No sábado (20), autoridades palestinas recuperaram mais de 200 corpos em covas coletivas nos arredores do Complexo Médico Nasser, na cidade de Khan Yunis em Gaza. A descoberta desta cova coletiva pelas autoridades palestinas se dá duas semanas após a retirada de tropas israelenses do sul da cidade.
Dentre os mais de 200 corpos estavam mulheres idosas, crianças e homens jovens, afirmou a emissora Al Jazeera. Em declaração, o Movimento de Resistência Islâmica – Hamas – disse que os palestinos encontrados foram “executados a sangue frio e enterrados por escavadeira sob o solo dos pátios do Complexo, soma-se a inúmeras covas coletivas encontradas, especialmente nos pátios dos hospitais. Essa descoberta reafirma a extensão dos crimes e atrocidades cometidos pelo exército de ocupação sionista, levantando questões sobre o destino de milhares de palestinos que continuam desaparecidos após a retirada do exército de ocupação fascista das áreas na Faixa de Gaza”.
A cova coletiva encontrada no Complexo Médico Nasser soma-se a diversas outras encontradas pelas autoridades palestinas na Faixa de Gaza. No início da semana passada, outra cova foi descoberta no Hospital al-Shifa após um cerco de duas semanas na região. Após o fim do cerco diversas valas comuns foram encontradas na região do hospital, este que é a maior instalação médica de Gaza.
Até o momento de escrita desta matéria já somam mais de 35.000 palestinos mortos e mais de 70.000 feridos pelo regime nazista de “Israel”. Mais de 10.000 palestinos estão desaparecidos. A questão levantada pelo Hamas assombra a todos os povos oprimidos do mundo, quantos milhares de palestinos estão mortos sob os escombros ou em covas coletivas feitas pelo exército genocida de “Israel”?
Em declaração ao jornal New York Times, o palestino Salem Qassem disse que sua família estava enterrada sob os escombros de um prédio bombardeado a quarenta dias, porém, mesmo se fossem retirados os escombros não encontraria seus corpos, apenas cinzas deixadas pelas bombas.
Este é o cenário em Gaza. Milhares de pessoas que não sabem se seus familiares estão vivos ou mortos, onde estão seus corpos e sem conseguir enterra-los. Os ataques aéreos e as covas coletivas feitas pelo exército nazista de “Israel” impedem que os médicos tenham acesso a milhares de palestinos, os quais se somam cada vez mais ao número de mortos e desaparecidos.
Ao mesmo tempo em que estas covas coletivas são encontradas, “Israel” realiza quase que diariamente ataques aéreos em Rafá, onde mais da metade da população de Gaza – quase 2,3 milhões de habitantes – está concentrado, após ser expulsa de suas casas durante as investidas israelenses. Aumentado ainda mais o número de mortos e de desaparecidos.
“Os crimes horríveis perpetrados pelo criminoso exército e os assassinatos em massa de civis desarmados – crianças, mulheres e idosos – em hospitais, centros de abrigos, tendas de deslocamento e bairros residenciais não teriam continuado sem o apoio político e militar incondicional e a fachada fornecida pela administração do Presidente Biden a esta entidade fascista, permitindo que ela continue o genocídio contra nosso povo por mais de seis meses”, afirmou o Hamas em sua declaração sobre as covas coletivas.
Os Estados Unidos continuam a fornecer armas e bilhões de dólares ao regime fascista de “Israel”, fomentando cada vez mais sua máquina de guerra. Biden tenta dissimular o povo norte-americano com declarações sobre o fim das hostilidades em Gaza, porém tratam-se apenas de falácias. No sábado, a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou – com amplo apoio dos Democratas e Republicanos – um novo pacote de US$ 95 bilhões para assistência de segurança para Ucrânia, Taiwan e – quem diria? – “Israel”. Deste pacote 26 bilhões de dólares serão destinos aos sionistas para a manutenção e avanço da ocupação da Palestina e do brutal assassinato de dezenas de milhares de palestinos. Como apontou o Hamas: “A administração dos EUA e o Presidente Biden pessoalmente carregam reponsabilidade política, legal e moral pelos crimes de guerra cometidos pela criminosa entidade sionista contra o nosso povo Palestino, pelo seu apoio, o qual viola o direito interacional e constitui um sinal verde para o governo sionista extremista continuar sua brutal agressão contra nosso povo e sua flagrante violação de todas as leis internacionais e normas humanitárias”.