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Governo Lula

Linguagem neutra, a patacoada do Ministério da Cultura

Pasta comandada por Margareth Menezes foi a responsável pela mais nova bola fora identitária do governo Lula

Após a realização da 4ª Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC), o Ministério da Cultura, comandado por Margareth Menezes, publicou um relatório com 30 propostas de políticas públicas no âmbito cultural. Ao anunciar o relatório, o Ministério destacou que as 30 propostas “serão a base do novo Plano Nacional de Cultura”. Entre as 30 medidas, consta a criação do Programa Nacional de Formação Continuada, “de responsabilidade do poder público, inclusive com cursos virtuais e etapas obrigatórias de treinamento qualificado anticapacitista, para acesso a mecanismos de fomento direto e indireto pelo Ministério da Cultura“, que garanta “formação para uso da linguagem neutra [grifo nosso]”.

Após a enxurrada de críticas, o Ministério saiu a público para dizer que as propostas não seriam automaticamente implementadas pela pasta. Segundo nota, as proposições “não são propostas do Ministério da Cultura e sim resultado dos debates públicos entre os delegados da Conferência, realizada de 4 a 8 de março deste ano, em Brasília“.

A explicação tardia, contudo, de nada adiantou. O estrago já estava feito. Uma vez mais, os identitários infiltrados no governo Lula, ao perseguir suas taras alucinadas, forneceram toneladas de munição para a extrema direita bolsonarista.

A patacoada do Ministério da Cultura ao publicar um relatório propondo a tal “linguagem neutra” é uma prova da influência do imperialismo na cultura brasileira, por meio dos identitários. Trata-se de algo que não se sustenta nem linguisticamente, nem culturalmente, e que responde a uma preocupação fútil, uma coisa de gente que não tem o que fazer na vida. Qual seria a grande importância para alguém em ser chamado de “elx”, a não ser atentar contra a língua e, portanto, a cultura nacional?

Embora seja uma idiotice e uma futilidade, do ponto de vista político mais geral, a tal “linguagem neutra” serve para criar uma base, em países como o Brasil, para a política do imperialismo, a política pseudodemocrática do imperialismo. Base que, em tempos normais, grita contra o “racismo estrutural”, mas, em tempos de guerra contra os palestinos, se cala diante do Estado racista de “Israel”.

E não apenas isso. No caso da Palestina, a política demagógica do imperialismo com setores oprimidos está servindo para promover uma censura brutal. Quem está denunciando os crimes de guerra de “Israel” está sendo julgado por crime de racismo!

O Ministério da Cultura é responsável por parte do Patrimônio Histórico Nacional, que teve perdas importantes recentes, como as do Museu Nacional. O Ministério deveria, portanto, estar preocupado com coisas dessa natureza, com a preservação do patrimônio brasileiro, e não em promover uma ideologia fútil e pró-imperialista.

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