Neste sábado (22), o Partido da Causa Operária (PCO) fará o lançamento da pré-candidatura de João Jorge Pimenta à Prefeitura da cidade de São Paulo. Membro da Executiva Nacional do partido trotskista, Pimenta concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário Causa Operária (DCO) para conversar sobre a situação política na capital paulista e sobre o que o PCO defende em seu programa partidário.
O lançamento da pré-candidatura de Pimenta será aberto a todos que queiram participar. O evento ocorrerá após a Análise Política da Semana, às 17h, no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP), na Rua Conselheiro Crispiniano, 73.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:
O que vocês defendem para a cidade de São Paulo? Tudo ainda está para ser definido nas convenções, mas nós vamos trazer um programa que pretende, primeiro de tudo, mostrar que existe uma alternativa aos dois candidatos da Faria Lima. Porque nós não podemos ficar entre o mafioso do MDB e uma pessoa que é um especialista em esfaquear a esquerda nas costas.
Guilherme Boulos esfaqueou a Dilma durante a luta contra o impeachment. Depois, ele recolheu para vice uma pessoa que traiu a esquerda para participar do governo Itamar Franco. E, agora, ele está colecionando traidores e trouxe a Marta Suplicy, que votou o impeachment da presidenta Dilma, para ser vice dele. Não consigo entender como alguém em sã consciência poderia votar numa pessoa tão traíra.
O programa de nosso partido defende a coletivização das empresas de água e de energia. Não dá, as privatizações destruíram tudo. Segundo, nós vamos defender que os ricos paguem pela crise, ou seja, que a Faria Lima tem que pagar pela crise social que foi criada na cidade. E digo mais: não nos pretendemos a resolver nada. Quem diz isso é um picareta.
É preciso garantir que o povo governe.
O que você pensa da gestão do atual prefeito e de seus antecessores? A cidade de São Paulo tem um histórico de prefeitos do PSDB. Até os prefeitos do PT eram do PSDB. Você tinha Fernando Haddad com a gestão neoliberal. Inclusive, se gabou de ter entregado a prefeitura com superávit fiscal. A Erundina, que foi prefeita pelo PT, falou a mesma coisa: “entreguei a Prefeitura com superávit”. Maluf, sabiamente, respondeu: “na Prefeitura, não tem que guardar dinheiro. Dinheiro tem que ser gasto com o povo”. Sou obrigado a concordar com o Maluf nesse caso.
Algumas pré-candidaturas já foram confirmadas, como a de Guilherme Boulos, de Tabata Amaral, de Kim Kataguiri e do próprio Ricardo Nunes. Algum comentário sobre eles além dos que já foram feitos? Temos uma situação catastrófica. O prefeito está fazendo muita demagogia para tentar se reeleger. Fez um projeto de recapeamento farsesco. Mas nós temos que dizer uma coisa simples: isso é a manutenção da situação de opressão dos trabalhadores e desigualdade na cidade.
Muita gente vai falar que o trabalho das pessoas numa eleição é escolher o melhor candidato. Nesse caso, o povo paulistano está enfrentando uma situação em que ele tem que ganhar a eleição. Não escolher nenhum candidato porque são todos inimigos dele. Nós temos que rechaçar todos os candidatos da Faria Lima.
Pode nos dar alguma prévia do evento de hoje? O pessoal vai ter que esperar para ver.
Alguma palavra final? Vamos usar esse momento, em que todo mundo vai estar discutindo política, para trazer várias questões muito importantes e nós não vamos fugir de debates importantes. Nós não vamos falar que nós não somos prefeito de Telavive, nós vamos discutir o problema palestino. Nós vamos colocar o dedo na ferida onde quer que seja necessário para defender os trabalhadores aqui em São Paulo, no Brasil e no mundo.
