Na última terça-feira (15), no programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, fez uma avaliação da política econômica do governo Lula, criticando especialmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para Pimenta, as políticas de austeridade estão alinhadas aos interesses do imperialismo e causam danos profundos à classe trabalhadora. Além disso, ele alertou para o risco de um aumento da repressão política no Brasil, caso o governo continue a seguir esse caminho.
Rui Costa Pimenta iniciou sua análise destacando que, apesar das promessas de campanha, o governo Lula tem se aproximado das políticas econômicas ditadas pelo imperialismo. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está implementando um conjunto de medidas que favorecem os interesses dos grandes capitalistas internacionais, enquanto sacrificam os trabalhadores brasileiros.
“A política econômica do Haddad não é uma política de desenvolvimento. É uma política de controle fiscal, de ajuste, para agradar os banqueiros e o grande capital. Isso tem levado o país a um colapso econômico. O povo está cada vez mais pobre, e o governo está entregando o país nas mãos do imperialismo”, afirmou o presidente do PCO durante o programa.
Pimenta explicou que as políticas adotadas até o momento pelo governo têm resultado em cortes de programas sociais e investimentos públicos, afetando diretamente a população mais vulnerável. Para ele, as medidas de Haddad são, na prática, uma continuação das políticas neoliberais que sempre privilegiaram a burguesia.
“Estamos vendo o mesmo filme de sempre. Cortes na saúde, educação e em programas sociais. O governo está se alinhando com o grande capital e sacrificando o povo. Isso é uma traição ao programa pelo qual Lula foi eleito”, declarou.
Pimenta também chamou a atenção para o fato de que as políticas de austeridade criam um ciclo vicioso, no qual a pobreza e o desemprego aumentam, levando a mais pressão sobre os trabalhadores. Ele ressaltou que esse processo não só enfraquece a classe trabalhadora, mas também prepara o terreno para um aumento da repressão estatal.
Repressão política e avanço autoritário
Outro ponto central da análise de Rui Costa Pimenta foi a ligação entre as medidas econômicas de austeridade e o avanço da repressão política no Brasil. Para ele, o governo está fortalecendo um aparato repressivo que, embora inicialmente voltado contra a extrema direita, poderá ser usado contra qualquer forma de oposição política no futuro, inclusive a esquerda.
“O que estamos vendo é um endurecimento das instituições repressivas do Estado. A justiça, a polícia, todos estão sendo mobilizados para reprimir qualquer dissidência. Isso é muito perigoso. Hoje atacam os bolsonaristas, amanhã atacam a esquerda e qualquer um que ouse desafiar o status quo”, alertou o presidente do PCO.
Pimenta também destacou que figuras como o ministro Alexandre de Moraes estão sendo aplaudidas por setores da esquerda por suas ações contra a extrema direita, sem que esses setores percebam que esse mesmo aparato repressivo será usado contra os movimentos populares e revolucionários. Para ele, essa postura revela uma falta de entendimento sobre o papel das liberdades democráticas na luta de classes.
Em sua crítica à esquerda, Pimenta direcionou palavras duras à esquerda pequeno-burguesa. Para o dirigente do PCO, essa ala da esquerda tem colaborado com a repressão ao apoiar medidas autoritárias sob o pretexto de combater o bolsonarismo. Ele advertiu que essa colaboração pode ter consequências desastrosas no futuro, uma vez que o aparato repressivo que está sendo fortalecido também será usado contra eles.
“Esses setores da esquerda estão aplaudindo Alexandre de Moraes e as ações repressivas, achando que estão combatendo o fascismo. Mas isso é um grande erro. O aparato repressivo, uma vez fortalecido, vai se voltar contra todos que se opõem ao sistema, inclusive eles próprios.”
Ele ainda ressaltou que a história já demonstrou como essa colaboração pode ser perigosa. “Quando a esquerda apoia medidas de repressão, está, na verdade, fortalecendo o Estado burguês e enfraquecendo a luta dos trabalhadores”, concluiu.
O fracasso da política de conciliação de classes
Outro ponto relevante da análise foi a crítica à política de conciliação de classes adotada pelo governo Lula. Segundo Pimenta, ao buscar alianças com setores da burguesia e adotar uma política econômica que atende aos interesses do imperialismo, o governo está se distanciando de sua base popular e enfraquecendo sua capacidade de implementar mudanças reais.
“Lula está repetindo os erros do passado, tentando conciliar os interesses da burguesia com os da classe trabalhadora. Isso é impossível. Não se pode governar para o povo e, ao mesmo tempo, servir ao grande capital. A conciliação de classes só favorece a burguesia e prejudica os trabalhadores”, afirmou.
Ele acrescentou que essa política de conciliação é responsável pelo enfraquecimento da esquerda no Brasil, deixando um vácuo que vem sendo preenchido pela extrema direita. “A esquerda, ao adotar essa postura, perde sua base de apoio e entrega o jogo para a direita. Precisamos de uma esquerda combativa, que defenda incondicionalmente os direitos democráticos e lute contra o imperialismo”, disse.
Para assistir ao programa na íntegra, acesse o canal da Rádio Causa Operária no YouTube.