HISTÓRIA DA PALESTINA

Levi Eshkol, o premiê de ‘Israel’ durante a guerra de 1967

Eshkol foi o responsável pela usurpação das terras palestinas em 1967, assim como o roubo de territórios do Egito e da Síria

Levi Eshkol Shkolnik foi o terceiro primeiro-ministro de “Israel”, sendo o seu o quarto mandato, visto que David Ben-Gurion já havia ocupado o cargo anteriormente em duas ocasiões diferentes.

Nasceu em Kiev, na Ucrânia, em 1885 e, em 1914, então com 29 anos, partiu para a Palestina, que na época pertencia ao Império Otomano. Após o fim do império, com a Revolução Árabe de 1916, Eshkol acabaria por entrar na organização Haganá, que no futuro viria a originar o próprio exército do estado de “Israel” e também outros dois movimentos políticos, o Lehi e o conhecido movimento fascista Irgun.

Eshkol, no entanto, acabou por ingressar também no partido Hapoel Hatzair no ano de 1913, até que em 1930 entrou no Mapai, tendo então trabalhado em diversos setores da burocracia do Mandato Britânico.

Entre os anos de 1940 e 1948, se tornou uma figura importante do Haganá, acumulando durante o período de 1942 e 1944 o cargo de secretário-geral do Mapai. Durante esse período, ficou responsável pela compra de armas para o Haganá, armas essas que seriam utilizadas no ano de 1948, após o fim do Mandato Britânico, a criação dos dois estados por parte das Nações Unidas no território da Palestina e o início da Guerra Árabe-Israelense, conhecida pelos palestinos como Nakba (“Catástrofe”, em árabe), quando mais de 900 mil palestinos foram expulsos de suas terras, cerca de 418 aldeias árabes simplesmente desapareceram do mapa e mais de 15 mil palestinos foram assassinados.

Após o fim da guerra, Eshkol foi um dos responsáveis pela política de criação de assentamentos judeus, durante o período de grande imigração em massa de judeus para a Palestina. Os assentamentos agrícolas nada mais eram do que a expulsão em massa de palestinos de suas terras e a tomada pelos colonos israelenses, política que ocorre até os dias de hoje.

Eshkol foi também parte ministro de Finanças de “Israel” e ajudou na fundação de um banco próprio do estado sionista em 1954, o Banco de Israel.

No entanto, foi a partir de 1963, com a saída de Ben-Gurion do governo israelense que Eshkol se torna um personagem realmente conhecido. Foi eleito neste ano como primeiro-ministro de Israel, cargo que ocuparia até o ano de 1969, quando faleceu após uma parada cardíaca.

No começo de seu mandato, Eshkol conseguiria estabelecer boas relações com o principal aliado do Estado sionista até os dias de hoje: os Estados Unidos da América. Além disso, manteve uma política de aliança com a extinta União Soviética, inclusive, auxiliando a imigração judeus da República Soviética para “Israel”, demonstrando mais uma vez a capitulação da burocracia do Estado soviético frente ao sionismo, mesmo depois da morte de Stálin.

Foi durante seu mandato como primeiro-ministro que ocorreu a chamada Guerra dos Seis Dias, em que “Israel” atacou o Egito, a Síria e a Jordânia, acabando por conquistar os territórios que as Nações Unidas haviam determinado como sendo pertencentes ao futuro estado palestino, que nunca saiu do papel, e que, então, faziam parte dos países invadidos por “Israel”. Após 1967, “Israel”, portanto, ficou com os territórios da Faixa de Gaza, da Península do Sinai, da Jerusalém Oriental, da Cisjordânia e das Colinas de Golã.

Após a guerra, que durou de 5 a 10 de junho, mais de 400 mil palestinos tiveram que abandonar suas terras e suas casas, além de milhares terem sido mortos e, desde então, as ocupações de “Israel” sobre os territórios em questão são consideradas como ilegais, o que não bastou para que as Nações Unidas tomassem qualquer medida contra “Israel”, mesmo depois de 57 anos.

Após a Guerra dos Seis dias, o então partido que Eshkol fazia parte, o Mapai, se transformou no Partido Trabalhista, o que serviu para que houvesse muita confusão por parte da esquerda em relação a “Israel”, que aparecia como sendo um país governado por um setor de esquerda, o que ajudava a encobrir o regime de apartheid e de brutalidade em relação aos palestinos.

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