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Rio de Janeiro

Lançamento de livro sobre o Hamas prepara grande ato do dia 18

Ativistas da capital fluminense participaram também da Análise Política da Semana. No próximo dia 18, cidade será palco da maior manifestação da esquerda do ano

O presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, participou do lançamento do livro O Hamas conta o seu lado da história na cidade do Rio de Janeiro no último sábado (9). Trata-se do segundo evento do tipo ocorrido na capital fluminense, que sediou também a realização da tradicional Análise Política da Semana, que, em caráter excepcional, foi transmitida no bairro carioca da Lapa.

Fruto de uma visita da Direção Nacional do Partido ao Catar, onde os dirigentes brasileiros encontraram-se com dirigentes do partido revolucionário palestino Hamas (o partido mais popular na Palestina), a obra apresenta o lado do Movimento de Resistência Islâmica sobre a nova etapa do conflito, inaugurada com a operação Dilúvio de Al Aqsa, em 7 de outubro de 2023. É uma obra completamente inédita no Brasil.

O livro inclui declarações, entrevistas e documentos do Hamas, oferecendo uma visão detalhada da operação responsável por desencadear uma nova frente de luta revolucionária e fazer avançar a luta dos povos árabes contra o imperialismo. A obra inclui um prefácio do Dr. Ahmed Shehada, presidente do Instituto Brasil-Palestina (IBRASPAL) e foi organizada por Rui Pimenta que, no Rio, falou sobre a publicação:

“Às vezes, nós não dimensionamos o efeito perverso que a imprensa capitalista tem. Na semana passada, conversava com um dono de uma livraria em São Paulo, uma pessoa bem informada, que vota no PT, mas notei que ele não tinha a menor ideia do que estava acontecendo na Palestina. Isso porque ele só lia a Folha de S.Paulo, o Estado de S. Paulo e órgãos do gênero. Imagino que haja muita gente assim. Essa imprensa é um veneno ideológico. Por isso deve ser combatida e por isso também não levamos a sério essa política de censurar a Internet e deixar a população nas mãos dessa coisa peçonhenta que é a imprensa burguesa.”

Como destacou o dirigente do PCO, o livro não é uma simples publicação, mas parte da campanha empreendida pelo Partido em defesa da Palestina. Pimenta lembra a viagem feita ao Catar e o encontro com o então dirigente do Hamas, o mártir Ismail Hanié, assassinado pela ditadura sionista poucos meses após o encontro. O livro era uma pequena, mas importante contribuição para lutar contra as mentiras difundidas pela imprensa burguesa contra o partido revolucionário palestino.

“Os companheiros que estão adquirindo o livro devem ter consciência de que isso é uma campanha política”, argumenta Pimenta, acrescentando: “uma campanha política fundamental: a defesa da Resistência Palestina”.

“Tenho visto muita gente falar que não apoia a Resistência porque o pessoal é islâmico. Isso é uma bobagem, na melhor das hipóteses. Na pior, é até uma coisa desonesta. Temos que apoiar as pessoas que lutam. Não devemos pedir credencial para ninguém. A grande credencial é a luta, que credencial pode ser maior do que colocar a própria vida em risco pela liberdade do povo palestino? Não há discurso ou documento escrito que seja superior a isso.”

Sobre as acusações de que os militantes da Resistência Palestina seriam “fanáticos religiosos”, Pimenta também lembra que os militantes do partido revolucionário “são pessoas bem racionais”. “Os palestinos, de um ponto de vista geral, são o setor mais culto da população árabe mundial. A maioria das pessoas do Hamas são médicos, arquitetos, professores universitários etc. São pessoas bem instruídas e bem racionais, e estão lutando por uma causa política”, destacou Pimenta à plateia.

Ele ainda lembrou que, na Resistência, encontra-se todo tipo de ideologia: desde vertentes antagônicas do islamismo, como os xiitas e sunitas, até organizações que se reivindicam marxistas, como a Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), invalidando completamente a tese de que seriam fanáticos religiosos, mas um verdadeiro movimento revolucionário de libertação nacional.

Naturalmente, o presidente nacional do PCO falou também da importância da manifestação nacional convocada para o próximo dia 18 pelos Comitês de Luta, pelo Partido e por outras centenas de organizações e personalidades, que se dirigirão à Cidade Maravilhosa, aproveitando a oportunidade aberta pela 19ª Cúpula do G20 na capital fluminense, para expressar o repúdio contra a presença dos genocidas e assassinos de crianças palestinas e em defesa da Palestina.

“O PCO, partido pequeno que não tem voto nenhum e, perto do PT, é uma ‘titica de galinha’, decidiu chamar um ato no dia 18 porque não dá. Nem que não tivéssemos capacidade de levar mais do que 10 pessoas, tínhamos que fazer esse ato. Os responsáveis pelo massacre [do povo palestino] estarão aqui no Brasil. A imprensa vai elogiar esses criminosos e nós temos que falar ‘vocês são uns criminosos!’. Temos que falar para o povo brasileiro: ‘esses são criminosos, são assassinos de crianças!’.”

Na próxima segunda-feira, dia 18 de novembro, ocorrerá, no Rio de Janeiro, Cinelândia, às 10h; o maior ato em defesa da Palestina já realizado no Brasil, uma mobilização que promete reunir militantes de todas as regiões do País. Para acertar os últimos detalhes dessa gigantesca manifestação, haverá uma Plenária de Organização na próxima quarta-feira (15), às 15h, na Rua da Lapa, 180, apartamento 205. Neste encontro, diversos aspectos fundamentais serão discutidos, como as ações de agitação e propaganda na reta final, a recepção das caravanas que chegam ao Rio e o acampamento que antecederá o ato.

Todos aqueles comprometidos com a luta pela Palestina estão convidados a participar, sendo possível também se informar mais sobre a organização pelo número (21) 96773-2721.

Esta será uma oportunidade histórica de manifestar a solidariedade do povo brasileiro à luta da Resistência Palestina. A presença dos genocidas em solo brasileiro, ao mesmo tempo em que a luta do povo palestino enfrenta um de seus momentos mais decisivos, exige uma resposta à altura, com um ato massivo de denúncia e mobilização.

Em oito dias, o ativismo político do País mais importante da América Latina tem um encontro marcado com os piores criminosos da humanidade nas ruas do Rio de Janeiro, deixando claro que o Brasil está com a Palestina, com os heróis da luta pela libertação do povo palestino e contra os responsáveis pela odiada ditadura sionista.

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