Pelo menos 435 mulheres Palestina foram detidas na Cisjordânia pelo exército sionista desde outubro de 2023.
“As mulheres palestinas estão enfrentando a fase mais sangrenta da história do conflito com a ocupação, com a continuação da guerra de genocídio, além de enfrentar uma série de crimes sem precedentes e graves violações contra elas, e a escalada de detenções e ataques em vários níveis, incluindo agressões sexuais”, disse um porta voz da Sociedade dos Prisioneiros Palestinos (SSP), uma ONG que acompanha as denúncias de violação dos direitos humanos de prisioneiros políticos na Palestina ocupada.
Ainda segundo a SSP, “ Israel” aumentou a violência e perseguição contra as mulheres, incluindo até mesmo crianças e idosas, palestinas, no intuito de utilizá-las como reféns para chantagear membros da família que estejam lutando com armas na mão a se entregarem para as forças sionistas.
Informações do Comitê de Assuntos dos Prisioneiros e Ex-Prisioneiros Palestinos dão conta de que atualmente, “Israel” mantém mulheres presas em prisão administrativa, ou seja, sem julgamento ou sequer acusação e por tempo indeterminado.
Dentre essas mulheres destaca-se a prisão da liderança da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) Khalida Jarrar que está encarcerada em uma cela solitária minúscula, sem ventilação e sem luz há mais de 100 dias na prisão sionista Neve Tirza.
“Eu morro todos os dias. A cela é como uma pequena caixa fechada onde não entra ar. Há apenas um banheiro na cela com uma pequena janela acima dele, que foi selada um dia após minha transferência. Não tenho espaço para respirar, e até o ‘ashnav’ (olho mágico) na porta foi selado. Há apenas uma pequena abertura onde eu me sento a maior parte do tempo para respirar. Estou sufocando, esperando as horas passarem, na esperança de encontrar um pouco de oxigênio para sobreviver”, denunciou Jarrar em mensagem enviada por meio de seus advogados.
“A gestão prisional de Israel isolou completamente as mulheres encarceradas do restante do mundo, ao expô-las a tratamento degradante contínuo, como revistas íntimas, abusos morais e espancamento”, destacou o Comitê de Assuntos dos Prisioneiros e Ex-Prisioneiros Palestinos, em comunicado, frisando ainda que seus advogados realizaram visitas a 95 mulheres detidas pela ocupação israelense, que lhes relataram verdadeiros horrores perpetrados contra elas nas masmorras israelenses, dentre os quais a privação do acesso a direitos básicos como roupas, alimentos e cuidados médicos.