As leis “antissionistas” estão sendo aprovadas nos Estados Unidos, no Brasil (Rio e São Paulo), o que demonstra ser uma tendência internacional, fruto da ofensiva imperialista para defender o Estado de “Israel”, que vem praticando ao vivo um genocídio sem precedentes na Faixa de Gaza.
‘Israel’ bombardeia hospitais, parques de diversão lotado de crianças, assassina jornalistas; mata prisioneiros palestinos sob tortura, impede a entrada de comida e medicamentos em Gaza – obrigando médicos a fazer amputações sem anestesia–, mas quem se levantar contra isso poderá ser enquadrado como antissemita ou estar promovendo ‘discurso de ódio’.
Sobre o ‘discurso de ódio’ é preciso dizer uma palavra. Há tempos temos denunciado o identitarismo, que nada mais é que uma política, uma ideologia da direita, implantada na esquerda sob a desculpa de preservar o bem. Para tanto, quaisquer pessoas que atentassem contra a dignidade humana deveriam ser punidas.
Boa parte da esquerda embarcou nessa onda que pratica a “censura do bem”. Agora, para quem tiver olhos para ver, está aí o resultado que tanto alertamos: O identitarismo serve para calar quem luta pela dignidade e pelos direitos democráticos da população. Identitários de plantão, como os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial), estão calados diante das atrocidades inimagináveis cometidas pelos sionistas na Faixa de Gaza.
EUA e Brasil
Nos Estados Unidos, após o crescimento da mobilização estudantil contra os sionistas, a Câmara dos representantes aprovou neste primeiro de maio um projeto de lei (Conscientização sobre o Antissemitismo) que altera a definição de antissemitismo a tal ponto de surgirem piadas nas redes dizendo que vão censurar a Bíblia, pois ali estaria dito que foram os judeus que mataram Jesus Cristo.
Naturalmente, os defensores do projeto dirão que estão ‘visando o bem’, pois no mundo estaria crescendo o antissemitismo, “uma certa percepção sobre os judeus que pode ser expressa como ódio contra os judeus”. Curiosamente, a nova definição foi recomendada pela Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IRHA).
No Brasil, temos já a adesão do Rio de Janeiro e São Paulo à definição sugerida pela IRHA. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, assinou uma Declaração de Adesão em cerimônia no Palácio da Guanabara.
Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas também assinou a adesão, cuja definição é adotada por outros 40 países.
Tudo isso é obra do lobby sionista. No Rio e em São Paulo houve a participação da Conib (Confederação Israelita do Brasil), Fierj (Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro), StandWithUs e personalidades. Cláudio Lottenberg, por exemplo, disse ter fica ‘sensibilizado’ pela atitude do governador do Rio.
Lottenberg, que também é comissário da OEA (Organização dos Estados Americanos) para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo, disse que a ‘definição’ “É uma definição não jurídica, não é um decreto, mas algo que serve para quando você se depara com uma situação e está na dúvida. Ajuda autoridades policiais, Ministério Público, juízes e a população na hora de entender o antissemitismo”.
Todos sabemos que isso servirá para aumentar a repressão contra os críticos dos crimes dos sionistas. Prova disso é que a Conib e outras entidades sionistas estão processando quem expõe o que está ocorrendo de fato na Faixa de Gaza.
Cai a máscara
A repressão brutal contra estudantes se manifestando pacificamente nas universidades em prol da Palestina desmascara as ‘democracias’ americana e europeia.
Além da brutalidade policial, que atira balas de borracha e gás lacrimogêneo nos estudantes, vimos milícias fascistas sendo contratadas para atacar os estudantes, tudo isso sob a vigilância dos policiais, que estavam ali para garantir que o serviço seria feito, pois nenhum agressor sequer foi detido.
Não faltam cenas de alunas sendo arrastadas pelos cabelos por policiais brutamontes; professoras idosas sendo atiradas ao chão e algemadas impiedosamente.
Inexiste democracia, como sempre dissemos. Há, na verdade, uma brutal ditadura contra a população. A máscara democrática já não consegue esconder a verdadeira face da burguesia e seu Estado repressivo.
Ditadura e Judiciário
O Judiciário, como toda instituição burguesa, serve para proteger os interesses da burguesia, neste caso mais abertamente o do imperialismo, e por isso será usado para esmagar os direitos da população.
No Brasil, apesar de parte da esquerda ter fé no Supremo Tribunal Federal, não está sendo diferente do que acontece no restante do ‘mundo civilizado’. O imperialismo precisa proteger seus interesses no Oriente Médio. Como a coisa não vai bem para ‘Israel’ no campo de batalha e tem sido derrotado sistematicamente na propaganda, o imperialismo procura esmagar a população pelo uso das leis, que violam de maneira flagrante os mais elementares direitos democráticos.