Nesta terça-feira (5), as Forças Armadas do Iémen realizaram um ataque bem sucedido contra dois navios de guerra dos Estados Unidos, no Mar Vermelho.
O anúncio foi feito pelo Brigadeiro-General Iahia Saree, que declarou que o ataque foi realizado em apoio à luta da resistência palestina contra o genocídio perpetrado por “Israel”, e também em resposta às agressões que o imperialismo norte-americano e britânico vem realizando contra o Iêmen.
Ainda em sua declaração, Saree disse que as embarcações do imperialismo foram atingidas com mísseis balísticos e drones. Tal operação ocorreu simultaneamente com outra realizada no Mar Arábico, onde as forças iemenitas atingiram o navio israelense MSC SKY com mísseis navais. Com essas duas operações, Saree declarou que foi confirmada “a nossa capacidade de atingir navios de guerra e não-navios de guerra simultaneamente”.
Com isto, o general declarou que as forças iemenitas não hesitarão em intensificar suas ações militares na luta pela libertação nacional do Iêmen, da Palestina e do mundo árabe em geral:
“As Forças Armadas do Iêmen não hesitarão em expandir o círculo de fogo em resposta aos apelos do povo livre do IÇemen e da Comunidade Islâmica, bem como em apoio ao povo palestino que ainda está sujeito à agressão e ao bloqueio”
Como exemplo disto, nessa quarta-feira (6), houve um “incidente” com o navio graneleiro True Confidence no Golfo de Adem, costa do Iêmen. O navio, identificado com uma bandeira de Barbados (neocolônia do imperialismo), foi afetado por um incêndio, e três de seus tripulantes desapareceram.
No mesmo dia, Iahia Saree fez um anúncio em que as Forças Armadas do Iêmen assumiram a autoria do ataque. Segundo o brigadeiro-general “Os mísseis navais iemenitas atingiram o navio dos EUA no Golfo de Adem, o que causou o início de um incêndio”, acrescentando que “a operação foi realizada depois de a tripulação do navio norte-americano ter rejeitado mensagens de alerta das forças navais iemenitas”.
Os ataques diários das Forças Armadas do Iêmen contra embarcações israelenses ou do imperialismo demonstram o compromisso do Ansar Alá, partido que governa o país, com a luta para libertar a Palestina das garras do sionismo e do imperialismo, e também para libertar o seu próprio país do jugo do imperialismo.
Nesse sentido, vale citar comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Iêmen, publicado no domingo na esteira da insistência dos ataques imperialistas contra o país, e também da tentativa de furar o bloqueio revolucionário que as forças iemenitas vem realizando contra as embarcações imperialistas e sionistas:
“Consideramos os Estados Unidos diretamente responsáveis pela escalada sionista devido ao apoio ilimitado fornecido por Washington e seus aliados à entidade [‘Israel’] política, material, militar e logisticamente, incluindo impedir o Conselho de Segurança de cumprir o seu papel na manter a paz e a segurança internacionais”.
Diante do sucesso das forças iemenitas em realizar um bloqueio no Mar Vermelho e no Golfo de Adem, realizando operações militares diárias contra o imperialismo e o sionismo, o jornal imperialista Financial Times, do Reino Unido, publicou matéria constatando o óbvio, isto é, que os EUA não estão conseguindo impedir os ataques do Iêmen contra suas embarcações. Citando oficiais do exército norte-americano, umas das razões para isto seria porque os EUA não tem informações suficientes sobre as capacidades militares do Iêmen, em especial no que diz respeito.
A mesma fraqueza do imperialismo foi relatado à CNN por um alto funcionário da defesa dos Estados Unidos:
“Simplesmente não temos uma boa ideia do que eles ainda têm. Eles continuam a nos surpreender”.
As agressões do imperialismo contra o território do Iêmen, na tentativa de reverter o bloqueio marítimo, e o genocídio de “Israel” contra os palestinos, está fomentando um espírito nacionalista e aintiimperialista cada vez maior entre a população iemenita.
Nesse sentido, conforme matéria publicada recentemente na emissora libanesa Al Mayadeen, os iemenitas estão se recusando a emigrar, apesar dos ataques do imperialismo ao seu território. Segundo a publicação, “os iemenitas sublinham que a agressão conjunta EUA – Reino Unido no seu solo tornou-os mais orgulhosos do seu país e da sua identidade, fazendo com que se apegassem mais firmemente à sua terra soberana”.
Emblemática é a declaração de Majed al-Mouafa, jovem iemenita que foi entrevistado pela emissora:
“Esta é a nossa terra e nem os israelenses, nem os norte-americanos nos forçarão a abandoná-la, independentemente da extensão da sua agressão”.
Consequentemente, o Ansar Alá, que estão à frente da luta revolucionária do Iêmen, tanto contra o imperialismo quanto contra o sionismo, vai se tornando um partido cada vez mais popular. De forma que até mesmo a revista The Atlantic, publicação do imperialismo norte-americano, foi forçada a reconhecer, recentemente, que Saied Abdul-Malik al-Huti, líder do Ansar Alá “pode agora ser a figura pública mais popular no Oriente Médio“, acrescentando que ele “tem sido tratado como um Che Guevara dos últimos dias, seu retrato e discursos foram compartilhados nas redes sociais nos cinco continentes.”
Uma conclusão de fundamental importância tirada pela revista imperialista foi que “desde que reivindicaram a causa palestina“, as Forças Armadas do Iêmen “passaram a parecer imparáveis“
Algo que demonstra a importância da luta em defesa da Palestina para os povos oprimidos de todo o mundo, inclusive o povo brasileiro.