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Oriente Médio

Jesus era Palestino, um mártir que inspira a luta até hoje

Os sionistas se revoltam pois, no Natal, centenas de milhões comemoram o nascimento e um palestino que lutou contra o império estrangeiro que ocupava a sua terra

Os sionistas têm como uma das principais táticas para justificar sua política genocida na Palestina a falsificação da história. Quando chega a época do natal é inevitavel lembrar do palestino mais famoso da história, Jesus de Nazaré, o homem que lutou contra a ocupação estrangeira do império romano e foi assassinado por isso. Os sionistas tentam retirar o caráter palestino de Jesus para que os cristãos não tendam ainda mais para a causa palestina. Foi o que tentou fazer o principal porta-voz de “Israel” no Brasil, André Lajst da CONIB, que publicou em suas redes sociais no próprio dia do natal um curto texto.

Ele afirma: “Jesus era judeu e nasceu em Belém, na Judéia, região predominantemente judaica”. Aqui o argumento é que, visto que Jesus era um judeu de família e na época aquela terra não se chamava Palestina mas sim Judéia ele não seria palestino. Esse argumento é muito fraco. O Egito, por exemplo, mudou de nome diversas vezes, os arqueólogos afirma que na antiguidade o eles consideravam aquela terra como Quemete. Mas é ridículo que alguém afirme que o Faraó Ramses não era egípcio mas sim quemetiano, todos sabem que ele era ambos pois o Egito atual é a continuidade do Egito antigo. Da mesma forma a Palestina é a continuidade de terra de Canaã, que depois mudou de nome para Judéia, que depois ficou conhecida como o sul de Bilad al-Sham e tantos outros nomes.

O texto continua: “em 70 da era comum os romanos destroem Jerusalém e expulsam os judeus, renomeiam a região para Assíria Palestina (terra dos filisteus) para humilhar os judeus e apagar a história judaica na região”. Pode ser que essa tenha sido a origem do nome, humilhar a população que se rebelou naquele momento. Mas hoje quem se rebela são justamente os palestinos, os opressores, os sionistas, usam o nome Judeia e Samaria invés de falar em Cisjordânia. Portanto pelo próprio argumento, de defesa dos que se rebelam, usar o nome Palestina hoje seria o mais correto. É de fato o nome usado pelo mundo inteiro, com exceção dos sionistas, que não utilizam o nome como forma de apoiar a limpeza étnica que realizam.

Lajst segue: “o islã só veio a existir 600 anos depois e ocupar a região por meio da expansão colonial de saladino por volta do ano 1000 da era comum”. Aqui são dois pontos de falsificação sionista. Primeiro, ele opõe o islã ao judaismo, um argumento tipicamente sionista para esconder que a luta é contra a ocupação e não uma luta religiosa. Segundo, o cristinanismo surgiu logo após o assassinato de Jesus, ele se difundiu por todo o Oriente Médio, com grande destaque na própria terra de Jesus, a Palestina. Ou seja, grande parte da população se converteu para o cristianismo muito antes da existência do Islã. Já que o objetivo de Lajst é conseguir apoio dos cristãos ele ignora completamente esse período histórico.

Ainda mais absurdo é que o sionista afirma que Saladino, o líder muçulmano que reconquistou a Palestina dos cruzados seria o líder colonial, enquanto os cruzados, que vieram da Europa para tomar a Palestina não são citados! A ma fé dos sionistas é absoluta, vale tudo para falsificar a história como forma de propaganda em defesa do seu projeto genocida na Palestina.

Então chega o argumento político: “a falácia que Jesus era palestino só serve para tentar apagar a história judaica da região e se apropriar da fama de Jesus e do Natal na época de sua celebração para forçar as pessoas a falarem sobre a causa palestina”. É mais um argumento absurdo. Para os sionistas qualquer argumento é sempre um ataque ao judaísmo. Primeiro, Jesus é o messias tanto do islã quanto do cristianismo, as duas maiores religiões do mundo, e ele nasceu na Palestina, seria estranho se não fossem feitas comparações de sua vida com a história atual. Não há nennhum ataque ao judaismo ao se falar de Jesus palestino, há sim uma defesa da Palestina.

Aqui vale lembrar os paralelos da vida de Jesus com a situação atual. A Palestina foi um território ocupado por um império estrangeiro que oprimia a população local. Os pais de Jesus tiveram de fugir de sua cidade natal para Belém com medo da repressão romana. Belém hoje fica na Cisjordânia ocupada, um território considerado no mundo inteiro como Palestina. Jesus viveu em Nazaré na Galileia, um território ocupado por “Israel” em 1948. Ele lutou contra a ocupação romana e foi assassinado com a punição máxima para os rebeldes, a crucificação.

Ou seja, a história de Jesus é a história de um palestino que luta pela libertação de sua terra. Ele é um símbolo para o próprio povo palestino que é descendente daquele povo que viveu dois mil anos atrás naquela terra.

Aqui aparece uma característica muito interessante. A tradição judaica coloca que após o exílio pelos romanos os judeus se espalharam pelo mundo. De forma geral a história de Jesus e de tudo que aconteceu na terra santa (Palestina) após esse exílio não é reivindicada pelos judeus. Ela é reivindicada pelos cristãos e pelos muçulmanos. É uma novidade do sionismo, do século XIX, a tese de que os judeus devem voltar em massa para a Palestina. Em suma, o sionismo não tem relação nenhuma com a religião judaica, ele é um movimento moderno que surgiu pelo financiamento dos banqueiros ingleses que rachou com as tradicionais crenças da religião judaica. Prova maior disso é que quanto mais ortodoxa é a comunidade, menos apoia a existência do Estado de “Israel”.

Ele conclui: “a causa palestina é importante e justa porém Jesus era judeu e nasceu em uma região judaica. A tentativa de apagar a história judaica da região não passa de uma apropriação religiosa e cultural perigosa e antissemita”.

Como sempre, qualquer comentário de defesa da Palestina é considerado como antissemita. Relembrar a história de Jesus em momento algum apaga a história dos judeus na Palestina. É na verdade um ponto alto dessa história, um ponto em que eles lutaram contra o império estrangeiro, ao contrário dos sionistas, que são lacaios do imperialismo moderno. O sionista no fim não quer saber de história nenhuma, quer apenas afirmar que os defensores da Palestina, e da história real da Palestina, são antissemitas e por isso o Estado de “Israel” tem o direito de realizar um genocídio.

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