Segundo a seção Radar do jornal imperialista Folha de São Paulo do último dia 2, o jornalista e militante do PT Breno Altman voltou a ser alvo dos ataques à liberdade de expressão promovidos pelo imperialismo. Assinada pelo jornalista Fábio Zanini, a seção informa que “o juiz Fabricio Reali Zia, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou ao jornalista Breno Altman que retire do ar” uma publicação do último dia 15 no X em que o petista critica os sionistas Alexandre Schwartsman e André Lajst, um homem que chegou a servir no exército de “Israel” e atualmente, presidente da organização lobista do sionismo StandWithUs Brasil.
Na publicação, Altman chama seus perseguidores de “covarde” e “fujão” respectivamente, devido à recusa dos sionistas em participar de um debate no podcast “Inteligência Limitada”. Segundo a coluna de Zanini, o magistrado Zia “apontou que o jornalista é reincidente nas críticas aos dois desafetos, pois já teve postagens contra eles removidas pela Justiça anteriormente.” Zia deu a Altman o prazo de 24 horas para que a publicação fosse apagada, em mais uma ilegalidade cometida pelo magistrado a favor dos sionistas.
A fundamentação do magistrado para a censura, baseado não no fato em si, mas uma reincidência totalmente arbitrária, mostra o quão distante está a condenação de Altman do direito brasileiro, mas também, um padrão do judiciário brasileiro em que pouco ou nada importa as leis e mesmo as normas da Constituição Federal de 1988, que no artigo 5º, inciso IV é taxativa:
“é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;”
A Constituição, como se vê, é clara: a única restrição à liberdade de expressão constitucionalmente reconhecida é o anonimato, sendo qualquer outra inconstitucional.
Nem falar em um agravante de “reincidência”, tirado da cabeça de Zia. Dado que Altman publicou suas críticas em seu perfil oficial na rede social, não há que se falar em anonimato, sendo a condenação um ataque frontal à Constituição e aos direitos de todo o povo brasileiro, ameaçado pelos humores de juízes que claramente guiam-se por interesses alheios ao cumprimento das leis.
Por fim, a coluna informa que o juiz “também advertiu Altman para ‘manter a boa postura processual’”, como que para coroar um festival de barbarismos jurídicos ameaçadores ao conjunto dos cidadãos brasileiros, mas que beneficiam enormemente a ditadura que o imperialismo busca implementar (no País e no mundo), para controlar a crescente e cada vez mais radicalizada oposição ao sionismo em escala global. Com a crise produzida pelo genocídio do povo palestino e a escalada do repúdio popular mundial a “Israel”, a censura torna-se uma necessidade mais urgente para a ditadura dos monopólios.
A esse fenômeno, deve-se alguns dos mais importantes desdobramentos da luta política das últimas semanas, entre os quais, se destaca a censura sofrida pelo Partido da Causa Operária (PCO). Em uma decisão tomada igualmente ao arrepio das leis brasileiras, o monopólio norte-americano da internet Google perpetrou um duro ataque financeiro ao Partido, pondo fim à monetização da rede de canais da agremiação na plataforma de streaming de vídeos YouTube.
Além do PCO, o jornalista inglês Richard Medhurst denunciou em seu perfil oficial no X ser vítima do mesmo tipo de ataque por parte do Google. As publicações de Medhurst no X não deixam dúvidas de que o comunicador é também um apoiador da luta palestina. Abaixo, a denúncia do jornalista:
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Em outra publicação, na mesma rede social, questiona o “padrão de lixo da BBC” e se “matar uma criança é um ‘possível’ crime de guerra?” “Este é o padrão de lixo da BBC”, diz o jornalista, acrescentando por fim uma contradição nos padrões da censura que desmascaram a farsa do imperialismo:
“A resistência palestina é imediatamente rotulada de ‘terrorismo’, mas quando Israel massacra milhares de mulheres e crianças em Gaza e na Cisjordânia, a imprensa sempre protege seus amigos sionistas.”
Sem nenhuma surpresa, publicações favoráveis à “Israel” pululam em todos os veículos de comunicação da burguesia, jornais, rádios, redes de televisão e redes sociais. Um dos sionistas perseguidores do jornalista brasileiro censurado, Alexandre Schwartsman é um contumaz defensor de “Israel” e mesmo em meio ao mais horripilante genocídio já visto pela humanidade em gerações, é capaz de usar seu perfil no X para publicar mentiras usadas pelo sionismo para caluniar a Resistência Palestina, como mostra a captura de tela da publicação abaixo:
Lobista israelense menos comedido, o ex-militar de “Israel” André Lajst tem também publicações cotidianas em defesa da máquina de guerra que já matou mais de 40 mil civis palestinos e, oficialmente, pelo menos 10 mil mulheres e 15 mil crianças. Abusando de toda sorte de farsas, Lajst publicou em seu perfil oficial no X uma mensagem lembrando episódios em que sua defesa de “Israel” encontrou forte oposição de estudantes. Como bom sionista, Lajst tratou de apresentar os casos como protestos ocorridos “simplesmente por eu ser um judeu”, fazendo questão de esconder o real motivo: sua defesa pública e notória da máquina política mais odiada pela humanidade desde a Alemanha Nazista.
Naturalmente, tanto Schwartsman quanto Lajst têm direito de expressar suas opiniões, não importa o quão repulsivas e moralmente condenáveis elas sejam. O problema é quando as opiniões viram um privilégio. Os sionistas estando liberados a mentir descaradamente, mas os opositores do sionismo serem obrigados a calar-se, quer a censura se dê pela asfixia financeira como ocorreu com o PCO e com o britânico Medhurst, quer se dê pela repressão pura e simples, como acontece com os estudantes norte-americanos pela polícia e com Altman, submetido a uma sentença de um carrasco togado.
A situação paradoxal, compreendida apenas à luz da luta de classes, coloca em caráter de urgência a necessidade de uma luta decidida pelos direitos democráticos. Mais do que nunca, a esquerda, a vanguarda dos trabalhadores, camponeses, estudantes e demais movimentos sociais precisará lutar pela liberdade de expressão, para não ser arrasada pela ditadura de feições fascistas mais escancaradas que o imperialismo se mobiliza para impor, o que certamente farão em todo o planeta, a menos que sejam combatidos por estes setores, os mais avançados dos povos oprimidos em todo o mundo.