Na terça-feira (2) foi revelado que o chefe do serviço de segurança Shin Bet de “Israel”, Ronen Bar, alertou em uma carta recente ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e ao ministro da Segurança Nacional Itamar Ben Gvir que 21.000 palestinos estão presos em cadeias. Ele referiu-se à questão como uma “crise de encarceramento”.
Na carta, também enviada ao comandante da polícia israelense Kobi Iacovi e à procuradora-geral Gali Baharav-Miara, Bar alertou que “a crise de encarceramento constitui uma verdadeira crise estratégica”.
A situação nas prisões de Israel é uma “bomba-relógio”, disse Bar. “Também pode colocar em perigo altos funcionários israelenses no exterior e expô-los a tribunais internacionais”, dado que as condições e o tratamento em relação aos palestinos nessas prisões “beiram o abuso”.
O chefe do Shin Bet continua dizendo em sua carta que agora, após vários meses de guerra, o número atual de pessoas encarceradas é de 21.000, apesar da capacidade prisional permitir no máximo 14.500.
Anteriormente, supunha-se que cerca de 9.000 a 10.000 palestinos estavam detidos em prisões israelenses.
“A legislação de emergência permite a superlotação de prisões quase sem limites. Essa crise surgiu apesar dos avisos que foram enviados ao Ministério da Segurança Nacional para se preparar para isso há cerca de um ano”, disse Bar em sua carta.
Bar também criticou Ben Gvir, ministro de extrema direita que controla os presídios, por seu cancelamento das visitas da Cruz Vermelha à prisão.
“Após o ataque de 7 de outubro, Israel negou direitos aos prisioneiros que eram aceitos antes da guerra, incluindo aqueles que são obrigatórios de acordo com a lei internacional [por exemplo, visitas da Cruz Vermelha]”, disse Bar.