América Latina

Maduro: ‘Caracas se tornou a capital mundial do antifascismo’

Entre os dias 10 e 11 de setembro, a capital da Venezuela, Caracas, sediou um evento de relevância global: o Congresso Mundial contra o Fascismo, Neofascismo e Expressões Similares

Nos dias 10 e 11 de setembro, a capital da Venezuela, Caracas, sediou um evento de relevância global: o Congresso Mundial contra o Fascismo, Neofascismo e Expressões Similares. O congresso reuniu mais de 1.200 delegados de 95 países, consolidando a cidade venezuelana como centro de um grande enfrentamento político.

O presidente Nicolás Maduro, ao encerrar o congresso, declarou que “Caracas se tornou a capital mundial do antifascismo”. Em seu discurso, Maduro ressaltou a importância do evento como um ponto de partida para a formação de uma grande internacional antifascista, capaz de articular forças para a construção de um novo mundo pautado pela paz e pela justiça. “Este congresso é uma oportunidade de unir forças e avançar em direção a um futuro melhor”, afirmou o chefe de Estado.

Maduro lembrou também a principal crise imperialista da atualidade, a luta entre “Israel” e a Resistência Palestina, onde a vantagem se encontra com os árabes. Destacando o laço que une os fascistas venezuelanos aos nazistas e sionistas, o líder bolivariano disse em sua intervenção:

“Chefiado por María ‘Sayona’ Machado, que era responsável pela mensagem de vingança e pelo lema ‘até o fim’, semelhante ao lema de Hitler, da ‘solução final’, que visava exterminar todos aqueles que não pertenciam à raça ariana e os judeus. Hoje, o Império Norte-Americano, com a mesma intenção, busca exterminar nossos irmãos árabes, palestinos e muçulmanos. Honra e glória ao povo palestino, que resiste. A Palestina vencerá!”

A intervenção de Maduro também abordou a crescente ameaça do fascismo global, destacando a Venezuela como um dos principais cenários de disputa contra a extrema direita. “A Venezuela é o epicentro da agressão multiforme do império norte-americano”, declarou. Ele reforçou que a luta contra o fascismo e o colonialismo é vital para garantir um futuro justo e igualitário, e lembrou que a direita global se adapta e muda de forma, como exemplificado pelos líderes fascistas disfarçados, como Javier Milei e Daniel Noboa.

O congresso também condenou a mobilização golpista que a Venezuela enfrenta, a qual, segundo os participantes, tem semelhanças com o golpe de Euromaidan na Ucrânia em 2014. Esta comparação foi destacada para ilustrar a gravidade e a sofisticação das ameaças que o país enfrenta. Diversos debates abordaram como o fascismo e a extrema direita são usados como ferramentas para desestabilizar governos progressistas, assim como ocorreu na Ucrânia.

A criação do Congresso Internacional Antifascista foi anunciada por Maduro durante o evento. Este novo organismo, com sede em Caracas, terá a missão de reunir movimentos, lideranças e intelectuais comprometidos com a luta contra o avanço do fascismo e da extrema direita. Maduro enfatizou que a Venezuela, sob seu governo, se tornará o centro global para coordenar essas ações. “Vamos usar este congresso para aperfeiçoar nossas estratégias e fortalecer nossa luta pela paz e pela justiça”, declarou.

A vice-presidente Delcy Rodríguez, durante o congresso, ressaltou a necessidade de compreender a evolução do capitalismo e sua relação com o surgimento do fascismo. Ela destacou o papel dos EUA na expansão do fascismo e a influência dessas dinâmicas na geopolítica global. Rodríguez também abordou a crise sistêmica do capitalismo como um fator que impulsiona o crescimento de forças fascistas.

Diva Guzman Leon, deputada e vice-presidenta de mulheres do PSUV, destacou que a situação na Venezuela serve de exemplo para outros países da América Latina que enfrentam movimentos fascistas, como os casos de Javier Milei na Argentina e Jair Bolsonaro no Brasil. Guzman expressou preocupação com o avanço do neofascismo na região e chamou a atenção para como a extrema direita está articulando estratégias para desmontar governos progressistas e impor regimes autoritários.

Os debates também incluíram uma análise sobre como o fascismo atua como uma reação às crises do capitalismo. O congressista peruano Guillermo Rojas explicou que o fascismo surge quando os interesses capitalistas estão ameaçados, refletindo a natureza cíclica das crises econômicas e políticas. “O fascismo é o cão de caça do capitalismo”, afirmou Rojas, sublinhando como essas ideologias se intensificam em períodos de crise para garantir a manutenção dos interesses da classe dominante.

Marcelo Koenig, ex-deputado peronista argentino, observou que a extrema direita usa uma variedade de ferramentas para atingir seus objetivos, incluindo nacionalismo chauvinista e políticas autoritárias. Ele criticou a ideia de que o mercado deve ser o regulador supremo das relações sociais e destacou o autoritarismo e a antipolítica como características comuns do neofascismo.

Ao final do congresso, ficou claro que a criação de núcleos e escolas de formação política será uma prioridade para os organizadores, visando a expansão da luta antifascista entre as juventudes e movimentos sociais ao redor do mundo. Os participantes concordaram que é essencial desenvolver um pensamento latino-americano abrangente e fortalecer a unidade entre as forças progressistas globais para enfrentar a ascensão do fascismo.

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