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Política internacional

Líderes do BRICS se reúnem em momento de tensão mundial

Debatendo a segurança econômica e militar, encontro de líderes será o maior já feito e ocorre sob ameaça de uma grande guerra do imperialismo contra os principais membros

Entre os próximos dias 22 e 24 de outubro, a cidade russa de Kazan sedia a maior 16ª Cúpula do BRICS, com o tema central “Fortalecendo o Multilateralismo para um Desenvolvimento e Segurança Global Justos”. O encontro será o maior da história do grupo das mais desenvolvidas nações atrasadas do mundo, com a participação prevista de líderes e representantes de mais de 30 países da Ásia, África e da América Latina, e também o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

O nome do grupo é um acrônimo originado das iniciais dos quatro membros originais de 2006, Brasil, Rússia, Índia e China, e África do Sul (South Africa, em inglês), primeira nação admitida após a formação, em 2009. A atual edição dobrará o tamanho do grupo, com a formalização da entrada de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e o Irã. Embora convidada a integrar o BRICS durante o governo de Alberto Fernandez, a Argentina sob o regime fantoche de Javier Milei anunciou sua recusa em participar do grupo.

Anfritrião do encontro, o presidete russo Vladimir Putin destacou a importância do conjunto de nações em fala proferida no Fórum de Negócios dos BRICS, em Moscou, na última quinta-feira (17). “Os países da nossa associação são essencialmente os impulsionadores do crescimento econômico global. Num futuro próximo, o Brics gerará o principal aumento do PIB global”, disse o mandatário russo, acrescentando ainda que “o crescimento econômico dos membros do Brics dependerá cada vez menos de influência ou interferência externa. Isso é essencialmente soberania econômica”, já antecipando um dos debates mais esperados para a reunião de cúpula, que é a ofensiva das nações atrasadas contra a ditadura do dólar.

Um novo sistema de pagamentos em moedas locais, passo para a desdolarização, estará entre as principais discussões da Cúpula. O assunto já vem sendo discutido pela imprensa e foi também debatido durante a reunião de autoridades da política econômica e monetária dos países-membros, ocorrida no último dia 11. Na ocasião, os russos apresentaram uma proposta de um novo sistema de pagamentos transfronteiriços, por meio de uma plataforma conectada aos bancos centrais dos países do grupo.

Segundo a autoridade monetária do Irã Mohammad Reza Farzin, o sistema de pagamentos permite à rede de bancos comerciais dos países realizarem transações bancárias em moedas locais, bem como estabelecer ligações diretas entre os bancos centrais.“O sistema de pagamento do BRICS foi proposto com o objetivo de criar uma plataforma de liquidação para pagamentos transfronteiriços com base em Real Time Gross Settlement Systems (RTGS) e considerando os mecanismos Central Bank Digital Currency Tracker (CBDC)”, explicou Farzin.

O fortalecimento e a independência econômica, embora importante, é uma parte das discussões previstas, como indicado pelo tema, uma vez que encontro acontece em um momento de tensões, sob a mais severa crise mundial desde a Segunda Grande Guerra e preparativos para uma grande de grandes proporções vão se avolumando.

É esperado também que a reunião discuta a emergência dos conflitos em andamento, como a guerra na Ucrânia, a situação na Península Coreana, a escalada do conflito entre “Israel” e o Eixo da Resistência e as ameaças sofridas pela China. Em decorrência disso, o fortalecimento da cooperação militar entre os países membros para enfrentar as ameaças comuns do imperialismo também é um dos assuntos esperados para serem discutidos.

No Oriente Médio, a guerra de libertação nacional da Palestina já levou “Israel” a expandir o conflito rumo ao Líbano e agora, pairam ameaças de que a ditadura sionista planeja atacar também o Irã, que deve se juntar ao BRICS oficialmente no encontro. O Oriente Médio, no entanto, não é a única região convulsionada pela crise imperialista. No Leste Europeu, mesmo com a Ucrânia dando sinais públicos de não aguentar mais os combates, a OTAN – o braço militar do imperialismo – mantém uma guerra contra os russos que tem massacrado a população ucraniana.

Através do governo fantoche da Coreia do Sul, o imperialismo tem usado drones para distribuir propaganda contra-revolucionária na nação, que respondeu explodindo vias terrestres de comunicação entre o Norte e o país artificial do Sul, causando prejuízos estimados em US$130 milhões ao regime de Seul. Atento à escalada de tensões e ameaça de uma guerra aberta, o governo coreano iniciou um programa de mobilização para as forças armadas da Coreia do Norte, que, em dois dias, resultou em mais de 1,4 milhão de jovens alistados.

Na vizinha China – o principal alvo do imperialismo segundo o diretor do serviço secreto norte-americano William J. Burns -, desde 2021, os EUA e seus fantoches têm realizado várias manobras militares na região do Indo-Pacífico. Além disso, o imperialismo organizou na região a aliança militar conhecida como AUKUS, acrônimo em inglês para Austrália, Reino Unido e EUA. Não contentes, o imperialismo ameaça expandir a OTAN até o Pacífico, incluindo países como Japão, Coreia do Sul e Filipinas, com quem os EUA já têm acordos militares.

Essas manobras incluem exercícios conjuntos, como o Espada Conjunta 2024, onde forças imperialistas realizaram operações ao redor da província chinesa de Taiuã. A China tem respondido com suas próprias manobras militares, aumentando as tensões na região.

Se o uso das forças armadas é mais intensivo na Ásia, na América Latina, o imperialismo retomou a política de golpes de Estado e ditaduras abertamente fascistas, com os exemplos notórios dos governos de El Salvador, Peru, Equador e o segundo país mais importante da região, a Argentina. Estão em marcha, nesse momento, tentativas de golpes de Estado contra a Venezuela e Bolívia, e há ainda o assédio contra o governo brasileiro, que de tão pressionado, se desloca cada vez mais à direita.

Com a evolução da crise imperialista empurrando o mundo inevitavelmente para uma guerra entre o imperialismo e as nações atrasadas, a 16ª Cúpula do BRICS ocorre em uma conjuntura radicalmente diferente de todas as anteriores. A própria reunião prévia, ocorrida no dia 11, é um termômetro das tensões que marcam o momento em que a Cúpula ocorre. Na ocasião, os países mais dominados pelo imperialismo como o Brasil não enviaram as principais autoridades da equipe econômica, o que foi denunciado pelo governo russo como resultado de uma pressão imperialista, a que os países cederam, expressando o tamanho das tensões que marcam a realização do encontro.

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