Em janeiro de 2016, Ruan Lucas Hildebrandt e Alysson Henrique Lopes, jovens sem-terra, um com 18 e outro com 21 anos, foram brutalmente assassinados. Outros três trabalhadores conseguiram escapar do ataque.
O corpo de Alysson foi encontrado carbonizado no próprio carro, e o corpo de Ruan nunca foi localizado.
Na época dos assassinatos, os dois jovens e outros três trabalhadores retornaram à Fazenda Tucumã, localizada no estado de Roraima, para recuperar pertences deixados para trás durante o despejo ocorrido dias antes.
Todos eram membros do acampamento Terra Nossa, que lutava pela posse da Fazenda Tucumã, uma terra pública grilada por fazendeiros da região.
Alguns dos responsáveis pelos crimes foram identificados: Rivaldo de Souza, Moisés Ferreira de Souza, Sérgio Sussuma Suganuma e Paulo Iwakami.
A participação de policiais militares na perseguição e morte dos jovens ficou evidente durante o curso das investigações. No entanto, os envolvidos seguem atuando na corporação.
O julgamento ocorrido em 2017 foi anulado por falhas no processo, e, desde então, sucessivos adiamentos têm ocorrido.
Já se passaram 8 anos e 11 meses desde os fatos, e nenhum dos responsáveis foi condenado. Todos continuam em liberdade. Nesse período, várias testemunhas dos assassinatos foram mortas, enquanto outras seguem sendo ameaçadas de morte.
Algumas testemunhas entraram para o programa de proteção, e o caso foi federalizado depois que o Ministério Público Federal constatou que ele nunca seria julgado pela justiça estadual.
O envolvimento político do poder público estadual com os mandantes dos crimes ficou evidente durante as investigações.