Um alto funcionário israelense afirmou na quarta-feira (29) que a guerra em Gaza continuaria pelo menos até o fim do ano, mesmo diante da pressão internacional para que “Israel” pare com o genocídio. O Conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, disse em uma entrevista à rádio pública Kan que, “neste ano, esperamos mais sete meses de combate, a fim de aprofundar as nossas conquistas e alcançar o que definimos como a destruição das capacidades militares e de governo tanto do Hamas como da Jiade Islâmica”. O funcionário reiterou que “Israel” estabeleceu três objetivos claros para o fim da guerra em Gaza: destruir a infraestrutura do Hamas, trazer os “reféns” para casa e remover qualquer ameaça a “Israel” proveniente da Faixa de Gaza.
Apesar de toda a bravata do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, de que iria destruir em poucos dias a resistência armada palestina, principalmente o Hamas, a realidade é oposta. Em sete meses, os soldados israelenses não conseguiram assassinar nenhuma liderança significativa do Hamas. Nem conseguiram um êxito militar relevante na Faixa de Gaza. Neste momento, anunciam que precisam de mais sete meses para “concluir” o que supostamente estaria em marcha.
“Israel” continua matando mulheres, crianças e civis na Faixa de Gaza, através de bombardeios por mísseis e aviões. No entanto, toda tentativa de invadir por terra o território destinado aos palestinos nos últimos anos tem sido frustrada. Após os ataques em tendas de deslocados em Rafá, no sul de Gaza, as manifestações populares e até mesmo oficiais de governos pelo mundo contra o extermínio têm aumentado significativamente.
Não bastasse toda a crise política atual, que não oferece qualquer perspectiva futura positiva para a entidade sionista, o plano de prolongar o confronto também se mostra inviável do ponto de vista orçamentário. Recentemente, o governador do Banco de “Israel”, Amir Yaron, alertou que os custos da segurança e da guerra civil eram “significativos” e representavam um grande encargo orçamental. E acrescentou:
“O governo precisa de se certificar de que faz os equilíbrios e ajustamentos orçamentais corretos à luz das crescentes despesas de segurança permanentes”.
Yaron apoiou a criação de um comitê para examinar o orçamento da defesa, dizendo que a guerra em curso não deveria dar aos militares um “cheque em branco”.
“Uma economia próspera requer segurança, e a segurança requer uma economia próspera. Portanto, a guerra não deve trazer consigo um cheque em branco para despesas permanentes de defesa, e é necessário encontrar equilíbrios adequados [grifo nosso]”, disse Yaron em uma conferência no College of Management Academic Studies. O governador ainda alertou que a guerra em curso custará 67 mil bilhões dólares, caso dure até 2025.
As declarações de Yaron mostram que a própria burguesia israelense não confia na capacidade do governo de Benjamin Netaniahu de vencer a guerra. É uma confissão da derrota de “Israel” perante as forças de resistência palestina.