A esta altura, já não há mais dúvidas de que o sionismo é equivalente ao nazismo. A perseguição que os sionistas vêm desatando contra os palestinos há mais de 75 anos é tão intensa, e em alguns casos pior, do que a que os nazistas fizeram com os judeus.
Várias matérias históricas vêm sendo publicadas por este Diário, expondo várias atrocidades às quais os palestinos foram submetidos, a exemplo dos massacres de Deir Iassin, al-Dauaima na Palestina em 1948, durante a Naqba; e Sabra e Chatila, este último no Líbano, em 1982, quando da Guerra Civil.
Foi durante essa época que os sionistas cometeram mais um de seus crimes.
A Guerra Civil foi desatada por “Israel” em abril de 1975, com a finalidade de derrota a resistência palestina, que à época era encabeçada pela OLP dirigida pelo Fatá, organizações as quais haviam se estabelecido no Líbano, após o imperialismo ter impulsionado o governo jordaniano a expulsá-las do país, da a força política e militar que estavam adquirindo.
Apesar de “Israel” ter frequentemente intervindo diretamente na guerra, tanto através de tropas no solo, mas especialmente por meio de bombardeios, o Estado sionista utilizava como recurso os exércitos dos cristãos maronitas do Líbano. Era uma ampla gama de organizações, que se conformaram no Exército do Sul do Líbano (ESL).
Pois bem, na região sul do país, na província de Nabatié, há uma cidade de nome Quiam.
Antes da guerra, lá havia um quartel que era utilizado pelos militares libaneses (não confundir o exército maronita citado acima). Esse quartel possuiu uma história: tratava-se de um complexo militar utilizado pelos franceses na década de 1930 (o Líbano fora uma colônia da França).
Desatada da guerra, por “Israel” (com o apoio do imperialismo), o quartel caiu sobre o controle do ESL no ano de 1978, tornando-se um campo de concentração no qual foram jogados os palestinos e libaneses que combatiam “Israel” e as milícias maronitas. Conforme aponta o historiador judeu israelense Ilan Pappe, em sua obra A Limpeza Étnica da Palestina, pág. 233, o campo fazia parte de um rede maior de campos de concentração estabelecida no Líbano durante a guerra pelas Forças de Defesa de “Israel”, principalmente com a finalidade de realizar interrogatórios e torturas. Os campos, dentre os quais o de Quiam, são notórios pelas histórias de crueldade por parte dos sionistas:
“Quando Israel reinvadiu o Sul do Líbano em 1978 e novamente em 1982, o ‘problema’ dos prisioneiros de guerra foi resolvido: as Forças de Defesa de Israel construíram uma rede de prisões para interrogar e, muitas vezes, torturar as pessoas que mantinham cativas, com a ajuda do Exército do Sul do Líbano. A prisão de Quiam tornou-se um símbolo da crueldade israelense.”
No ano de 1985, havia emprisionados no campo cerca de 5 mil libaneses e palestinos, sob terríveis condições e muitas vezes sujeitos a tortura. Apesar de a guerra haver oficialmente finalizado em 1990, questões territoriais entre o Líbano e “Israel” nunca ficaram de fato resolvidas. De forma que Estado sionista permaneceu com o controle do campo de concentração de Quiam até o ano de 2000, quando foi expulso de pelo Hesbolá. À época, ainda havia cerca de 144 prisioneiros nas masmorras sionistas de Quiam.
Ahmed Hussein al-Amine foi um dos prisioneiros do campo. Ele foi preso e enviado para lá em 1996. Segundo ele, e entrevista dada à televisiva catariana Al Jazeera, “os prisioneiros foram mantidos nus, salpicados de água quente e fria e submetidos a choques elétricos. Eles então colocaram sal em suas feridas. A importância deste lugar é mostrar que os israelitas ocuparam o Líbano e torturaram-nos.”