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Inglaterra

Jeremy Corbyn anuncia aliança dos independentes

Parlamentares britânicos, liderados por Jeremy Corbyn, anunciam aliança para a defesa do povo palestino, aos trabalhadores e contra a morte.

O parlamentar britânico, Jeremy Corbyn anunciou que formará uma aliança com outros quatro parlamentares independentes pró-Palestina. Corbyn emitiu um apelo para que demais parlamentares se juntem a ele.

A aliança dos cinco independentes terá o mesmo número de parlamentares que o Reforma Reino Unido e o Partido Unionista Democrático. O grupo pró-Gaza terá maior presença no parlamento britânico que o Partido Verde e o Plaid Cymru, os quais tem quatro parlamentares cada.

Composta pelos parlamentares Shockat Adam, Ayoub Khan, Adnan Hussain, Iqbal Mohamed e o próprio Jeremy Corbyn. Em uma declaração, os parlamentares afirmaram que:

Fomos eleitos por nossos eleitores para dar esperança a um parlamento de desespero. Este governo já eliminou o subsídio de combustível de inverno para cerca de 10 milhões de pensionistas, votou para manter o teto de benefícios para dois filhos e ignorou os apelos para acabar com as vendas de armas para Israel. Milhões de pessoas estão clamando por uma alternativa real à austeridade, à desigualdade e à guerra, e suas vozes merecem ser ouvidas. Como indivíduos, fomos eleitos por nossos eleitores para representar suas preocupações no parlamento sobre essas questões e muito mais, e acreditamos que, como um grupo coletivo, podemos continuar fazendo isso com maior efeito”.

Os parlamentares defensores da Palestina prometeram lutar contra a austeridade e travar uma batalha pela manutenção do subsídio aos combustíveis no inverno para cerca de dez milhões de aposentados, pelo fim do limite do benefício para dois filhos (incentivo econômico pelo Estado britânico para pessoas com dois ou mais filhos) e a venda de armas à “Israel”.

“Fomos eleitos por nossos eleitores para dar esperança a um parlamento de desespero. Este governo já eliminou o subsídio de combustível de inverno para cerca de 10 milhões de pensionistas, votou para manter o teto de benefícios para dois filhos e ignorou os apelos para acabar com as vendas de armas para “Israel” ”, disseram os parlamentares.

O grupo formado pelos parlamentares independentes não será um partido político. A aliança tem como objetivo obter mais tempo parlamentar para fazer perguntas e falar em debates. Transformando-o em um partido político sem líder.

A aliança ainda não foi oficializada no parlamento. Lindsay Hoyle, porta-voz do presidente da Câmara dos Comuns, afirmou ter recebido o pedido, porém, recusou-se a dizer se isso teria alguma influência no tempo parlamentar alocado. O grupo não receberá financiamento governamental para partidos de oposição – o chamado dinheiro Quick.

A eleição dos parlamentares da aliança nas eleições gerais deste ano provocou uma onda de choque no Partido Trabalhista. Os deputados foram eleitos em áreas com uma grande população muçulmana em meio à profunda insatisfação desta perante a posição do Partido Trabalhista sobre o genocídio perpetrado por “Israel” em Gaza.

Os cinco deputados já haviam começado a trabalhar em conjunto antes do recesso de verão da Câmara dos Comuns (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil), inclusive assinando uma série de cartas conjuntas ao governo e emitindo declarações conjuntas.

O grupo de parlamentares defensores da Palestina fizeram um convite aberto a outros parlamentares que compartilham sua visão de um mundo para se juntarem a eles:

Quantos mais parlamentares estiverem preparados para defender esses princípios, melhor. Nossa porta está sempre aberta para outros parlamentares que acreditam em um mundo mais igualitário e pacífico”, disse Corbyn – fazendo referência aos sete parlamentares trabalhistas rebeldes suspensos pelo partido por votarem pelo fim do limite do benefício para dois filhos.

Antes de formar esta aliança, o lider operário já era deputado desde 1983. O deputado de 75 anos atuou de 2015 a 2020 como líder do Partido Trabalhista. Defensor de longa data dos direitos palestinos, Corbyn foi derrubado da presidência do partido em 2020 por meio de uma campanha de perseguição da direita, com intensa participação do sionismo. Uma investigação da Al Jazeera concluiu que “Israel” estava por trás de uma ação para enquadrar Corbyn como antissemita.

Após ser expulso do Partido Trabalhista – atualmente dominado pelo imperialismo – Corbyn partiu para uma campanha eleitoral independente. Em 2024, Corbyn foi eleito para representar Islington North como parlamentar independente obtendo 24.120 votos, ultrapassando o rival do Partido Trabalhista Praful Nargund – o qual recebeu 16.873 votos.

Corbyn é neste momento um expoente da luta pela Palestina e anti-imperialista na ilha europeia. A perseguição contra Corbyn dentro do Partido Trabalhista demonstra o caráter de classe do suposto partido dos trabalhadores. Atualmente controlado pela burguesia imperialista inglesa, o Partido dos Trabalhadores britânico tornou-se uma arma da direita contra os trabalhadores, expulsando as figuras mais avançadas do partido e perseguindo-as.

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