Em declaração feita nessa segunda-feira (4), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que os Estados Unidos estão preparando a Europa para um possível confronto direto com a Rússia caso a guerra na Ucrânia chegue ao fim. Lavrov destacou o aumento das pressões dos EUA sobre aliados europeus para fortalecer o apoio militar e econômico à Ucrânia, mas sugeriu que o verdadeiro objetivo de Washington poderia ser a criação de um pretexto para envolver diretamente a Europa em um conflito armado.
“Como uma opção de recuo no caso de o regime de Zelensky falhar, eles [as autoridades dos EUA] estão preparando a Europa continental para embarcar em uma aventura suicida e entrar em um conflito armado direto com a Rússia”, disse Lavrov no Simpósio Internacional “Criando o Futuro”.
Durante uma entrevista, Lavrov argumentou que a intensificação do apoio do imperialismo, especialmente o fornecimento de armas cada vez mais avançadas à Ucrânia, sinaliza que os EUA não apenas esperam uma vitória ucraniana, mas também estariam prontos para preparar a Europa para um envolvimento militar direto caso o cenário não evolua como esperado. Segundo ele, essa política coloca a Europa em uma posição de risco, abrindo caminho para um conflito potencialmente devastador no continente.
A Rússia tem atingido vitórias cada vez mais significativas na luta contra o imperialismo na Ucrânia. Recentemente, conforme reportado pela RT, a Rússia lançou novos ataques contra a rede de energia ucraniana, afetando principalmente instalações de infraestrutura importantes. Uma refinaria de petróleo também foi atingida, o que limita a capacidade da Ucrânia inclusive de continuar a produzir qualquer tipo de suprimento que perpetue a guerra.
“Você não vai fabricar nada na Ucrânia. Tudo que a Rússia descobrir de fábrica, ela vai destruir […] a Rússia está usando empresas de fachada pra adquirir informações via satélite no mundo inteiro, então ela sabe onde estão as microfábricas da Ucrânia […] Então, esse é o ponto que estamos hoje na Ucrânia”, afirmou o Comandante Robinson Farinazzo durante a Análise Internacional, programa semanal no canal do Diário Causa Operária (DCO) no YouTube.
“A Ucrânia está em uma situação muito dramática, nós temos até alguns levantes por causa do recrutamento forçado de pessoas. É um fim de linha no que diz respeito da operação ucraniana”, afirmou Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), no mesmo programa.
Ao longo do último mês, houve uma mudança sutil, porém, significativa, na cobertura da imprensa imperialista sobre a guerra. Relatos sobre as dificuldades enfrentadas pelas forças ucranianas e a resistência da Rússia estão mais frequentes, o que indica que nem mesmo os aliados do imperialismo conseguem esconder a iminente vitória russa.
“O imperialismo não pode abrir mão do controle da situação internacional. O poder politico é uma coisa que tem determinadas regras. Você não pode fazer concessões que comprometam esse poder político, e o imperialismo tá nessa situação. Uma coisa é evacuar numa situação como a do Afeganistão, que é um país ultra secundário — agora, a Rússia já é toda uma outra questão, é um país central”, continuou Pimenta em sua análise.
Como visto nos dois anos de guerra, é evidente que os EUA não deixarão a questão da Ucrânia de lado tão facilmente. Em contrapartida, a Rússia tem se mostrado fortemente preparada para ataques vindos tanto da Europa, quanto dos EUA e da Ucrânia.