A política de ataques dos banqueiros aos trabalhadores bancários, logicamente, conta com a colaboração da reacionária “justiça” brasileira. As instituições do Estado estão aí justamente para defender os interesses dos capitalistas. Como mais uma prova disso, a Campanha Salarial da Categoria Bancária que mal se iniciou com as negociações entre banqueiros e trabalhadores, a justiça já deu o seu pontapé inicial atacando os trabalhadores do Banco do Brasil, especificamente os Caixa Executivos do banco, quando o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em Brasília decidiu unanimemente caçar a liminar que mantinha o pagamento, conquistada pelos trabalhadores no ano de 2021 via Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), da gratificação dos Caixas.
“A decisão afeta diretamente os caixas que, em 2017, tinham menos de dez anos na função, resultado na perda dessa gratificação. Essa liminar foi uma conquista significativa, especialmente no meio da pandemia, quando os trabalhadores se mobilizaram e fizeram greve para lutar pelos seus direitos’, afirmou a funcionária do BB e coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes” (Site Fetec/CN 03.07.2024)
A direção do Banco do Brasil, com mais essa iniciativa de acabar com uma das conquistas dos trabalhadores bancários, que diz respeito à sua efetivação na gratificação ao exercerem a função de Caixas, vai na esteira dos ataques dos banqueiros privados que, por conta dessa política de ataques aos trabalhadores bancários, eliminou a efetivação da gratificação dos Caixas, transformando-os em Caixas Minuto, que passaram a receber a tal da gratificação apenas pelo tempo efetivamente exercido na função. Ou seja, se aparecer uma demanda de clientes na agência que exija o atendimento para transação no guichê de caixa, aponta um bancário para efetivar a transação e a remuneração desse serviço será paga somente o tempo que esse trabalhador exerceu essa função.
Com essa medida, a direção do BB reduziu os salários dos trabalhadores bancários que exercem a função, que passarão a não perceberem a sua gratificação efetiva do mês trabalhado, cujo valor hoje, conforme o atual Acordo Coletivo de Trabalho, é de R$1.700,00.
A medida da direção do BB é mais uma dentre tantas outras que estão sendo implementadas através das famigeradas reestruturações, que acontece também nos demais bancos, através do fechamento de agências e dependências bancárias, demissão e descomissionamento em massa, rebaixamento salarial, terceirização, etc.
A política reacionária dos banqueiros e, nesse caso aqui relatado do Banco do Brasil, precisa ser barrada e, para isso, só a mobilização de toda a categoria poderá fazê-lo. As direções sindicais, nesta campanha salarial, precisam aumentar o volume, e muito, das manifestações e na organização dos trabalhadores bancários para fazer frente aos ataques dos banqueiros que sem dúvida irão tentar atacar ainda mais os bancários com o objetivo de aumentar os seus já fabulosos lucros.