Paraná

Judiciário ataca greve de trabalhadores de fábrica da Renault

Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região determinou a suspensão da greve e retorno imediato ao trabalho, sob pena de multa diária de R$30 mil

Os metalúrgicos da fábrica da Renault do Brasil, localizada em São José dos Pinhais (PR), iniciaram uma greve por tempo indeterminado na tarde de terça-feira (7) após rejeitarem a proposta da empresa para a Participação nos Lucros e Resultados 2024 (PLR). A proposta incluía o pagamento da primeira parcela da PLR, no valor de R$18 mil, até o dia 10 de maio, com continuação das negociações para a segunda parcela e a data base com o Sindicato. No entanto, os trabalhadores reivindicam uma proposta que já contemple a PLR com valor total mais a Data Base, com aumento real nos salários e no vale mercado.

A assembleia que resultou na greve foi realizada em 23 de abril, quando os metalúrgicos da Renault/Horse rejeitaram a proposta da PLR apresentada pela montadora. A proposta rejeitada consistia em R$18 mil na primeira parcela, com um total de R$25 mil para uma produção estimada em 201 mil veículos em 2024.

“A proposta da Renault que foi rejeitada não contempla as expectativas dos trabalhadores que ainda estão se recuperando das perdas salariais dos acordos anteriores que ainda não foram repostas. A reivindicação é por uma proposta que englobe tanto a PLR já com valor total como a Data Base que recomponha os salários com a reposição da inflação mais aumento real. A fábrica tem funcionado a pleno vapor com o trabalhador se dedicando com afinco na produção. É preciso que a empresa reconheça isso e já apresente uma proposta completa”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba (SMC), Sérgio Butka.

A fábrica da Renault em São José dos Pinhais emprega cerca de cinco mil trabalhadores, sendo 3.500 da produção e 1.500 administrativos, operando em dois turnos. Os modelos produzidos incluem a OROCH, MASTER, KARDIAN SUV, KWID e a DUSTER, com uma produção diária de aproximadamente 800 veículos. A capacidade máxima de produção da fábrica é de cerca de 1.380 veículos por dia.

Além disso, os trabalhadores da Horse, fábrica de motores localizada dentro da Renault, também aderiram à greve após rejeitarem a mesma proposta. A reivindicação dos trabalhadores da Horse é semelhante à dos trabalhadores da Renault, buscando uma proposta que atenda às suas expectativas em relação à PLR e à Data Base.

Na quinta-feira (9), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região determinou a suspensão da greve e retorno imediato ao trabalho, sob pena de multa diária de R$30 mil ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. 

O desembargador do trabalho Marco Antônio Vianna Mansur, que assina a liminar do TRT, considerou a greve abusiva. “A Lei de Greve veda a paralisação havendo acordo coletivo de trabalho vigente, salvo se for para exigir o cumprimento ou em decorrência de substancial modificação das relações de trabalho. Não parece ser o caso. De igual modo ela exige a notificação da empresa com, no mínimo, 48 horas de antecedência da greve. Há, portanto, clara aparência de paralisação abusiva do trabalho, estimulada pelo sindicato”.

O sindicato informou que cumprirá o que a Justiça determinar na reunião com o TRT, agendada para a tarde da sexta-feira (10), e que, até lá, os trabalhadores continuam em casa. Disse também esperar que a montadora e a fabricante de motores melhorem suas ofertas até a próxima terça-feira (14), quando há assembleia previamente agendada.

 

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