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Mato Grosso do Sul

Mais de cem índios ingressam no PCO em um final de semana

Região é conhecida por ser palco de uma violenta luta pela terra, onde sem-terras e os guarani-caiouás estão sob constante ameaça dos latifundiários

O Partido da Causa Operária filiou mais de cem índios no Sul do Mato Grosso do Sul no último final de semana. A importante conquista política é resultado de uma série de reuniões realizadas nas cidades de Dourados, Amambai e outras da região sudoeste do estado. Estiveram presentes nas reuniões importantes lideranças locais que já integram os quadros do PCO e o membro da Executiva Nacional do Partido, Antônio Carlos Silva, que falou ao Diário Causa Operária sobre as atividades desenvolvidas junto às comunidades guarani-caiouás, principal etnia da região.

Segundo o dirigente partidário, “as reuniões tiveram como objetivo discutir a situação política, a luta dos índios após 15 meses de governo do PT e fracasso total da política de atendimento às reivindicações dos índios por parte do Ministério dos Povos Indígenas, comandada pela deputada Sônia Guajajara (PSOL-SP).”

A última dessas reuniões ocorreu no último domingo (24), contando com a participação de 80 índios, na cidade de Amambaí, a cerca de 45 km do Paraguai, no extremo sudoeste do Mato Grosso do Sul. Contando com a participação de Antônio Carlos, o encontro discutiu a intervenção do Partido nas eleições, com os guarani-caiouás aproveitando o momento para fazer a discutir um programa de luta em torno de suas necessidades:

“As reuniões discutiram também a criação de núcleos e diretórios do Partido da Causa Operária sob a liderança de representantes das comunidades indígenas em várias cidades, visando inclusive o lançamento de candidaturas a prefeitos vereadores das comunidades indígenas das aldeias e retomadas nas eleições deste ano.”

O dirigente do PCO destaca a importância dos encontros, que serviram “para impulsionar a organização da luta indígena com base em um programa revolucionário de defesa das reivindicações mais sentidas do povo guarani-caiouá, da unidade com a classe operária e da luta pela conquista de governos dos trabalhadores, da cidade, do campo e dos índios em todo o País.” Antônio Carlos acrescenta ainda que “os índios militantes do PCO, deliberaram a construção de um coletivo, a publicação de um jornal nacional e vão avançar na sua organização junto à vanguarda da classe trabalhadora e dos povos oprimidos que se organizam no interior do Partido.”

Nas reuniões realizadas nas aldeias e retomadas, lideranças com mais experiência e algumas delas com 20, 30 anos de militância no interior do Partido dos Trabalhadores (PT), relataram a sua frustração das comunidades com as demais organizações da esquerda local, que utilizam os índios para a defesa de interesses das lideranças políticas que lhes pedem apoio, sem, no entanto, levar adiante a luta pelas reivindicações dos interesses próprios dos índios. É o caso da luta pela demarcação e proteção de suas terras e também, o atendimento de questões essenciais como o acesso à saúde e educação rural, fornecimento de água e serviços básicos nas tribos, nas aldeias e nas retomadas, entre outras necessidades fundamentais.

Muitos companheiros se queixaram do fato de que os índios não têm recursos sequer para desenvolver o plantio da lavoura, não dispondo também do fornecimento de óleo e de tratores para fazer a semeadura das colheitas.

Não há nenhum tipo de assistência técnica para desenvolver a atividade rural e com isso, garantir a melhoria do padrão de vida (atualmente em patamares medievais) e a própria alimentação dos índios, hoje ameaçada pelas enormes dificuldades enfrentadas pela comunidade. Além disso, o PT abdicou da defesa dos índios na luta pelas retomadas diante da enorme repressão do governo do PSDB no estado, que vem contando, inclusive, com o apoio dos setores do PT, apesar da sua política claramente contrária aos interesses dos guarani-caiouás e de todos os trabalhadores rurais da região.

A região Sul do estado é conhecida por ser palco de uma violenta luta pela terra, onde sem terra e principalmente índios como os guarani-caiouás estão sob constante ameaça dos latifundiários. Com auxílio das forças de repressão como a Polícia Militar, os batalhões de elite da Polícia Civil, membros da Força Nacional e também dos poderes Judiciário e Executivo, os índios enfrentam todo o aparato burocrático organizado para defender os grandes fazendeiros, encobrindo e apoiando toda sorte de crimes contra índios e demais povos camponeses.

Em um quadro com esse histórico de violência e barbárie, é de se destacar que a campanha realizada pelo PCO para fortalecer as fileiras do partido revolucionário tenha ganhado tanto destaque entre os índios sul-mato-grossenses. O deslocamento à esquerda de uma importante parcela da população rural do estado expressa a tendência de deslocamento dos demais setores pobres e explorados da população brasileira para uma política de enfrentamento contra os opressores do povo, a burguesia e o imperialismo.

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