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Um ano de dilúvio

Líbano: Hesbolá começa a libertação do norte da Palestina

O Hesbolá por 11 meses impôs uma derrota gigantesca aos sionistas, o imperialismo então assumiu a guerra diretamente e já está sendo derrotado pelo Partido de Deus

No dia 8 de outubro se completa um ano que o Hesbolá entrou na guerra contra “Israel” em apoio à Faixa de Gaza. O partido libanês precisou apenas de um dia para definir iria participar do Dilúvio de al-Aqsa, da guerra de libertação nacional da Palestina. E desde então ele se tornou de longe o maior entrave para os sionistas depois do próprio Hamas. As demais frentes, Iêmen, Cisjordânia, Irã, Síria e Iraque, todas têm a sua relevância, mas nada de compara ao gigantesco impacto, a gigantesca humilhação que o Hesbolá impôs a “Israel”. Esse é o motivo para o lançamento de uma nova guerra genocida no Líbano no mês de setembro.

A operação do Hamas no dia 7 de outubro foi uma surpresa para quase todo o planeta. Mas, o Eixo da Resistência já estava preparado para este momento. Assim, o Hesbolá iniciou uma guerra de atrito, basicamente com ataques de artilharia próximos à fronteira, para segurar grande parte das tropas sionistas longe de Gaza. Imediatamente o Líbano se tornou um alvo dos bombardeios sionistas, mas foi uma gigantesca ajuda para os palestinos, caso o Hesbolá não tivesse agido todo o exército sionista poderia ter invadido Gaza.

Desde outubro então, o Hesbolá começou a atacar “Israel” na região norte e criar uma gigantesca crise. “Israel” por sua vez bombardeou o Líbano muito mais vezes com bombas muito maiores e em alvos civis, mas isso não mudou em nada a atuação do Hesbolá. A cada mês que se passava a situação do norte de “Israel” piorava. Em determinado momento os prefeitos dos assentamentos do norte chegaram a cogitar a ideia de fundar um Estado independente, de se separar de “Israel” visto que o governo central era totalmente incapaz.

O Hesbolá então foi avançado cada vez mais. Quando maior era o massacre na Palestina, maior era a atuação do Hesbolá no norte. Em maio começou um dos momentos mais genocidas da guerra sionsita, a invasão de Rafá. Os libaneses então começara a inaugurar diversos novos armamentos e ampliar muito os ataques contra as bases militares. Inauguraram um drone capaz de realizar ataques aéreos, sistemas de defesa aéreo, atacaram bases de balhões de espionagem, incendiaram muitos hectares no norte do país, foram capazes de atingir uma bateria de defesa anti-aérea do Domo de Ferro, o que mostrou sua total inutilidade. O Hesbolá se tornou o mestre do norte e a própria imprensa de “Israel” falava isso. Nasseralá, o secretário-geral do partido, era o dono da Galileia, não Netaniahu.

A crise foi crescendo cada vez mais, mas os sionistas não sabiam o que fazer. Em junho, o Hesbolá começou a publicar vídeos de drones de horas sobrevoando “Israel”, o que mostrou que a defesa sionista era totalmente incapaz. Foram filmados até mesmo zonas residenciais em Haifa, segunda mais importante cidade do país. O Hesbolá estava cada vez mais assustador para o Estado de “Israel”.

A contra-ofensiva do imperialismo

Diante da vitória acachapante do Hesbolá no norte, o imperialismo organizou uma contra-ofensiva. Ela começou em julho com assassinatos de importantes dirigentes da resistência, Ismail Hanié em Teerã, e Fouad Shukr em Beirute. O bombardeio de Beirute até então era considerado algo totalmente absurdo e isso deveria ter uma retaliação. Passadas algumas semanas, o Hesbolá retaliou com um violento ataque contra uma base da Mossad perto de Telavive, os números divulgados indicam mais de 20 sionistas eliminados, mais de 70 feridos.

Mas a contra-ofensiva do imperialismo estava apenas começando. Em meados de setembro o imperialismo assumiu a dianteira na guerra e iniciou as operações no Líbano. Primeiro o ataque terrorista dos bipes, no dia seguinte dos walkie-talkies. Foram milhares de pessoas feridas pelos explosivos, em grande parte civis. Esse foi o começo de uma nova etapa da guerra. Os sionistas então começaram a bombardear todos os dias a cidade de Beirute, capital do país. E então realizaram sua ação de maior sucesso, assassinaram o principal líder do Hesbolá, Hassan Nasseralá.

É importante destacar que diante da contra-ofensiva o Hesbolá em nenhum momento ficou paralisado. Desde o ataque dos bipes, o número de bombardeios no norte de “Israel” aumentou exponencialmente. Cada escalada de “Israel” era respondida com novas armas sendo utilizadas, alvos cada vez mais distantes. O Hesbolá chegou a atacar a região de Telavive com mísseis balísticos. Também começaram a usar todos os dias mísseis Fadi-1,2 e 3. O partido estava preparado para a guerra.

O assassinato de Nasseralá também não paralisou o Hesbolá em nada. Mas, em pouco mais de 2 semanas da ofensiva imperialista de setembro, chegou a gigantesca operação iraniana Promessa Cumprida 2. 180 mísseis iranianos foram disparados contra “Israel”, a maior parte atingiu o território. O imperialismo não está combatendo apenas o Hesbolá, combate todo o Eixo da Resistência. Desde que se ampliou a gurra no Líbano, tanto os iemenitas quanto os iraquianos ampliaram muito seus ataques contra “Israel”. Ou seja, militarmente a situação dos sionistas apenas piorou.

Aqui é preciso deixar claro. A política de atacar diretamente o Líbano é uma operação totalmente realizada pelo imperialismo, principalmente pelos EUA. Até então a política dominante em “Israel” era a da extrema-direita, que não a mesma política dos norte-americanos. Eles se tornaram a maior força política do governo Netaniahu. Mas quando chegou a hora de invadir o Líbano, os generais totalmente controlados pelos norte-americanos assumiram a dianteira. Desde o princípio da ofensiva de setembro, essa extrema-direita deixou de aparecer em destaque.

Essa atuação direta do imperialismo é crucial para se compreender que a conjuntura mudou e isso afeta a ação do Eixo da Resistência. Antes de setembro, a estratégia da resistência era deixar a guerra contida em “Israel”, não escalar para outros países para assim enfraquecer cada vez mais o Estado sionista sem envolver os EUA. Os norte-americanos decidiram que isso já tinha ido longe demais e que era o momento de lançar a guerra contra o Líbano. Por isso também o Irã entrou em ação, com a mudança de conjuntura era preciso mudar a estratégia.

Essa nova etapa da guerra apenas começou e não está claro até onde ela irá. Mas todo o motivo da invasão do Líbano é que o Hesbolá se recusou a parar os seus ataques contra “Israel” enquanto ainda existe o genocídio em Gaza. No centro da ofensiva contra o Líbano ainda está a Faixa de Gaza e o Hamas. O Hesbolá, mesmo com seu país invadido, se recusa a abandonar os palestinos. E o Eixo da Resistência inteiro saiu em defesa do Hesbolá, inclusive há possibilidade de tropas se deslocaram para o Líbano para lutar contra os israelenses.

A contra-ofensiva do imperialismo está sendo derrotada no Líbano e isso apenas amplia a sua crise e a crise do sionismo. O Hesbolá continua sendo uma força política militar e gigantesca. Está combatendo todo o imperialismo unificado e ainda assim está vencendo essa guerra. O legado de Nasseralá segue brilhando no céu do Líbano. O Hesbolá caminha para ter a sua terceira e última vitória contra o Estado de “Israel”. Será eternamente lembrado como o maior aliado do povo palestino, aquele que derrotou “Israel” três vezes a abriu o caminho para a libertação da terra da Mesquita de al-Aqsa.

Como o mundo inteiro se agrupou em torno do Hamas e da Palestina. Agora os oprimidos se unem em torno do Líbano e do Hesbolá.

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