Na sexta-feira (29), Sheik Naim Qassem se dirigiu ao povo do Líbano para agradecer a capacidade de lutar, sua resistência, contra as forças de ocupação israelenses. Seu discurso foi televisionado, no qual exaltou a paciência e os sacrifícios do povo libanês, que viu seus filhos lutando no campo de batalha e dando tudo contra o inimigo.
Qassem disse “Eu queria ter feito um discurso no dia seguinte ao cessar-fogo, mas após ver multidões retornando a suas casas, optei por primeiro ouvir que eles tinham a dizer e expressar seus sentimentos”.
O secretário reafirmou que o Hesbolá não tinha desejado a guerra, mas que estava totalmente preparado para responder no caso de “Israel” iniciar as hostilidades. Disse ainda que os sionistas buscaram a guerra para eliminar o Hesbolá e devolver seus colonos ao norte e trabalhar para a construção de um “Novo Oriente Médio”. E, que, no entanto, o Hesbolá permaneceu firme, resiliente e atingiu as frentes do inimigo por dentro.
Sheik Qassem destacou o enorme fracasso dos sionistas, que viram o número de 70 mil colonos israelenses fugindo do Norte aumentar rapidamente para centenas de milhares.
A “lendária e firmeza sacrificial dos combatentes da Resistência maravilhou o mundo e atingiu o terror nos corações do exército israelense, desmoralizando-os”
A unidade do Hesbolá, ao contrário do que pensavam os sionistas, não foi quebrada, Qassem fez questão de lembrar o martírio de Saied Hassan Nasralah, o estrategista que previu o desgaste que os israelenses sofreriam conforme os desenvolvimentos da guera.
Uma vitória superior
Apesar de ter mobilizado 50 mil soldados, os sionistas não conseguiram avançar mais do que sete quilômetros dentro do território libanês. E, além disso, todo avanço era logo frustrado, pois os invasores eram emboscados e sofreram inúmeras baixas e perda de equipamento, como a destruição de blindados e tanques.
Esta última vitória foi superior à de 2006, na qual o Hesbolá enterraram a fama dos tanques Merkava, tidos como indestrutíveis. Desta vez, como disse Qassem, os planos dos sionistas foram todos frustrados, como a hipotética destruição do Hesbolá e ainda tiveram que engolier um cessar-fogo. E devemos mencionar ainda que muitos colonos estão se recusando a voltar para o norte com medo de futuros ataques.
Em suas palavras, afirmou: “Nossos inimigos foram derrotados e suas palavras revelam isso (…) uma imagem da derrota do inimigo foi o retorno de nosso povo para suas casas, enquanto os colonos permanecem deslocados”.
Um Estado com os dias contados.
“Israel” é um Estado fictício, temos repetido isso sistematicamente, pois é a realidade. Não bastasse isso, boa parte de seus cidadãos possui mais de uma cidadania, o que significa que não vão arriscar suas vidas se podem viver em outros lugares.
Outro artifício dos israelenses, para manter a superioridade populacional, é a expulsão de palestinos, o roubo de suas terras, e o impedimento da volta dos refugiados. Sem isso, sem esse sistema escancarado de apartheid, o Estado sionista não sobreviveria.
Os sionistas dependem integralmente da intervenção direta do imperialismo para continuar existindo. E mesmo essa participação não tem sido uma garantia, visto que mesmo o Hamas e a Resistência Palestina têm infligido duras perdas às forças de ocupação.
A política de assassinar lideranças se mostrou um verdadeiro fracasso, trata-se apenas de propaganda, uma cortina de fumaça para saciar a sede de sangue dos sionistas e tentar passar a ideia de que se está vencendo os inimigos. Nada mais enganoso, enquanto o sionismo se ocupa e massacrar civis, a Resistência destrói alvos militares e solapa completamente as defesas israelenses, que com isso não consegue impedir os ataques de drones, mísseis e foguetes que recebem.
Alguns podem achar coincidência, mas “Israel” aceitou o acordo de cessar-fogo logo após o ataque mais intenso do Hesbolá, com centenas de foguetes e drones, o que obrigou a intervenção dos Estados Unidos para que o acordo fosse efetivado.
Reconstrução
Sheik Qassem agradeceu ao Irã, ao Iêmen e ao Iraque – suas lideranças, governos e povo – por seu firme apoio à resistência.
O secretário falou também da reconstrução, sabe que isso exigirá, mais uma vez, grande esforço da população e de todas as forças políticas.
Temos que ressaltar que foi assim que foi criado o Hesbolá, como uma necessidade de reconstruir o Líbano e se preparar para lutar contra um Estado agressor e sem limites para o uso de ações covardes.
No meio disso tudo, o Hesbolá emerge como resultado da luta do povo libanês contra o imperialismo. Essa vitória servirá como inspiração para que outros países oprimidos se levantem contra o imperialismo e aprofunde ainda mais a sua crise.