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Estados Unidos

Kamala Harris, uma genocida de saias

Atual vice de Joe Biden e potencial presidenciável pelo Partido Democrata dará face menos decrépita à mesma política criminosa do imperialismo norte-americano

Ontem (21), o atual presidente norte-americano Joe Biden, candidato à reeleição pelo Partido Democrata, anunciou a desistência de sua candidatura. O chefe de Estado norte-americano anunciou apoio à sua sucessora natural, a atual vice-presidente Kamala Harris.

“Meus colegas democratas, decidi não aceitar a indicação e concentrar todas as minhas energias em meus deveres como presidente até o fim do meu mandato. Minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E essa foi a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer meu total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano. Democratas – é hora de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos fazer isso”, declarou Biden através de postagem na rede social X.

Harris havia concorrido contra Biden pela candidatura presidencial de 2020 dentro de seu partido, mas abandonou sua pré-candidatura em favor do atual presidente. A antiga rival, em agosto de 2020, foi então anunciada por Biden como  vice em meio a enormes protestos em todos os estados norte-americanos em repúdio ao assassinato de George Floyd, um homem negro, por um policial. Harris pretendia dar um ar mais esquerdista à campanha de Biden, como mulher negra e asiática, filha de pai jamaicano e mãe cingalesa. Isso, como veremos a seguir, não passava de uma maquiagem identitária aplicada sobre a nefasta e decrépita política imperialista – muito visível na face decadente de Biden.

Sionista

Na questão política mais fundamental do momento, a luta da resistência palestina, não há como ter expectativas de que Harris tenha uma política mais amena que a de Biden (popularmente conhecido como “Zé genocida”, por seu apoio a “Israel”). Ainda como senadora, em novembro de 2017, Harris reuniu-se com Benjamin Netaniahu para promover uma aproximação entre os dois países, ou seja, para aprofundar o envio de recursos à operação genocida dos israelenses na Palestina.

“Hoje me reuni com a senadora @KamalaHarris da Califórnia. Discutimos o potencial de aprofundar a cooperação em gestão de água, agricultura, segurança cibernética e muito mais. Expressei meu profundo apreço pelo compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel”, declarou o primeiro-ministro israelense, líder da operação genocida em Gaza, em postagem no X.

Reportagem do jornal israelense Jerusalem Post de 2019 deixa ainda mais clara, como se fosse necessário, a postura de Harris diante da questão palestina. Em 2017, a segunda senadora negra norte-americana colocou-se ao lado do senador republicano de extrema-direita, Marco Rúbio, em oposição à Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU que afirma que a atividade de assentamento de Israel constitui uma “violação flagrante” da lei internacional e “não tem validade legal”.

Harris também havia participado como palestrante em convenções do poderoso lobby sionista AIPAC em 2017, 2018 e 2019. Na primeira participação, citou sua origem birracial (demagogia que é a base de boa parte de seus discursos) como razão pela qual apoiava o financiamento contínuo de “Israel” por parte do governo norte-americano.

Como vice-presidente, mais silenciosa e discreta, tudo o que Harris disse sobre o morticínio em Gaza foi que “Israel” não teria feito o suficiente para “impedir a catástrofe humanitária”.

Top cop

Antes de se tornar parlamentar, Harris já era ativa na vida pública como promotora pública da cidade de São Francisco e, posteriormente, como procuradora-geral do Estado da Califórnia. O próprio porta-voz do imperialismo, o The New York Times, a chamou de “policial de primeira linha” (“top cop“). Harris se orgulhava, como promotora, de ter ampliado a “eficiência” de seu departamento, isto é, de ter aumentado em 52% a taxa de condenações entre 2003 e 2006.

Como procuradora-geral do maior estado norte-americano, Harris despontou na defesa do sistema prisional que estava ajudara a lotar colocando-se contra as decisões judiciais que condenavam a superlotação e os maus-tratos aos prisioneiros. Em 2015, Harris tentou anular uma decisão de um tribunal inferior que declarou as leis de pena de morte do estado cruéis e desumanas. Em ambas as situações, alegou apenas estar defendendo seu “cliente”, o estado da Califórnia.

Como mulher negra, Harris foi em todas as oportunidades uma voraz defensora do aparato repressivo que esmaga a população negra norte-americana, à exemplo de Biden, que nos anos 1990 aprovou leis responsáveis pelo encarceramento em massa de dezenas de milhares de jovens negros.

Porta-voz do imperialismo

Harris é um exemplo claro do propósito da política imperialista: uma face amena para uma política de destruição total. A ex-senadora representa uma continuidade da política da ala mais agressiva do imperialismo norte-americano.

A troca de Biden por Harris deve favorecer apenas aos interesses eleitorais do Partido Democrata, que visivelmente não tem mais condições de concorrer contra Donald Trump com seu atual candidato. Para os trabalhadores norte-americanos a troca é irrelevante.

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