O MST está prestes a entrar em confronto com os latifundiários no Rio Grande do Sul, no município de Hulha Negra (RS). Um acampamento com 300 pessoas está organizando as próximas ocupações de terra.
A um quilômetro das barracas de lona montadas pelo MST estão cerca de 200 jagunços que se revezam em um “ponto de vigília”, preparados, segundo eles, para reagir a qualquer tentativa de ocupação. Há duas viaturas da Brigada Militar entre os dois grupos. O MST se prepara para o Abril Vermelho, quando devem acontecer diversas ocupações de terra concomitantes.
A direita está com medo do MST. Um dos vice-presidentes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Paulo Ricardo Dias, foi a Brasília para tentar encontrar uma solução política e evitar o confronto. Dias disse a VEJA que os latifundiários já estão preparados para o enfrentamento. “Se houver invasão, nós vamos reagir, estamos lá para garantir o direito de propriedade”.
Um dos encontros de Dias em Brasília foi com o presidente da Frente Parlamentar Invasão Zero, uma organização fascista de latifundiários. A delegação do Rio Grande do Sul entregou ao deputado fotografias e vídeos de assentamentos do MST no estado para caluniar o movimento.
Ao que tudo indica, os latifundiários se preparam para reagir com brutal violência. Diante dessa situação se mostra necessária a questão do armamento dos sem terra. A população rural desarmada fica a merce da violência do latifúndio.
O povo brasileiro no campo, os sem terra, os índios, os pequenos agricultores, os quilombolas etc. precisam ter a capacidade de se defender dos ataques do latifúndio.