Segundo o Ministério Palestino de Doações e Assuntos Religiosos em Gaza, as Forças de Ocupação de “Israel” destruíram mais de mil mesquitas e profanaram dezenas de cemitérios. Os danos causados ao patrimônio histórico demanda um orçamento superior a 500 milhões de dólares para reconstrução.
A ocupação sionistas destruiu mais de 1000 das 1200 mesquitas situadas na Faixa de Gaza. Também foram destruídos comitês religiosos Zakat, escolas de ensino do Alcorão e a sede do Banco Islâmico de Doações. A destruição não se limita ao patrimônio com influência islâmica: igrejas cristãs milenares como a Ortodoxa Grega de São Porfírio também foram destruídas, ocasionando um dano inacreditável.
Com mais de 1.400 anos, a Mesquita Al-Omari, terceira maior da Faixa de Gaza, conhecida como a “Pequena Mesquita de al-Aqsa”, com expressões artísticas de diferentes períodos, foi danificada. Essa mesquita ocupa uma área de 4.100 m². Seu pátio se estende por 1.190 m² e no seu edifício há 38 colunas de mármores adornadas com padrões artísticos de diferentes épocas.
A igreja de São Porfírio, edificada em 425, outro registro histórico da cultura humana, não escapou ilesa. Com 1.600 anos, a igreja é a terceira mais antiga do mundo.
Do patrimônio cultural e histórico da região que as forças de ocupação tem acesso, o que não é danificado ou destruído, é saqueado. Os sionistas não impõem limites para atingir seus interesses coloniais, de modo que até cemitérios são destruídos e profanados.
Contrariando a campanha do sionismo, o Estado de “Israel” tenta não apenas destruir a população da Palestina fisicamente, mas também todo o seu legado cultural. Como a religião islâmica desempenha um papel significativo na cultura e na organização social Palestina, ela acabou por se tornar um dos alvos sionistas.
Assim como jornalistas e comunicadores, “Israel” tem preferência por assassinar figuras religiosas ou de destaque cultural. Desde o início do ataque militar, foram assassinados mais de 100 (cem) acadêmicos, pregadores, imãs e muezins (que realizam a chamada diária para as orações).
Profanação de túmulos
As forças de ocupação já ficaram conhecidas por profanarem os corpos da população da Faixa de Gaza, sequestrando os cadáveres e furtando seus órgãos. Entretanto, agora temos uma evolução dos crimes do sionismo contra os palestinos em mais uma forma: a profanação de sepulcro.
Foram registradas essas violações no cemitério tunisino no bairro de Shujaiya, no cemitério de Al-Faluja no bairro de Jabália, Beit Lahia, Sheikh Ijlin, e num cemitério em Beit Hanoun. O próprio porta-voz da de “Israel” reconheceu a profanação dos túmulos, alegando serem “para determinar se pertenciam a prisioneiros israelitas”.
Apenas essas ações já seriam consideradas crimes de guerra no Protocolo Adicional I da Convenção de Genebra, Artigo 53:
- cometer quaisquer atos de hostilidade dirigidos contra os monumentos históricos, obras de arte ou locais de culto que constituam o patrimônio cultural ou espiritual dos povos;
- utilizar tais objetos em apoio ao esforço militar;
- fazer de tais objetos objeto de represálias.
Assim como almejar hospitais e prestadores de socorro médico também é considerado crime de guerra pelo Protocolo Adicional II da Convenção de Genebra no Artigo 16. Entretanto, os sionistas apoiados pelo imperialismo não se intimidaram.
Uma guerra tipicamente imperialista
O imperialismo costuma ter uma assinatura peculiar em suas ações bélicas, quase uma assinatura na forma de agir. As forças sionistas demonstram terem apreendido bem, primeiro com o imperialismo britânico e posteriormente com os norte-americanos.
É marcante a tortura e o assassinato de civis e a destruição de patrimônio cultural e histórico do povo oprimido. O ataque a locais sagrados e a tentativa de dissolução cultural do povo oprimido são práticas comuns nessas campanhas imperialistas.
Os crimes de “Israel” muito se assemelham àqueles praticados pelas tropas norte-americanas na Guerra do Iraque, hoje publicamente reconhecidos. Entre eles, podemos elencar:
- A tortura e abuso de prisioneiros na prisão de Abu Ghraib;
- Uso de fósforo branco no Iraque;
- Os assassinatos de Haditha, de 24 civis em Haditha, incluindo mulheres e crianças;
- O incidente de Ishaqi (assassinato de 24 civis em Ishaqi, incluindo 5 crianças);
- O incidente de Hamadiya (rapto e assassinato de um iraquiano chamado Hasshim Ibrahim Awad);
- O incidente de Mahmudiya (a violação e assassinato de uma menina de quatorze anos e o assassinato da sua família, em Mahmudiya) (condenado a prisão perpétua);
- O massacre da boda (bombardeamento e alvejar de 42 civis em Mukaradib);
- Classificação falsa de iraquianos capturados ou mortos como combatentes inimigos ou insurgentes



