Eleições venezuelanas

Lula continua seguindo a cartilha do golpismo na Venezuela

Ainda sem reconhecer a vitória do aliado, vacilação do governo brasileiro auxilia os EUA em seus ataques a Maduro, o mais combativo líder nacionalista da América do Sul

Segundo o jornal imperialista O Globo, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência Celso Amorim teceu comentários sobre a decisão do governo do país vizinho, de emitir um mandado de prisão para o golpista Edmundo González, candidato derrotado nas eleições presidenciais ocorridas em julho. Apoiado pelo imperialismo norte-americano, a oposição fascista liderada por González e María Corina Machado deu início a uma campanha sistemática para derrubar o governo, fazendo uso inclusive de sabotagens contra o sistema energético do país. Após evadir a justiça venezuelana pela terceira vez na última sexta-feira (30), a ordem de prisão contra o candidato derrotado foi emitida, sob críticas de Amorim, para quem, a prisão de González “torna tudo ainda mais difícil”, conforme informado na matéria Amorim diz que ordem para prender González dificulta acordo na Venezuela, mas descarta subir tom contra Maduro.

Segundo o diário carioca, “um pronunciamento do Brasil ainda nesta terça-feira” é esperado. “Ficar em silêncio, comentou sob condição de anonimato uma das fontes consultadas, ‘não é uma opção, já que somos observadores do Acordo de Barbados’”, conclui O Globo, acrescentando também que o Amorim não defende “subir o tom” com o país vizinho. “Sou do tempo da bossa nova. A gente nunca sobe o tom”, disse Amorim.  Até o fechamento desta edição, no entanto, a declaração ainda não havia sido emitida.

Outros órgãos de imprensa também destacaram uma contrariedade de Lula com a decisão na última segunda-feira (2) e no dia seguinte, como indicado pela matéria Lula admite escalada autoritária de Maduro após ordem de prisão contra opositor, escrita no Estado de S. Paulo. Segundo o principal jornal da direita brasileira, “Lula viu com muita preocupação a ordem de prisão”, diz a matéria, acrescentando que “em conversas reservadas, o presidente Lula chegou a dizer que o país vizinho está se distanciando cada vez mais da comunidade internacional”, sem, no entanto, apresentar uma frase concretamente dita pelo presidente.

“Na avaliação do Itamaraty, Caracas tem mandado sinais de que não quer negociar. Lula ainda não chama Maduro de ditador, mas, de acordo com interlocutores, já percebeu que ele se enreda cada vez mais numa escalada autoritária”, escreveu o Estadão.

Outro órgão direitista, a agência de notícias italiana ANSA informa que “os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, realizaram uma reunião por videoconferência no mais absoluto sigilo para discutir a crise na Venezuela, após a ordem de prisão contra o candidato de oposição Edmundo González”, na matéria Lula, Petro e Obrador fazem reunião secreta sobre Venezuela, publicada no dia 3. A matéria diz ainda:

“Fontes do governo Petro em Bogotá informaram à ANSA que os líderes decidiram manter ‘absoluta discrição’ para que o teor da conversa não vazasse. As mesmas fontes não confirmaram se o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também participou, conforme publicado pela imprensa colombiana.”

A informação da reunião secreta divulgada pela agência italiana foi dada ainda no dia 2, poucas horas após a divulgação do mandado de prisão. Segundo órgão colombiano Caraota Digital, a reunião foi convocada pelo mandatário colombiano e conforme a matéria Petro convocó «reunión urgente» sobre Venezuela, invitó a Maduro dicen medios colombianos, “Nicolás Maduro também teria sido convidado a participar”, mas “não se sabe se Maduro participará”, informou Caraota Digital.

Órgão oficioso do PT, o portal Brasil247 publicou uma matéria intitulada Prisão de González, adversário de Maduro, “torna tudo mais difícil”, diz Celso Amorim sobre Venezuela, reproduzindo as informações dadas pelo golpista O Globo com as declarações de Amorim sobre a situação venezuelana, acrescentando ainda que é esperado uma reunião entre Lula o chanceler brasileiro oficial, Mauro Vieira, “para tratar sobre o tema”. “São esperados contatos entre autoridades brasileiras e colombianas com representantes de Maduro”, conclui Brasil247.

não e um dos mais importantes da América Latina, tradicional “quintal” do imperialismo norte-americano. Na atual etapa de crise imperialista, o alinhamento político dos governos da região é um problema que precisa ser solucionado pela principal potência imperialista, sendo fundamental para a manutenção da ditadura mundial dos monopólios. O governo bolivariano, no entanto, resiste a todos os ataques, apoiado principalmente pela força do povo e dá uma nova demonstração de força ao determinar a prisão dos golpistas.

A última manifestação de Lula sobre a Venezuela foi no dia 30, ocasião em que criticou o companheiro Maduro. Acertadamente, o governo venezuelano caracterizou as posições do governo brasileiro uma “intromissão indevida” nos assuntos internos do país.

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