a população a tratar como heróis os acusados de abuso nas masmorras israelenses ou pedindo, como a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield, a “solução final” para os palestinos que insistem em lutar por sua terra.

De nossa parte cabe intensificar os boicotes de todos os produtos israelenses, em especial o comércio de armas – que são testadas em crianças palestinas e em civis desarmados. Nada que venha de Israel deve ser consumido. O boicote contra Israel deverá se cada vez mais intenso, brutal, tanto em produtos quanto no terreno da arte, cultura, literatura e tecnologia. O bloqueio acadêmico – com o encerramento de qualquer intercâmbio com universidades sionistas – deverá se aprofundar ainda mais, isolando qualquer contato com o sistema de ensino sionista. Israel é um país terrorista, que está levando a cabo um “genocídio televisado”, e deve ser isolado e conduzido à condição de pária internacional. Nesta semana o Brasil interrompeu a compra de material bélico de Israel, diante do protesto de inúmeras organizações e instituições humanitárias e de apoio ao povo palestino, mas esta medida ainda é frágil e limitada. É necessário lutar pelo rompimento total das relações entre os países. Sabemos da importância do Brasil como exemplo aos países do sul global, e o exemplo de ruptura levaria a um efeito em cascata, que seria um golpe decisivo para o enfraquecimento de Israel. Se isso ocorrer, o estrangulamento financeiro que se seguirá levará ao colapso – que alguns analistas consideram iminente – da economia do país, e com isso se tornará inevitável a insurgência popular. Também é esperado que aumentem os protestos nos campi das universidades americanas – em número de universidade e de participantes – forçando que, inobstante quem seja o futuro presidente, tenha uma atitude mais comedida no apoio aos fascistas israelenses.

É forçoso entender que a crise no Oriente Médio não é algo novo ou ocorreu de forma inesperada. Ela se dá no momento de profunda fragilidade do imperialismo e como parte integrante da grande crise do capitalismo internacional. Portanto, não é adequado acreditar que este assunto pertence ao Oriente Médio ou mesmo que se trata de uma questão entre os colonos israelenses e os palestinos que há 7 décadas lutam por sua terra. Não; a palestina é uma ferida aberta do imperialismo. A luta dos Estados Unidos para manter de pé sua colônia na Terra Santa é um esforço para garantir uma sobrevida ao imperialismo. Combater Israel e suas atrocidades, o colonialismo e o apartheid, a opressão e as torturas são formas de ajudar a construir um mundo multipolar, com mais oportunidade para os países emergentes como o Brasil. Portanto, é nossa tarefa colaborar para que este conflito termine com a vitória da paz e da autonomia dos povos, e uma palestina plural, livre e democrática.

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