Na última sexta-feira (1º), uma equipe da Organização das Nações Unidas (ONU), durante visita ao hospital al-Shifa, na Faixa de Gaza, identificou um grande número de pacientes com ferimentos de bala. A comitiva foi até o centro médico um dia depois do que ficou conhecido como Massacre da Farinha, quando soldados israelenses abriram fogo contra uma fila de palestinos que aguardavam por comida, matando mais de 116 e ferindo mais de 750 pessoas.
“Enquanto falo com vocês, este hospital está tratando mais de 200 pessoas que ficaram feridas ontem. Vimos pessoas com ferimentos de bala. Vimos amputados e vimos crianças de até 12 anos que ficaram feridas ontem”, disse Georgios Petropoulos, chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) em Gaza.
A declaração da ONU contraria completamente a explicação dada pela ocupação sionista. Após a chacina, o exército israelense afirmou que as mortes foram consequência de uma “confusão” na qual pessoas teriam sido pisoteadas.
“Residentes cercaram os caminhões para saquear os suprimentos que eram entregues. Como resultado do empurra-empurra, pisoteamento e atropelamento pelos caminhões, dezenas de palestinos foram mortos e feridos”, disse o exército sionista na ocasião.
Entretanto, não só filmagens, como também depoimentos de sobreviventes do massacre e de jornalistas que estavam no local, deixam claro que os palestinos que estavam na fila foram assassinados pelas forças de ocupação israelenses, que abriram fogo.
Agora, as declarações dos funcionários da ONU reforçam ainda mais que, como era de se esperar, o Estado sionista estava mentindo quanto ao Massacre da Farinha. Foi, de fato, uma das piores chacinas desde a intensificação do conflito, em 7 de outubro, parte da política de “Israel” de exterminar o povo palestino.
Outra alegação que confirma que os israelenses atuaram para matar um grande número de civis vem de um relatório publicado no último domingo (3) pela organização Euro-Med Monitor. Segundo o documento, divulgado durante uma coletiva de imprensa também no hospital al-Shifa, as forças de ocupação israelenses abriram fogo intencionalmente contra a multidão que esperava por ajuda humanitária.
O mesmo relatório também confirma que, em diversas ocasiões, tanques israelenses atropelaram civis palestinos propositalmente, como é o caso de um homem assassinado no bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, em 29 de fevereiro.
Apesar dos casos em questão não dizerem respeito ao Massacre da Farinha, eles ajudam a confirmar a versão de que a matança feita pelos israelenses foi deliberada porque, segundo testemunhas, o exército de “Israel” também atropelou deliberadamente corpos de civis assassinados e palestinos que estavam feridos, sendo assassinados por conta dos tanques de guerra dos sionistas.