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Oriente Médio

‘Israel’ tenta disfarçar derrotas com atentados, denuncia Irã

EUA se apressam em negar qualquer participação no ataque ao consulado iraniano. País persa responsabiliza Washington por ataque israelense

Aviões militares israelenses bombardearam o consulado iraniano na Síria no último dia 1º, resultando na morte de 13 pessoas, quase todos os diplomatas iranianos no país, além de civis sírios e sete militares da Guarda Revolucionária Islâmica, incluindo dois generais: Mohammad Reza Zahedi e Mohammad Hadi Haji Rahimi. É o segundo ataque israelense desde o dia 3 de janeiro, quando “Israel” atacou a cerimônia que lembrava os dois anos do assassinato do general Qassim Suleimani, morto ao ser alvejado por um drone em Bagdá enquanto se dirigia para uma reunião chamada pelos EUA. Imediatamente após a divulgação do ataque, os norte-americanos contataram as autoridades iranianas, negando qualquer participação na operação:

“Os Estados Unidos não tiveram envolvimento no ataque e não sabíamos disso com antecedência”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. Outra autoridade norte-americana, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, declarou que o governo imperialista ainda buscava informações sobre o que ocorreu: “antes de reunirmos informações sobre o que exatamente é isso, não quero falar especificamente sobre isso, mas é claro que sempre estivemos preocupados com qualquer coisa que pudesse ser uma escalada ou causar um aumento no conflito na região”, disse.

O governo iraniano, por sua vez, atribuiu aos EUA a responsabilidade pelo ataque. Segundo declaração do ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, a responsabilidade pelos crimes de “Israel” devem ser estendidas à potência imperialista hegemônica, apontada como co-responsável pelas ações da ditadura sionista:

“As dimensões do ataque terrorista e do crime do regime israelense foram explicadas e a responsabilidade da administração americana sublinhada na reunião. Uma mensagem importante foi transmitida à administração americana como apoiante do regime sionista. Os Estados Unidos deveriam ser responsáveis”.

Em carta endereçada ao Conselho de Segurança da ONU, o governo persa aponta a “flagrante violação” de normas fundamentais do direito internacional, da Carta das Nações Unidas e de princípios como a inviolabilidade das instalações diplomáticas e consulares.

Considerando as implicações internacionais de longo alcance de um ato tão repreensível, que pode exacerbar as tensões na região e potencialmente desencadear mais conflitos envolvendo outras nações, a República Islâmica do Irã insta o Conselho de Segurança a condenar este ato criminoso injustificado e ataque terrorista perpetrado pelo regime de Israel nos termos mais fortes possíveis”, diz a carta da chancelaria iraniana.

Além disso, o Irã apela ao Conselho de Segurança para que tome todas as medidas necessárias, incluindo através de uma reunião urgente, para resolver esta violação flagrante, para prevenir futuros atos de agressão que ponham em risco a segurança e a proteção das missões diplomáticas, e para garantir que os responsáveis por tais atos criminosos sejam rapidamente levados à justiça”, completa.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia também condenou o ataque, lembrando em declaração feita na segunda-feira (1º) que Moscou considera inaceitável qualquer ataque a missões diplomáticas, lembrado ainda que tais instalações são protegidas pelas convenções de Viena sobre relações diplomáticas e consulares. Ele observou que o bombardeio do prédio, localizado em uma área residencial, representava também um alto risco para os civis sírios.

“Consideramos necessário que todos os membros responsáveis da comunidade internacional declarem claramente suas posições e apresentem suas avaliações legais sobre essa ação”. A chancelaria russa alertou também que “Israel” poderia desencadear um grande conflito regional com seus ataques na Síria e em outras naçõesx da região. Avaliação similar à do presidente iraniano, Ebrahim Raisi:

“Não tendo conseguido destruir a vontade da frente de resistência, o regime sionista colocou os assassinatos cegos de volta em sua agenda para se salvar”, declarou o mandatário. Neste comentário reside também a insistência de “Israel com os ataques do gênero, que sequer disfarçam a autoria.

A explicação para a insistência do sionismo em táticas que não trarão qualquer vantagem militar e apenas inflamarão os ânimos do Irã é a evidente necessidade que Telavive sente de ampliar o conflito. Isso porque, dependendo da reação do Irã, é exatamente o que acontecerá.

Ocorre que as derrotas de “Israel” para a parcamente armada Resistência Palestina deixam claro que os sionistas não têm condições de enfrentar nenhum de seus inimigos na região. Por que então expandir o conflito? A razão é que, ao fazê-lo, são grandes as chances de arrastar o imperialismo de forma direta para a conflagração.

Não apenas fornecendo armas e algum suporte militar, como as potências imperialistas estão fazendo atualmente. Para o sionismo, era mais vantajoso os EUA e a Europa entrarem na guerra, o que aliviaria a pressão sobre as forças de ocupação.

Com o fracasso dos enfrentamentos com a Resistência Palestina e a evacuação da fronteira com o Líbano devido ao medo da ofensiva do Hesbolá, para “Israel”, a entrada das potências imperialistas é a única alternativa além da derrota explícita. Para que isso funcione, no entanto, será necessário mobilizar uma força significativa, ao contrário do método adotado na Ucrânia e que redundou em um enorme fiasco.

O imperialismo, entretanto, busca escapar dessa alternativa. O mero apoio ao genocídio israelense já vem desestabilizando os países desenvolvidos, um fenômeno que se expressa na crise do governo Joe Biden, mas também nos países europeus, onde manifestações e confrontos com a polícia tem acontecido com alguma frequência, e isso, sem a participação direta. A opção, sem dúvida, é muito problemática, podendo levar a uma radicalização total, sem falar no comprometimento aberto do imperialismo com o massacre sistemático dos palestinos e outros povos árabes.

De qualquer forma, não há saída para o imperialismo que não implique em piorar a crise do Oriente Médio. Não podem deixar “Israel” ser derrotada, mas tampouco podem arriscar a guerra aberta com o Irã e sabe-se lá quais outras forças.

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