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Oriente Médio

‘Israel’ bombardeia capital do Líbano, provocando Hesbolá

Atacar a cidade de Beirute é uma enorme provocação. Isso foi feito apenas uma vez desde o início da guerra, a retaliação foi enorme e, agora, deve ser ainda maior

Nessa terça-feira (30), o Estado de “Israel” bombardeou Beirute, capital do Líbano, na tentativa de assassinar um dos mais importantes dirigentes do partido libanês Hesbolá. Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, pelo menos uma civil, uma mulher, foi assassinada e outras 68 pessoas ficaram feridas no ataque, cinco estão em estado crítico. O ataque cruzou uma linha vermelha na guerra, e deve levar a uma grande retaliação do Hesbolá.

O correspondente da emissora libanesa Al Mayadeen relatou que o ataque atingiu o subúrbio sul de Beirute, onde pelo menos uma explosão foi ouvida. Ele afirma que o ataque atingiu um prédio residencial em Haret Hreik, resultando na destruição de uma grande parte da estrutura.

Após o ataque, a ONU informou que a liderança da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e o coordenador da ONU estão conduzindo negociações para evitar uma guerra entre o Hesbolá e “Israel”.

O porta-voz do exército israelense disse que o exército tinha como alvo um comandante responsável pelo suposto ataque do Hesbolá nas Colinas de Golã. Ele acrescentou que “não há mudança nas diretivas do Comando da Frente Interna“, que são um conjunto de orientações aos colonos em tempos de guerra.

A última vez que um ataque israelense atingiu o subúrbio de Beirute foi em 2 de janeiro de 2024. Foi quando “Israel” matou o principal dirigente do Hamas no Líbano, mártir Salá al-Arouri, dentre outros. Isso levou a uma grande escalada do Hesbolá naquele momento, o ataque à Base de Controle de Tráfego Aéreo de Meron, a segunda mais importante do “país”. Foi um ataque importantíssimo naquele momento.

O grande problema não foi que os sionistas tentaram assassinar um dirigente do Hamas em si, mas o local onde ele aconteceu. A cidade de Beirute é uma linha vermelha na questão da guerra. Isso foi estabelecido desde o ano de 2006, quando acabou a última grande guerra entre “Israel” e o Hesbolá. O bombardeio em Beirute só não é uma declaração de guerra, pois neste momento não é de interesse do Hesbolá a guerra total contra “Israel”, mas isso pode mudar a qualquer momento.

Segundo a imprensa iraniana Tasnim, fontes ligadas à resistência confirmam que a tentativa de assassinato do comandante Fouad Shukur falhou. O fato dele ter sido alvo também aumenta o tamanho da crise, pois é um dos mais importantes dirigentes do partido libanês. Isso significa que a retaliação do Hesbolá pode ser a maior desde o início da guerra, em 8 de outubro de 2023.

A resistência se unifica em torno do Hesbolá

Um grande número de organizações da resistência imediatamente se pronunciou em defesa do Hesbolá e do Líbano. A mais importante declaração veio do próprio Movimento de Resistência Islâmica, Hamas. O comunicado diz:

“Declaramos nossa total solidariedade com nosso irmão Líbano e nossos irmãos do Hesbolá, e afirmamos que a arrogância da ocupação e sua tentativa de restaurar seu prestígio e dissuasão perdidos ao cometer mais crimes na Palestina, no Líbano, no Iêmen e no Oriente Médio não será nada além de uma aventura impensada, pela qual a ocupação pagará um preço alto, pois o tempo em que a ocupação corre solta em nossos países e em nossa região árabe acabou.

Diante dessa agressão brutal contra o Líbano, responsabilizamos o governo dos EUA pelos crimes e violações contínuas da ocupação, através de seu contínuo apoio político e militar aberto, que tem incentivado a ocupação e os neonazistas a cometer mais tolices e crimes que ameaçam a paz e a segurança em todo o Oriente Médio.”

Antes desse ataque, as Brigadas al-Qassam do Hamas já haviam se pronunciado em apoio ao Hesbolá:

“Vejam os veículos blindados de Galante [ministro da Defesa] deixando Rafá. Temos certeza de que vocês terminarão o trabalho”, dizia uma mensagem de vídeo.

A crise nas Colinas de Golã

O ataque de “Israel” teve como base uma crise nas Colinas de Golã ocupadas militarmente pelos sionistas. Uma quadra de futebol foi atingida por um explosivo na cidade de Majdal Shams, o que levou 12 pessoas à morte, a maioria crianças. “Israel” acusou imediatamente o Hesbolá e começou uma campanha para atacar o Líbano. O Hesbolá e o governo da Síria negam e afirmam que a explosão foi causada por um projetil do Domo de Ferro israelense. Uma análise feita pela Al Mayadeen também indica que o padrão de explosão não era de um míssil.

Mesmo não sendo uma comunidade de israelenses, mas sim de árabes drusos, Netaniahu foi pessoalmente visitar a cidade para fazer uma campanha política. Lá, foi recebido por protestos da população. Mesmo assim, declarou: “o Hesbolá, com o apoio iraniano, lançou um foguete iraniano aqui, que tirou a vida de 12 puras almas”. Toda a bravata foi justificada no dia seguinte, quando “Israel” usou isso como justificativa para bombardear Beirute.

Os drusos, por sua vez, estão totalmente contra “Israel”. O xeique Isuf Jarbou, líder dessa comunidade, afirmou que os drusos da Síria permanecem sendo um pilar vital da identidade árabe e da resistência, e estão firmes na luta contra as tentativas dos sionistas de criar discórdia e implementar divisões. Ele pediu à sua comunidade que exercesse extrema cautela em relação às ameaças representadas pelos planos do inimigo.

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