Com o conflito em Gaza e a escalada de tensões com o Hesbolá e o Irã, “Israel” enfrenta sua maior crise orçamentária desde sua fundação. Segundo o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, os custos diretos da guerra já ultrapassam 250 bilhões de shekels (cerca de R$330 bilhões), valor que ele admite ser apenas o começo de uma crise de longo prazo.
O genocídio perpetrado por “Israel” vem aprofundando a crise internacional em torno dos territórios ocupados. A violência em Gaza já levou à destruição de praticamente toda a infraestrutura civil. Dados da ONU indicam que a Faixa de Gaza está à beira de um colapso social e econômico devido aos bloqueios e bombardeios. Na Cisjordânia, onde a repressão das forças israelenses também se intensificou, os impactos são também monstruosos: fechamento de estradas, ataques a vilarejos e falta de acesso a serviços essenciais colocam a população palestina em condições extremas de sobrevivência.
O jornal sionista Haaretz destacou a falta de planejamento do governo de “Israel” para os custos da guerra, observando que o orçamento já ultrapassou o limite pela terceira vez neste ano. Com o foco exclusivo na guerra, o governo se omite das negociações diplomáticas e opta por uma política de escalada militar. O jornal estima que o enfrentamento com o Hesbolá e o Irã, além de Gaza, já gerou custos adicionais de até 20 bilhões de shekels (cerca de R$26 bilhões) – isso sem contar a perda de receita tributária e a incerteza sobre os 18 bilhões de shekels (aproximadamente R$24 bilhões) prometidos pelos EUA, ainda sem data de chegada.
No campo econômico, Smotrich mantém uma postura inflexível. Em recente declaração, desdenhou de um relatório da Moody’s que alertava para o impacto econômico da guerra, chamando-o de “fraco e absurdo” e afirmando que “economistas em Londres não darão lições a Israel”. Para Gad Lior, jornalista do jornal sionista Ynet, a política de Smotrich é “imprudente e pode estimular um rebaixamento mais severo da nota de crédito do país”, já rebaixada pela Moody’s e pela Standard & Poor’s em outubro.
Economistas alertam que a crise fiscal pode desencadear uma recessão, com o “país” atingindo um crescimento de apenas 1% a 1,9% neste ano, muito abaixo dos 3,4% previstos antes do genocídio. Karnit Flug, ex-presidente do Banco Central de “Israel”, declarou que “a escalada do conflito já impõe um peso insustentável” à economia. Flug afirmou que os “crescentes gastos militares e o impacto da guerra nas fronteiras norte e sul pressionam a economia e a afastam de uma recuperação possível”. Estima-se que, até o final do próximo ano, os custos da guerra possam consumir 12% do PIB de “Israel”.
A estratégia de Smotrich de minimizar o impacto econômico é criticada por especialistas ligados aos próprios setores do imperialismo. Setores da imprensa burguesa avaliam que o agravamento das tensões deve custar caro ao Estado sionista – em termos financeiros e diplomáticos – e, enquanto a escalada militar se mantiver, o cenário econômico e humanitário tende a se deteriorar.
O que ocorre em “Israel” é resultado dos atos heroicos da resistência palestina, que, durante todo o último ano, vem enfrentando o genocídio promovido pelo Estado israelense. Com as ações da resistência, a ocupação sionista se revela muito mais frágil do que aparentava ser: uma sociedade artificial, baseada no dinheiro do imperialismo.
Com o aumento das tensões, o colapso econômico é iminente.