O cacique Merongue Camacã Mongoió, 36, do povo pataxó hã-hã-hãe, foi assassinado na manhã desta segunda-feira (4), em Brumadinho, Minas Gerais. O líder pataxó era uma das figuras à frente da retomada Camacã Mongóio, no Vale do Córrego de Areias, município de Brumadinho, e seu grupo estava instalado há mais de dois anos em um terreno da mineradora Vale, conforme noticiou a Agência Brasil.
Merongue foi encontrado morto com sinais de enforcamento. Em região que é alvo de fazendeiros, posseiros e latifundiários, a Polícia Militar informou que o motivo da morte foi suicídio. No entanto, a Polícia Civil não confirmou a causa e disse que “está em diálogo com a Polícia Federal para apurar os fatos“, diante das cobranças de entidades dos índios.
Em nota, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) lamentou a morte de Merongue: “além de liderar as ações em prol dos direitos de seu povo, Merong militava em defesa dos territórios de outras comunidades, como a Kaingáng, Xokleng e Guarani“.
Os camacãs mongoiós são um povo pataxó-hã-hã-hãe, cuja aldeia principal se localiza no litoral sul da Bahia, ao pé do Monte Pascoal. Em 2022, o líder Merongue avançou os trabalhos do povo em Brumadinho e diversos camacãs mongoiós que, ao longo de 40 anos, deixaram a Bahia em momentos de conflito e viviam nas cidades, em situação precária e sem acesso a direitos, auxiliaram na ocupação do território mineiro.