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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Coluna

Jornalismo de latrina do DCM contra o jornalista Glenn Greenwald

Kiko Nogueira transformou Glenn em "herói bolsonarista"

Já é comum para o militante do PCO ter que se deparar, regularmente, com o jornalismo de esgoto do DCM falando qualquer coisa, das mentiras mais abjetas e delirantes, contra o Partido.

Mas o jornalismo de fossa sanitária suja do DCM não se volta apenas contra o PCO e seus militantes. No último dia 12 de outubro, o dono do DCM, Kiko Nogueira, decidiu voltar sua artilharia de merda contra o jornalista Glenn Greenwald.

Glenn tornou-se, nas palavras de Kiko Nogueira, “um dos maiores propagandistas da extrema-direita no mundo”.

O gancho para que o dono do DCM voltasse sua bateria contra Glenn foi um comentário no Flow podcast sobre a casa de Caetano Veloso: “Quem mora no andar de cima é a família Marinho, dona do império da Globo. Tem servos invisíveis trabalhando por trás de uma parede. Além disso, dois assistentes estão sempre enchendo o copo de vinho e [servindo] maconha” e conclui: “Em meio a tudo isso, eles discutem sobre o que precisamos fazer pelas comunidades e favelas”.

Kiko Nogueira não aguentou a crítica a seus amigos frequentadores do AP de Caetano.

Independentemente do sentido da crítica de Glenn, é interessante saber que os rumos da política pseudo esquerdista no Rio de Janeiro está sendo orientada do apartamento de Caetano Veloso.

O problema aqui não é moral, pode-se discutir política em qualquer lugar. Mas diz muito sobre a esquerda pequeno-burguesa carioca e brasileira, cada vez mais distante do povo.

Convenhamos também que Caetano Veloso não é nem nunca foi nenhum esquerdista, menos ainda um grande líder político da esquerda. Independente das boas ou más intenções de Caetano, desde seu início de carreira, sempre que ele decidiu sair da música para dar palpite na política dificilmente deu uma dentro, como se diz. Mas para quem acha que isso é exagero, fiquemos no momento atual, onde, com certeza, ele só dá bola fora.

Kiko Nogueira ficou ofendido por seus amigos e transformou Glenn num fascista e “herói bolsonarista” e aproveitou para defender também o tão democrático STF brasileiro: “Herói dos bolsonaristas, Greenwald fez uma série de matérias na Folha contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF”.

Para quem transformou o Moraes em herói da esquerda, é compreensível que Glenn seja um “herói bolsonarista”. E por quê? Porque Glenn é contra as arbitrariedades do judiciário brasileiro.

Diferentemente de Kiko Nogueira, cuja política é, aos amigos tudo, aos inimigos, o rigor da lei, Glenn é coerente com aquilo que defende, ou seja, as liberdades democráticas do cidadão.

Por isso Glenn criticou a Lava Jato e agora critica a ditadura do STF. Ambas são casos de arbitrariedades do judiciário e, embora os alvos imediatos sejam grupos diferentes, antes o PT, agora o bolsonarismo, são voltados contra o povo.

O mesmo DCM adorava Glenn na época da “Vaza Jato”, agora, Glenn está fazendo a mesma coisa. Mas como é contra os amiguinhos do duplex de Caetano Veloso e contra o ídolo, Alexandre de Moraes, aí Glenn virou “fascista”.

É por isso que Glenn Greenwald é jornalista e Kiko Nogueira, uma velha alcoviteira.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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